15 de outubro de 2018

Arouca, um alfobre de felizes

 
   Hoje passa um ano desde um dia muito infeliz para Arouca e seguramente para muitos arouquenses. Faz um ano que um terrível incêndio florestal destruiu parte substancial da floresta da zona ocidental do nosso concelho. Queimou pinheiros, talvez a maior mancha de pinhal do concelho, que não volta (nada que se compare ao Pinhal de Leiria, i.e, do Estado). Queimou vegetação ripícola. Queimou eucaliptos, que agradeceram e no entretanto deram (e foram ajudados a dar) mais um passo para transformar Arouca num alfobre de felizes espécimes desta espécie. Quem ali vive ou por ali passa, basta olhar para o lado para saber do que falo. São mesmo alfobres, como aqueles das couves ou do cebolo que se costumam semear nas hortas, só que neste caso ocupam muitos quilómetros quadrados que não têm intenção de desocupar. Pelo contrário, despejam, sufocam, quem já lá vivia.
   O eucalipto é uma árvore. Não é o advento do diabo. O problema é que tem características próprias e não pode ser plantado como se de couves se tratasse, porque depois não se consegue controlar. Ouvi isto a um especialista há uns dois meses. Nós por cá, por este caminho, e também por isto, não tarda e teremos de reclamar uma versão revista, i.e, abreviada, do relativamente recente “Guia à descoberta da Biodiversidade do Arouca Geopark”.
   Felizmente, podemos declarar que este ano não fomos visitados pela negra sombra dos incêndios do passado. Podemos voltar a celebrar, encher manchetes de jornais só com boas notícias de dias felizes e amealhar mais óscares. Não há que olhar para trás nem para o lado. É em frente. O céu é o limite!