28 de fevereiro de 2019

III- As espécies domésticas autóctones do território de Arouca: o Gato Europeu Comum

O Gato Europeu Comum é outra das espécies domésticas autóctones do território de Arouca, presente nas casas familiares dos Arouquenses. Trata-se de uma raça de gatos autóctone, de carácter territorial e independente e com grande capacidade de adaptação, sendo um caçador de ratos muito eficaz. À semelhança daquilo que aconteceu em várias partes da Europa, o Gato Europeu Comum, em Arouca, existiu e existe, de modo espontâneo, nas casas familiares, desenvolvendo-se, naturalmente, ao longo dos séculos, com pouca intervenção humana. Em termos comuns, é designado com o nome simples de 'gato' ou com a expressão de 'gato doméstico'. 


Alguém me perguntou, há um tempo, qual é o pior problema que o mundo hoje enfrenta. Não creio que seja a crise económica, mas sim a destruição do meio-ambiente. Milhares de espécies são destruídas todos os anos, desaparecem simplesmente e não as podemos reproduzir. "
Palavras do Professor Doutor Robert Aumann, Catedrático da Universidade Hebraica de Jerusalém, economista e Prémio Nobel da Economia de 2005, numa entrevista publicada no semanário Expresso de 29 de Novembro de 2008, concedida ao jornalista portuense Henrique Cymerman.

26 de fevereiro de 2019

A Pensar Alto... Os Artesãos. O nosso artesanato.

Foram aparecendo pelas feiras antigas, primeiro com a timidez de quem dá passos inseguros depois com as convicções e a segurança de quem ama o que faz. O artesão é a pessoa que fabrica os seus produtos manualmente com a habilidade própria que possui e é auxiliado pelas suas ferramentas, o seu entusiasmo e a sua criatividade. Aproveita e recicla materiais, inventa-lhes novas utilidades e consegue gerar objetos de uma beleza imensa, peças únicas repletas de simplicidades, que apesar de solitárias, estão reunidas junto ao que de melhor o ser humano pode produzir. Assim a modos de quem vai fabricando a sua própria vida, pois no final todos somos e fomos artesãos.

Arouca tem também muitos e bons artesãos. Aproveitei uma destas últimas feiras e sem grandes comprometimentos conversei com uma dúzia deles. Sem escolher, fui andando e conversando e fiquei com uma enorme convicção, todos gostam verdadeiramente do que fazem. As manifestações de prazer foram muitas, e as razões para tal alegria, o produzir com as próprias mãos por sua conta e risco, numerosas. Uns por gosto, outros porque descobriram como preencher o vazio da reforma, outros porque dessa maneira conseguem mostrar os sentimentos guardados, outros porque sempre foram habilidosos e realizam se nestes trabalhos, outros porque sem querer ficaram a saber que há sempre uma nova oportunidade e um novo recomeço, outros porque encontram na solidão do trabalho as companhias que lhes devoram os dias. Mas todos com aquele prazer que não interessa esconder, é mesmo estar próximo da felicidade.

Confesso que lhes tenho alguma inveja. Todos deveríamos ter o dom ou a possibilidade de construir alguma coisa com as nossas mãos, ou desenhar, ou escrever, pintar, esculpir ou inventar, fossem objetos, fossem vontades ou aspirações, até aqueles desejos escondidos bem no fundo. Mas a timidez, a falta de oportunidade, a ocupação com as preocupações quotidianas, as prioridades difíceis de organizar impedem muitas vidas de serem o que gostariam, de viver a vida que pelo menos uma vez idealizaram. Sim porque todos sonham pelo menos uma vez, não importa se cedo ou tarde, o que precisam para serem felizes. Os nossos artesãos concretizam tudo isso e as obras nascem e aparecem, e em todas se nota este entusiasmo em conseguir atingir a coisa mais simples, trabalhar e ser feliz. Apoiemos os nossos artesãos porque apesar de estranho, seremos nós os maiores beneficiados. Gosto mesmo do artesanato e da sua simplicidade. Representa um pouco da nossa terra, o genuíno e o que não devemos deixar esquecer. Fiquei por tudo isto satisfeito com a nossa Câmara por numa parceria, apresentar o projeto Rede de ofícios tradicionais e Arte Criativa em Arouca, numa tentativa de dinamizar o território apostando em criatividade e inovação. Defender o que é nosso e divulgá-lo é este o caminho. Que os nossos artesãos tenham a visibilidade que merecem e espalhem por todo o mundo pedacinhos da nossa terra.

23 de fevereiro de 2019

II- As espécies domésticas autóctones do território de Arouca: o Perdigueiro Português


O Perdigueiro Português é também uma das espécies domésticas autóctones do território de Arouca. É uma raça canina com milénios (um cão de parar, que é das melhores e das mais nobres raças caninas do Mundo, configurado para a caça às perdizes) que foi apurada, precisamente, em parte, a partir de alguns criadores do concelho de Arouca, tal como é referido na obra clássica de Jorge Rodrigues, 'Perdigueiro Português: o cão de parar'. Na Sala do Capítulo do Convento de Arouca, nos seus azulejos, aparece o desenho de um Perdigueiro Português, enquadrado num contexto e num motivo de caça.
Em termos comuns, é conhecido como 'cão de caça às perdizes'.




" Alguém me perguntou, há um tempo, qual é o pior problema que o mundo hoje enfrenta. Não creio que seja a crise económica, mas sim a destruição do meio-ambiente. Milhares de espécies são destruídas todos os anos, desaparecem simplesmente e não as podemos reproduzir. "
Palavras do Professor Doutor Robert Aumann, Catedrático da Universidade Hebraica de Jerusalém, economista e Prémio Nobel da Economia de 2005, numa entrevista publicada no semanário Expresso de 29 de Novembro de 2008, concedida ao jornalista portuense Henrique Cymerman.

I- As espécies domésticas autóctones do território de Arouca: o Podengo Português Médio


O Podengo Português Médio (de pêlo liso ou de pêlo cerdoso) é uma das espécies domésticas autóctones do território de Arouca, que sempre foi utilizado na caça aos coelhos e como cão de guarda. Esta insigne raça canina endógena, com uma identidade definida e muito robusta, tem milénios e é conhecida, em termos comuns, por cão coelheiro, coelheiro, 'cão de caça aos coelhos' ou pela expressão frequente de 'cão de caça'.
Conhece o Podengo Português?

Aspectos da Morfologia do Podengo Português

Cores

Estalão

" Alguém me perguntou, há um tempo, qual é o pior problema que o mundo hoje enfrenta. Não creio que seja a crise económica, mas sim a destruição do meio-ambiente. Milhares de espécies são destruídas todos os anos, desaparecem simplesmente e não as podemos reproduzir.
Palavras do Professor Doutor Robert Aumann, Catedrático da Universidade Hebraica de Jerusalém, economista e Prémio Nobel da Economia de 2005, numa entrevista publicada no semanário Expresso de 29 de Novembro de 2008, concedida ao jornalista portuense Henrique Cymerman.

Sobre a nova ponte pedonal suspensa sobre o rio Paiva, em Arouca...

  Como é óbvio, a nova ponte pedonal suspensa sobre o rio Paiva, pela sua novidade e pela sua singularidade, vai ter muito sucesso. Se os Passadiços do Paiva tiveram sucesso, com esta nova ponte de 516 metros de comprimento, suspensa a 175 metros de altura do rio Paiva (rio da Área Metropolitana do Porto e um dos afluentes principais do rio Douro, em plena Bacia Hidrográfica do Douro), esse sucesso vai-se reforçar, muito mais.
 
 A nova ponte pedonal suspensa sobre o rio Paiva, em Arouca

  Contudo, permitam-me a boa sugestão, as instituições que gerem os Passadiços do Paiva e esta nova ponte pedonal suspensa deverão efectivar várias acções concretas, para valorizar, ainda mais, toda essa área, como o restabelecimento consistente das espécies piscícolas e ripícolas, a despoluição completa das águas do rio Paiva, em colaboração com outros concelhos por onde passa o rio Paiva (com uma análise periódica mais rigorosa das suas águas), a reposição da flora das zonas ardidas, com a plantação de espécies vegetais autóctones próprias desse território, hostilizando, ao extremo, sem hesitar, a introdução de espécies exóticas, como a plantação de eucaliptos e espécies perniciosas afins, etc.
  Em suma: criar uma zona ripícola de muita qualidade endógena e autóctone. 
 São essas algumas das acções concretas que deverão realizar, para a valorização identitária de uma área de Arouca que já é um exemplo de sucesso e reconhecimento. Penso que é uma boa sugestão de alguém que é arouquense e que gosta muito de Arouca, bem como de um cientista social e de um cidadão que defende esse tipo de dinamização económica dos recursos endógenos do território.  

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (IX)

1540.II.24 - D. João III, rei de Portugal (1521-1557), confirma a anexação da freguesia de Santa Eulália ao Mosteiro de Arouca.

1725.II.22 - Dá-se um incêndio de grandes proporções no Mosteiro de Arouca, que apenas poupa a igreja e o novo lanço do dormitório.

1817.II.18 - Os moradores do concelho de Vila Meã do Burgo, cuja carta de foral havia sido concedida por D. Mafalda Sanches, em face do número cada vez mais reduzido de moradores, pedem a extinção do seu concelho, em favor da anexação como freguesia ao envolvente concelho de Arouca.

1886.II.19 - É fundada a Banda Musical de Cabeçais, por Domingos Correia dos Santos Lima.

1927.II.24 - É aprovada a Postura Municipal sobre Automóveis, tornando obrigatório o registo de automóveis, camionetes e camions e a respectiva licença de circulação.

1943.II.22 - O Arquitecto Chefe da Secção do Porto da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais dá parecer desfavorável à instalação de «um cinema sonoro» em Arouca, no rés-do-chão do Mosteiro.

1957.II.22 - Surge o jornal "Notícias de Arouca", pela mão de Maria Alice Oliveira Lusitano Gonçalves e António Augusto Gonçalves, com redacção e administração na freguesia do Burgo.

1962.II.18 - É inaugurado o Salão-Sede do Centro Académico de Santa Eulália.

1981.II.22 - Carlos Neto de Oliveira Esteves, toma posse como Comandante dos Bombeiros Voluntários de Arouca.

1990.II.20 - Tem inicio o I Campeonato de Futebol de Salão de Arouca, organizado pelas associações "Unidos de Rossas" e "Sport Rossas e Malta", no pavilhão da Casa do Povo.

2011.II.19 - É inaugurado o novo Posto Territorial da Guarda Nacional Republicana, em Arouca.

2011.II.21 - É inaugurada a Unidade de Saúde Familiar de Escariz.

21 de fevereiro de 2019

Fenómenos arouquenses


No Entroncamento há fenómenos. Em Arouca também e, no caso, o rol é grande e a dimensão não fica por menos. Fiquemo-nos por cinco exemplos:






Este último fenómeno é evidenciado, ao estilo de lema, na abertura do website da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda. Não tem a dimensão “mundial” de todos os outros fenómenos que identifiquei, é verdade. Inclui uma fina ironia, porque não é só a coleção que ali “permanece” com a solidez do granito. Fenomenal é também a desproporção entre o valor e a valorização do museu e do seu acervo.

Sem conhecer os meandros da política cultural e de promoção turística de Arouca, tenho impressão de que o mosteiro e o Museu de Arte Sacra não encaixam na fórmula Arouca=AroucaGeopark que parece ter vindo a resumir essa política. Não que isso desculpe o atraso de décadas na museografia daquele ex-libris do concelho.

Há três anos tive o privilégio de participar numa visita ao Museu de Aveiro, guiada pelo seu carismático diretor. Como arouquense, e conhecendo o Museu de Arte Sacra de Arouca, percebi que o Museu de Aveiro está anos-luz à frente do Museu de Arte Sacra de Arouca. A “rainha santa” Mafalda não perdia nada em aprender um pouco com a “santa” Joana Princesa.

17 de fevereiro de 2019

A floresta enquanto bem comum - preâmbulo

Agradeço desde já o convite por parte deste blog. Irei, ao longo de alguns pequenos textos abordar o tema da floresta.
A Floresta, organizada ou não, foi durante milénios a fonte primária de energia da humanidade. Dada sua abundância e fácil aproveitamento esta fonte de energia tem sido negligenciada em termos de investimento. O investimento efectuado nas últimas duas décadas nos sectores eólico e solar é de uma grandeza brutal face ao investimento na floresta. 
Padrões, regras, legislação, gabinetes e tudo relacionado com aspectos técnicos e burocratas são de fácil criação e estão perfeitamente definidos. No mudar de mentalidades é que reside a tarefa hercúlea. Na cultura do povo português, esta mudança de mentalidade face à floresta, não passa pela regulação, nem pela fiscalização e muito menos pela admoestação mas sim pela criação de valor monetário e patrimonial ao proprietário florestal e pela garantia de segurança desse mesmo valor, de forma a garantir que este zelará e investirá na sua propriedade florestal.
O principal entrave ao investimento na floresta por parte dos proprietários reside no escasso retorno que esta proporciona face ao elevado risco de perda do capital investido. O investidor é avesso ao risco, logo vai exigir ciclos de retorno curtos e mitigação dos riscos mais previsíveis. 
Usando uma relação de causa efeito, esta falta de investimento conduz ao desinteresse, abandono e desordenamento, que por sua vez, levam ao microfúndio, falta de cadastro, falta de meios de regulação e fiscalização. Todas estas relações são silenciosas e discretas na escala temporal, sendo visíveis apenas nos mega incêndios que tem ocorrido em Portugal desde 2003.

O concelho de Arouca localiza-se a cerca de 19Km do oceano Atlântico e a cerca de 22Km da cidade do Porto

 O concelho de Arouca não se pode considerar um concelho do Interior, porque, na realidade, não é um concelho do Interior. O seu ritmo de desenvolvimento mais lento, se o compararmos com o dos seus congéneres da Área Metropolitana do Porto, surge, em parte, devido às más acessibilidades ao território arouquense...
 Com o auxílio das novas tecnologias, podemos constatar esse facto com muita clareza. Ver, por favor:  



 Como é óbvio, Arouca não é um concelho do Interior. A faixa litoral de um determinado país é apurada a partir da área que se inicia na costa marítima e que se prolonga, em linha recta, cerca de 50 Km, em média, para o interior do território.
 Quando a variante à EN326 estiver concluída, o ritmo de mobilidade, entre Arouca e o litoral e entre Arouca e o espaço urbano do denominado Grande Porto, que já é considerável no presente, vai intensificar-se muito mais...
 Definitivamente, Arouca não é um concelho do Interior. O concelho de Arouca localiza-se a cerca de 19Km do oceano Atlântico e a cerca de 22Km da cidade do Porto.

16 de fevereiro de 2019

Os elementos físicos, naturais, humanos e sociais da identidade autóctone e endógena de Arouca

 O facto de não ter ocorrido uma industrialização muito célere, irracional e agressiva, no concelho de Arouca, foi benéfico, porque fez com que muitos dos elementos físicos, naturais, humanos e sociais da sua identidade autóctone e endógena permanecessem até à contemporaneidade. A valorização desses elementos deve ser uma das acções estruturais, de modo racional, científico e sistemático, das instituições de Arouca e dos Arouquenses, porque esses elementos têm muitíssimas potencialidades, grande parte delas ainda adormecidas e por desenvolver, de modo conveniente.
 Meu estimado e saudoso Mestre, o insigne Professor Doutor Mário Murteira, nos inúmeros diálogos que tivemos, insistia (no actual contexto global, em que o Estado português está integrado no espaço político e económico mais vasto da União Europeia) na necessidade de se valorizar a identidade própria de Portugal, ou seja, na necessidade de se valorizar os seus bons e benévolos elementos autóctones e endógenos, porque, como é óbvio, a valorização e o valor dos fenómenos advém, em parte, da qualidade da sua especificidade idiossincrásica e da sua raridade. O Mundo seria muito monótono e desinteressante se o território fosse igual em todas as localidades dos seus continentes...
É claro que existe um sistema axiológico universal, que é absoluto, para todos os seres humanos de todas as nações e que se reporta à sua estrutura ontológica e orgânica (e esse sistema axiológico absoluto e universal são as 7 Leis Noahides da Torá Sagrada do Criador Uno e Absoluto dos Céus e da Terra, Bendito Seja O Seu Nome Sagrado), mas, quando se fala de nações, está-se também a falar de identidade própria, de uma determinada idiossincrasia cultural, cujos elementos bons e benévolos (apurados a partir do padrão absoluto e universal dos valores morais noahides) devem ser valorizados...Tal como deve acontecer, para o caso específico de Arouca, numa direcção em que, como já referi, o impulso de Modernidade reforce, cada vez mais, aquilo que Arouca tem de melhor, em termos autóctones e endógenos, num território que deve ser cada vez mais próspero, ético, sadio e equilibrado, enquadrado no «espaço natural mais vasto de sempre» de Arouca e dos Arouquenses: a presente Área Metropolitana do Porto e a Região Norte, que têm, como capital, a cidade do Porto, que sempre foi a cidade principal de referência de Arouca e dos Arouquenses.
 Esses elementos são, com toda a certeza, uma das melhores riquezas de Arouca e a sua preservação e dinamização serão um indicador de avanço civilizacional e garantia de sucesso para o desenvolvimento acertado do território de Arouca. A esse propósito, convém recordar as palavras do Professor Doutor Robert Aumann, Catedrático da Universidade Hebraica de Jerusalém, numa entrevista publicada no semanário Expresso de 29 de Novembro de 2008, concedida ao jornalista portuense Henrique Cymerman: " Alguém me perguntou, há um tempo, qual é o pior problema que o mundo hoje enfrenta. Não creio que seja a crise económica, mas sim a destruição do meio-ambiente. Milhares de espécies são destruídas todos os anos, desaparecem simplesmente e não as podemos reproduzir. " A referida insistência, com muita razão, de meu estimado e saudoso Mestre, o insigne Professor Doutor Mário Murteira, corresponde a uma forma de resolução desse problema diagnosticado pelo eminente académico e economista, Professor Doutor Robert Aumann, Nobel da Economia de 2005, com quem também tenho alguma ligação institucional, visto que, para dar um exemplo relevante, a valorização e a dinamização das espécies autóctones, domésticas e selvagens, que têm milénios, são um modo de preservar, em termos biológicos, num acto prospectivo de muito longo prazo, um dos melhores elementos identitários de um determinado território e que constituem uma das suas melhores riquezas endógenas, tal como acontece no caso específico de Arouca.

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (VIII)

1791.II.15 - Por Alvará de D. Maria I, rainha de Portugal, é mandada concluir a ponte de Alvarenga, sobre o rio Paiva, principiada a mando do benemérito bispo de Lamego.

1941.II.15 - A vila de Arouca é fustigada por um ciclone. Entre outros, provocou danos de monta no Mosteiro, levantando telhas, partindo janelas e vidros, e entrando água em abundância na Igreja.

1956.II.12 - A Mesa da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda delibera solicitar à Santa Sé que reconheça a beata Mafalda Sanches como padroeira do concelho de Arouca.

1985.II.12 - É constituída a Associação Cultural e Recreativa de Mansores.

1985.II.14 - É constituído o Grupo Desportivo «Os Leões», com sede na freguesia de Santa Eulália.

1987.II.12 - É constituída a AICIA - Associação para a Integração das Crianças Inadaptadas de Arouca.

1996.II.16 - É constituída a Associação Cultural e Recreativa "Amigos de Rossas".

2000.II.12 - É oficialmente inaugurado o edifício-sede da associação "2002 Nogueiró".

2006.II.13 - Dá-se o falecimento do padre Joaquim da Costa Carlos Pinto (1922-2006). Havia sido ordenado em 7 de Agosto de 1949 e, entre outras, serviu as paróquias de Cabreiros e Rossas.

2006.II.14 - Dá-se o falecimento do padre José de Brito Pereira (1921-2006). Havia sido ordenado em 1 de Janeiro de 1945 e, entre outras, serviu a paróquia de São Bartolomeu de Arouca de 1990 a 1996.

2011.II.17 - É constituída a Academia Sénior de Arouca, com o objectivo de fomentar uma educação não formal para os seniores e dinamizar um conjunto variado de iniciativas de lazer e de cidadania, bem como promover a qualidade de vida dos seus associados.

13 de fevereiro de 2019

Publicações Periódicas Arouquenses

Há dias, com a obtenção das últimas digitalizações de exemplares existentes na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, bem como com a abertura e estudo do pequeno processo de suspensão do título "Defesa de Arouca" pela Comissão de Censura, existente na Torre do Tombo, dei por concluída a parte de recolha e referenciação relativa ao meu trabalho "Publicações Periódicas Arouquenses". São quase cinquenta títulos. Todos com imensas curiosidades, factos de interesse, polémicas e controvérsias, que compulsei com imenso proveito para vários trabalhos inacabados, mas principalmente para o referido.
E, feita a colecção, a certeza de uma entre muitas curiosidades: há, de facto, um «buraco negro» na nossa imprensa local e, também assim, na história de Arouca, desde que Portugal é uma República. Com efeito, no período em que a "Defesa de Arouca" viu o seu titulo suspenso, de 1952 a 1955, não havia outra publicação periódica no nosso concelho. No entanto, nada de monta, se comparada a nossa realidade com dos concelhos vizinhos.
Ainda assim, um facto importante quando se conclui também que, em República, independentemente de perseguições e censuras, sempre houve no nosso concelho pelo menos um jornal, e quase sempre mesmo mais do que um.
É certo que se trata de história recente e parece ser até de relativa ou mesmo pouca importância. Mas não. Acho que, independentemente do seu valor próprio, que é muito, é indiscutível tratar-se de uma das principais fontes, senão mesmo a mais importante fonte da história de Arouca e dos Arouquenses.
Acresce que, desse acervo, não existe no nosso concelho qualquer hemeroteca ou colecção pública, de originais ou cópias, por mais pequena que seja. O que é muito lamentável. Valha-nos, pois, a colecção considerável de alguns títulos existente na Associação de Defesa do Património Arouquense.
A história das publicações periódicas em Arouca é mesmo mais antiga que a República. O primeiro jornal a surgir na nossa vila tinha o título de "O Commercio d'Arouca" e o seu primeiro número viu a luz da publicidade em 19 de Abril de 1888. Rareiam os exemplares deste título, mas lá se conseguiu a digitalização desse primeiro número. O primeiro jornal, editado, composto e impresso em Arouca, no entanto, foi o "Voz de Portugal", Órgão dos interesses do concelho de Arouca. Inaugurou a estampa na véspera de 4 de Junho de 1904. Em 24 de Agosto do ano seguinte surge a "Gazeta de Arouca" e, a partir daqui surgem muitos outros títulos, nos quais é hoje possível compulsar a quase história diária de Arouca, desde pelo menos 1904. No entanto, não é em Arouca, nem sem procurar, muito..., que a maior parte desses periódicos, principalmente os mais antigos, se encontra.
Parece-me, pois, importante a referenciação dessas publicações periódicas, bem como a indicação das existências, tanto mais quando, em nenhuma biblioteca ou colecção se encontram todas e, de todas, nenhuma se encontra completa. Está feita. E, no final, ainda que por aí..., quase completa!

12 de fevereiro de 2019

A Pensar Alto... A minha Defesa. O Semanário defensor.

Desde a primeira vez que nos encontramos, que tivemos a preocupação de remarcar o encontro e assim sendo e sem esquecer, de oito em oito dias lá tínhamos o encontro do costume. Desde a primeira vez o que mais me marcou e surpreendeu foi aquela frase que vi sempre repetida: ”Defensor dos Interesses do Concelho”. A velha Defesa caiu me de surpresa debaixo de vista, já algo gasta de várias leituras, meio abandonada na pequena mesa onde estava o telefone, local da maior importância, onde se guardavam papéis para futura leitura ou uma agenda para consultas urgentes, uma internet dos tempos de então. Claro que a personagem mais importante era o telefone, mas logo a seguir a Defesa. Jornal de poucas páginas, poucos grafismos, assim a modos como o tempo da altura, seco e escorreito. O essencial do País, um olhar pela vida desportiva, uma parte, pequena, que fazia adivinhar o sucesso das revistas cor de rosa, com chegadas, partidas, um aniversário de vez em quando e até um êxito nos estudos. Tudo simples e sem grandes floreados. Depois o mais importante, Arouca, os seus problemas, os seus anseios sem muita variedade de opiniões numa primeira fase, como se estivessem todos de acordo com o caminho a seguir, o rumo era aquele e os timoneiros, os mais sábios, não admitiam grandes discussões. Num País com 40% de analfabetos um jornal era para ser lido, estudado, transmitido e contado como se de um livro com muitas histórias se tratasse. As noticias eram lentas, algumas nem chegavam nunca, depois percebi porquê, o mundo era muito grande e tudo andava muito devagar. A hora da leitura era um tempo de silêncios, de respeitosos momentos de reflexão e terminava- se com a convicção que estávamos finalmente alinhados com o resto do mundo, pois ganhávamos  o direito de ter opinião. Depois era esperar mais 8 dias e o correio lá trazia um novo jornal a quem se encurtara o nome e passara a ser a Defesa, o nosso jornal. E dentro daquelas páginas sempre o tema, defensor. Que concelhos mais haveriam com um defensor tão presente? Como em muitas coisas na vida só lhe sentimos verdadeiramente a falta quando as perdemos e com a interrupção da Defesa ficou um vazio que nenhum outro jornal conseguiu eliminar. Não se conseguem apagar anos e anos de convívio, perto e longe, e continuar como se nada se tivesse passado. O tempo vai distanciando essas leituras mas fica a certeza que o papel que desempenhou nunca vai ser substituído, poderá sim ser complementado e continuamos a ter esperança num regresso diferente mas sempre com a mesma finalidade, defender o nosso Concelho. Há coisas que nunca deviam acabar, pelo menos não as deixemos esquecer. Isso ocorre-nos sempre que consultamos as velhas páginas e nos despedimos com um até breve. Viva a velha “Defesa”. Que o blog que agora lhe ostenta o nome, percorra os mesmos caminhos e seja também com o máximo de independência e pluralismo defensor dos interesses do nosso Concelho. Isso basta e é o mais importante.

Os agradecimentos à Associação de Defesa do Património de Arouca pela cedência das Defesas para consultas e fotos.

10 de fevereiro de 2019

Os cursos profissionais



Todos são importantes. Quando nos encontramos numa época em que o ensino obrigatório são 12 anos de escolaridade temos que preparar os jovens para a vida ativa ainda na escola.

Estes cursos deverão formar profissionais que depois de acabarem estes cursos possam cumprir as tarefas para as quais foram preparados.

Sabemos que muitos cursos profissionalizantes têm no seu final uma empregabilidade de cerca de 100%. Isto, quando estes cursos estão ajustados à realidade das necessidades sócio económicas dos meios em que se encontram.

Como disse na minha primeira frase, todos os cursos são importantes, mas às vezes poderão uns ser mais ajustados à realidade das necessidades que outros.

Ora sabemos que Arouca neste momento vive uma enorme escassez de especialistas ligados à construção civil. E quando falo de construção civil, refiro-me a especialistas em instalações elétricas, pichelaria, eletrónica, etc.

E por habitarmos este território nunca poderemos esquecer ainda a importância igual de produzir especialistas em área ligadas à floresta e à agricultura. Arouca precisa.

Em conclusão, e o que me levou a fazer esta reflexão é o facto de me questionar quais os cursos que realmente deveriam ser lecionados nos nossos agrupamentos. Se estes conduzem ou não os nossos jovens a um futuro profissional concreto ou se apenas lhe dão um equiparação a um final de ciclo escolar sem qualquer âmbito pratico.