27 de setembro de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XLI)

1514.IX.27 – D. Manuel I, rei de Portugal, outorga Carta de Foral ao concelho de Fermedo.

1779.IX.22 – D. Maria I, rainha de Portugal, concede licença às monjas do Mosteiro de Arouca para poderem solicitar, em Roma, a beatificação da rainha Dona Mafalda.

1966.IX.23 – São inaugurados os edifícios escolares de Nabais (Escariz), Agras (Mansores), Bouça (Chave), Lourosa de Matos (Urro), Porto Escuro (Burgo), Silveiras (Janarde) e Bouças (Alvarenga) pelo Ministro da Educação Nacional, Dr. Inocêncio Galvão Telles.

1971.IX.26 – É inaugurado o Campo Desportivo Afonso Pinto de Magalhães.

1975.IX.27 – Alfredo Gonçalves Azevedo, professor, de Cabeçais, oferece ao concelho uma estátua da Rainha Santa Mafalda, com 2 metros de altura, destinada ao futuro largo da padroeira em Arouca.

1977.IX.25 – A Casa Cavadinha abre o primeiro supermercado na vila da Arouca.

1980.IX.29 – É fundada a ADCA – Associação de Defesa da Cultura Arouquense, mais tarde redenominada ADPA – Associação de Defesa do Património Arouquense.

1986.IX.26 – Têm início as Primeiras Jornadas de História e Arqueologia do Concelho de Arouca.

1986.IX.29 – É constituída a associação Conjunto Etnográfico de Moldes de Danças e Corais Arouquenses.

2002.IX.23 – É constituída a EXCOMAR – Associação Arouquense dos Ex-Combatentes do Ultramar.

2005.IX.28 – É inaugurado o novo Campo de Futebol das Relvas, na freguesia de Mansores.

2007.IX.23 – Realiza-se a I Feira de Produtos Agrícolas de Rossas, promovida pela Junta daquela freguesia.

SERÁ QUE OS RESTAURANTES DE AROUCA ANDAM A MENTIR AOS CLIENTES?!...

 Em diálogo com conhecidos meus, afirmaram-me que, de certeza, vários restaurantes de Arouca andavam a mentir aos clientes. Isto porque, argumentavam eles, vários restaurantes de Arouca venderiam vários pratos de "suposta Carne Arouquesa" que (apesar de terem qualidade e de serem bem confeccionados, segundo o modo da gastronomia tradicional de Arouca) não seriam, na realidade, verdadeiramente, dessa apreciada carne bovina autóctone, ao considerarem o número relativamente limitado de exemplares de Raça Bovina Arouquesa que existe na actualidade.
 Como resposta, referi-lhes que, nalguns restaurantes de Arouca, há, de certeza e de modo seguro, «verdadeira Carne Arouquesa», mas também concordei com o facto de que, na realidade, o número de exemplares de Raça Bovina Arouquesa é, de facto, limitado, para tanta procura e para tanto consumo permanente!...
 O «site oficial» da Associação Nacional de Criadores da Raça Arouquesa (ANCRA) informa que existem, na actualidade, em todo o território nacional, cerca de 6488 animais de Raça Bovina Arouquesa. Em face desses números estatísticos, começo a concordar com aqueles meus conhecidos, porque se deduz, facilmente, que, nos restaurantes de Arouca, dado que se verifica um grande volume de negócios e de consumo permanente de pratos de "suposta Carne Arouquesa", nem toda a carne que se vende como «Carne Arouquesa» poderá ser mesmo de «verdadeira Carne Arouquesa». Ainda para mais porque os pratos de Carne Arouquesa também se vendem, com sucesso, noutros concelhos e noutras localidades. 
Vitela Assada no Forno, num restaurante de Arouca
Foto: TripAdvisor


 E essa situação, a ser mesmo verdade, é uma situação ilegal, passível de multas e coimas, que não deveria acontecer em Arouca, mesmo que a carne em questão (a que não é arouquesa) tenha qualidade. Os restaurantes de Arouca não podem mentir aos clientes. O que as estruturas de restauração de Arouca devem fazer é comercializar essa carne, de qualidade mas que não é de Raça Bovina Arouquesa, com denominações adequadas e legais, do tipo, para referir algumas denominações mais óbvias: «vitela assada à moda de Arouca» ou «bife grelhado à moda de Arouca», etc. etc., mas informando sempre os seus clientes de que não é Carne Arouquesa. Só mesmo a verdadeira Carne Arouquesa DOP, devidamente certificada, pode ser vendida como Carne Arouquesa, nos restaurantes de Arouca.
 A «verdadeira Carne Arouquesa», de «verdadeira Raça Bovina Arouquesa», é um produto alimentar de altíssima qualidade, salvaguardado por leis nacionais e por leis europeias. É um produto DOP - Denominação de Origem Protegida, certificado, na actualidade, pela CERTIS e pela ANCRA, que corresponde a uma carne de cor rosada e marmoreada, que é uma tonalidade orgânica gerada pela sua gordura intramuscular, num tipo de carne muito suculenta e muito tenra, ligeiramente húmida, com uma textura orgânica de muitíssima qualidade, única no Mundo, apta, sobretudo, para ser assada no forno ou grelhada.
 Como é óbvio, as várias instituições de Arouca e os Arouquenses devem mobilizar esforços para, de modo permanente, salvaguardar a verdadeira identidade originária, autóctone e endógena da Raça Bovina Arouquesa e a verdadeira qualidade originária da Carne Arouquesa - DOP, porque é um elemento estrutural da identidade de Arouca, com sucesso. No presente, a ANCRA, em Cinfães, possui um talho de Carne Arouquesa, aberto de segunda-feira a sexta-feira e ao sábado de manhã. Portanto, os restaurantes de Arouca podem e devem abastecer-se, de modo permanente e com segurança, a preços acessíveis, de verdadeira Carne Arouquesa - DOP, nesse talho da ANCRA, em Cinfães, que se localiza a cerca de uma hora da vila de Arouca, para ser confeccionada e comercializada nos restaurantes de Arouca...

22 de setembro de 2019

Acerca do EcoEvento - Feira das Colheitas

Depois de ler no site da CMA que: «A Feira das Colheitas 2019 recebeu o selo EcoEvento. O mesmo foi atribuído pela Ersuc – Resíduos Sólidos do Centro, S.A., empresa com a qual o Município de Arouca tem trabalhado no que respeita ao tratamento de resíduos. Os eventos que detêm o galardão do EcoEvento Ersuc são reconhecidos por terem uma preocupação ambiental na gestão dos resíduos e encaminhamento para reciclagem.»
Li com atenção o resto da noticia e não encontrei em lado algum uma medida que a mim me pareceria fundamental para que atribuição do galardão acima referido fizesse ainda mais sentido.
A utilização de COPOS/CANECAS recicláveis à semelhança do que já vem sendo feito num grande número de eventos das mais variadas índoles como  os festivais de Verão ou Agrival, só para citar dois exemplos distintos.
Poderiam os Arouquenses criar um movimento cívico e tornar este evento ainda mais ecológico: "Colheitas 2019 - eu levo a minha caneca e tu?"

21 de setembro de 2019

Parque Nascente

O edifício da Câmara Municipal de  Arouca é já há muito tempo exíguo para todos os serviços que lá alberga. 
É do conhecimento público também já há muito tempo um projecto para um aumento do edifício, sendo que recentemente  a autarquia deu um importante passo com aquisição do terreno situado nas traseiras do actual imóvel. 

Simultaneamente a aquisição deste terreno foi proibido ( e bem) todo o estacionamento em volta do edifico municipal passando este espaço recentemente adquirido a servir como parque de estacionamento provisório. 
Mais cedo ou mais tarde a expansão e as obras do novo edifico irão avançar. 

As prioridades que se têm estabelecido em termos de investimento público são muitas vezes não guiadas pela verdadeira necessidade e urgência das obras mas sim se poderão eventualmente ser comparticipadas com fundos comunitários ou não.
Quando tal acontecer a zona nascente do centro histórico e mais particularmente a autarquia, comércio e serviços envolventes ficarão novamente sem solução e resposta para estacionamento automóvel. 
A solução passará pela criação dum parque subterrâneo no novo edifico ou então pela aquisição do terreno privado a Noroeste, vizinho ao edifício municipal .
Neste momento ambas as soluções são possíveis ainda  que a segunda opção será incomparavelmente mais barata e de mais fácil execução.
Fica a sugestão.

20 de setembro de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XL)

1970.IX.15 – O Chefe de Estado, Almirante Américo Tomás, visita o concelho de Arouca.

1982.IX.17 - É constituído o Clube de Caça e Pesca de Arouca.

1994.IX.15 – É constituída a ADELMA – Associação Desportiva e Recreativa de Lourosa de Matos.

2003.IX.20 – É inaugurado o Espaço Internet de Arouca, a funcionar num espaço anexo ao edifício do antigo Mercado Municipal, futuro Museu Etnográfico de Arouca.

2003.IX.20 – É inaugurada a Sede Social da Associação do Rancho Folclórico “As Lavradeiras de Canelas”.

2004.IX.17 – É inaugurado o Parque de S. Miguel do Mato, junto à Igreja e cemitério.

2005.IX.15 – É lançada a primeira pedra da futura piscina de Escariz.

2005.IX.17 – É inaugurado o Parque de Jogos e Lazer Albino Vieira, em Santa Maria do Monte.

2011.IX.17 – Um grupo de cidadãos, mobilizado no Facebook, denominado “Em defesa da NOSSA PRAÇA”, manifesta-se in loco contra o projecto de regeneração da Praça Brandão de Vasconcelos, no contexto da regeneração do centro urbano da vila de Arouca, no âmbito do POLIS XXI.

2012.IX.15 – É inaugurado o Pólo Escolar de Fermedo.

2012.IX.16 – É inaugurado o Pólo Escolar de Rossas.

19 de setembro de 2019

AROUCA : VISITA VIRTUAL 360º

...E o texto desse 'site' é verdadeiro, científico e rigoroso:
O espaço urbano principal de referência dos arouquenses (capital da sua grande área metropolitana, do Douro Litoral, do Entre Douro e Minho e da região Norte (Portugal)) sempre foi a cidade do Porto, que dista, por estrada, cerca de 55 km da vila de Arouca e cerca de 35 km das fronteiras oeste e noroeste do concelho de Arouca e para onde sempre existiram transportes públicos diários a partir da vila de Arouca. Apesar de estar integrado no distrito de Aveiro (na parte do seu extremo nordeste que faz fronteira com o distrito do Porto), a identidade estrutural autóctone do concelho de Arouca (em termos físicos, orográficos, geológicos, naturais, étnicos, arquitectónicos, gastronómicos e linguísticos) possui a identidade autóctone dos municípios do distrito do Porto (território estrutural do Douro Litoral). O município situa-se em plena bacia hidrográfica do rio Douro, para onde se direcciona o rio Arda a partir do vale de Arouca, que desagua no rio Douro, bem como o rio Paiva (que percorre uma parte da zona nordeste do concelho de Arouca e desagua no rio Douro), onde estão localizados os Passadiços do Paiva, a uma hora de distância do Porto, que permitem, por momentos, sairmos da realidade do espaço urbano do Porto e entrar num cenário saído de um filme. No rio Douro, também desagua o rio Inha, na freguesia de Lomba (Gondomar), que percorre a zona ocidental do concelho de Arouca, desaguando também, no rio Douro, o rio Sardoura, que nasce na fronteira norte da freguesia de Santa Eulália (Arouca).

17 de setembro de 2019

A Pensar Alto... O centro histórico e a rua 1.º de Maio.


Quando despreocupadamente nos passeamos pelas velhas ruas da nossa Vila apercebe-mo-nos que muitas das suas casas estão a sofrer diversas obras que alterarão significativamente aquele ar de decadência que se encontrava já nuns lados, e adivinhava a chegada próxima noutros. Fala-se muito das obras na parte baixa da Vila, as do parque de estacionamento e feira, os arruamentos próximos, e aguarda se com ansiedade a conclusão das mesmas. Uns a favor, outros contra, como é normal. De certeza que aquela parte da Vila vai ficar diferente. As obras concluídas já o mostram e o resto já se adivinha. Da parte alta, a parte mais antiga, a histórica, fala se menos mas aí estão a decorrer mudanças, na minha opinião, que ainda há pouco tempo se julgavam impensáveis. A rua Alexandre Herculano começa a ganhar de novo vida com as recuperações em curso, e já se vêm por lá aqueles ares atarefados de antigamente. As obras da Pensão Alexandre estão a concluir se e começamos a ver uma Vila recuperada a cheirar a fresco. Então e seria oportuno, aproveitar a maré e tentar criar condições para recuperarmos o nosso Centro. A Praça repleta nos dias de festas é pouco. A rua 1º de Maio, gosto-lhe do nome, é aquela rua sem passeios que mais parece uma estrada enfeitada para um dia de visitas, ali pertinho da praça no inicio da subida da avenida. Na minha opinião, deveria ser reclassificada e com circulação automóvel reduzida. Uma rua para peões com comércio variado e útil, que já tem, com a possibilidade de instalar duas boas esplanadas de restaurantes com nome feito, e tudo sem grande despesa. A falta de passeios até ajudava. O quarteirão ficava novo aproveitando as obras no prédio da Pensão. Essa rua tem ligação para o centro comercial da Praça que iria beneficiar também, tem a tiracolo a rua Mourisca com a barbearia na parte mais estreita e que todos sabemos nos recorda tempos antigos pelo seu ar tímido e de poucas comodidades mas tem a vantagem de ir cair também na Praça, no fundo, lá perto do chafariz. Tem a meio umas escadas abandonadas que com um pouco de bom gosto e criatividade, umas pintadelas e uns mosaicos fazem milagres, dão acesso à sede do Geoparque e prolongam a permanência na parte mais antiga da Vila, o Centro. A rua 1º de Maio ao contrário de algumas tem as casas a olhar umas para as outras, tem as medidas adequadas e o impedimento de trânsito não seria muito difícil de resolver. O estacionamento dos frequentadores utilizaria o parque atrás da Câmara e por ali próximo e quem sabe a parte alta da Avenida regressasse também ao dinamismo antigo, agora que por lá até um bar já temos. À partida tudo para dar certo. As paredes antigas da nossa Vila estão a habituar-se de novo ao movimento e ganham de novo aquele ar de satisfação de quem regressa de terras longínqua e traz roupas novas. O turismo que nos visita e por cá permanece merece e deve poder passar a sua estadia com ofertas variadas e com momentos que preencham e justifiquem a deslocação. Não podemos limitar nos a oferecer à “movida” uma rua nada bonita onde as casas e as pessoas olham para portas de garagens e que em meia dúzia de passos esgota o interesse. Esta busca por novas e mais ofertas mantém acesa a chama dos visitantes e prolonga lhes o interesse em estar e regressar rapidamente. E nós que por cá moramos também o merecemos. Fica a opinião.

14 de setembro de 2019

Sobre o novo 'site' oficial do Município de Arouca

 O Município de Arouca tem um novo 'site' oficial na internet, sobre o qual fiz uma primeira leitura muito geral. Em termos estéticos, o novo 'site' é agradável, mais completo e, claramente, melhor e mais moderno que o anterior, mas mantém (é certo, de modo não intencional e porque ainda é muito recente) algumas informações sobre o concelho de Arouca que não são precisas, que já estão obsoletas e que deveriam ser corrigidas.
 Numa primeira abordagem, faço alguns reparos, afim de contribuir para que se melhore e aperfeiçoe o novo 'site':
-Não se deveria referir a noção de que Arouca é um território de transição entre a Região Norte e a Região Centro, porque, na realidade, não o é. Todo o território de Arouca insere-se e enquadra-se, em termos identitários, na Região Norte. Na verdade, o território de transição entre a Região Norte e a Região Centro localiza-se a sul do concelho de Arouca, na zona de Lafões. É, no entanto, correcto afirmar-se que Arouca é um território de transição entre o Litoral e o Interior, ainda que Arouca se insira na área territorial do denominado 'Litoral', para o caso específico de Portugal.
-Não se deveria falar das influências germânica e muçulmana no território de Arouca, porque essas influências nunca existiram, desde que existem seres humanos em Arouca. Isso são teses obsoletas, míticas e «non-sense» de alguns historiadores obsoletos. Quem invadiu e ocupou o território português, a partir do sul, para além dos Romanos, foram os Berberes, do norte de África, que não eram Árabes nem Muçulmanos e que nunca ultrapassaram o centro de Portugal. A influência germânica é também nula: nunca existiu. O 'site' refere, com razão, que não se encontram muitos vestígios da romanização em Arouca, porque os Romanos nunca dominaram o noroeste peninsular. Os Romanos impuseram-se, de modo exógeno, apenas pela via administrativa e do Direito, sendo a Igreja Católica Romana, que é a substituição da estrutura do Império Romano, a sua instituição principal presente no território do noroeste peninsular. A civilização endógena e autóctone, estruturada durante milénios, de onde descendem os Arouquenses, como bem se apercebeu e descreveu o etnógrafo arouquense Albano Ferreira, é a civilização dos castros e das citânias, muito mais antiga, em milénios, que os Romanos e que os Romanos nunca conseguiram dominar, sendo a toponímia do território de Arouca toda ela (menos a urbana moderna, como é óbvio) derivada do hebraico antigo, que era falado por essa civilização milenar dos castros e das citânias, de onde descendem, na realidade, os Arouquenses.
Novo símbolo do 'site' oficial do Município de Arouca

-O novo 'site' tem informações que não estão actualizadas, como o número preciso e actualizado da população da freguesia da sede do concelho e o facto de referir que a NUTS III onde Arouca está integrada é o Entre-Douro-e-Vouga, quando, na realidade, essa NUTS III já não existe, porque foi extinta e substituída (e bem substituída) pela NUTS III da Área Metropolitana do Porto, que funciona também como área metropolitana.
-O novo 'site' tem a grave lacuna de, nos acessos ao concelho de Arouca, não descrever o acesso que é dos mais utilizados (senão mesmo o mais utilizado) na actualidade, pelos Arouquenses e pelas pessoas que entram e saem do concelho de Arouca, que é o acesso do denominado «Fundo do Concelho», pela A32 (Gião) e pela EN 326. Esse será, no futuro próximo, com a construção da segunda fase da Variante à EN 326, entre a Abelheira e a A32, o acesso mais utilizado e directo, para o «espaço territorial mais vasto de sempre» dos Arouquenses: o vizinho 'Grande Porto', onde moram e/ou trabalham milhares de Arouquenses e seus descendentes. Esse acesso deveria, como é óbvio, ser descrito e apresentado, neste novo 'site', como o principal acesso ao concelho de Arouca, porque, na realidade, é mesmo o principal, o mais directo e o mais rápido acesso a Arouca, a partir do Litoral. E, antes desse facto, é o trajecto principal, há séculos, da tendência de mobilidade dos Arouquenses para o Litoral, sobretudo para o 'Grande Porto'.  
-O 'site' deveria mencionar o facto de Arouca estar inserida no distrito de Aveiro apenas de modo muito breve, já que, para me repetir de novo, os Arouquenses, repito, estão, EM QUASE TUDO, ligados ao Porto/Grande Porto, mas não estão, EM QUASE NADA, ligados a Aveiro. É um facto. É uma verdade. É uma realidade. E não é só pelo facto de Arouca estar perto do Porto/Grande Porto que o concelho de Arouca não deveria estar integrado no distrito de Aveiro...Antes disso e como factor de muitíssima importância estrutural, estruturante e nuclear, repito de novo, é pelo facto dos elementos identitários, autóctones e endógenos (físicos, naturais, humanos e sociais) de Arouca se enquadrarem nos elementos identitários, autóctones e endógenos (físicos, naturais, humanos e sociais) e nas divisões territoriais protagonizadas pela cidade do Porto...
 Arouca, repito de novo, muito pouco ou quase nada tem que ver com Aveiro. Por essa razão, Arouca pertence à Região Norte, enquanto Aveiro pertence à Região Centro. Por essa razão, Arouca pertence à Área Metropolitana do Porto, enquanto que Aveiro pertence à Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro. Por essa razão, Arouca, em termos estruturais, localiza-se na Bacia e na Região Hidrográfica do Douro, enquanto que Aveiro localiza-se na Bacia e na Região Hidrográfica do Vouga. Por essa razão, Arouca pertenceu ao Douro Litoral, enquanto que Aveiro pertenceu à Beira Litoral. Por essa razão, no contexto das primeiras divisões territoriais da nação portuguesa, Arouca pertenceu ao Entre-Douro-e-Minho, enquanto que Aveiro pertenceu à Beira. Muito tempo antes de Arouca pertencer ao distrito de Aveiro, Arouca pertenceu, durante cerca de sete longos séculos, ao Entre-Douro-e-Minho, enquadrado na Região Norte, desde que Portugal é Portugal.
 Assim, repito de novo, os Arouquenses, os órgãos autárquicos de Arouca e os vários tipos de instituições de Arouca devem mobilizar, de modo permanente, um esforço pessoal e colectivo, consertado e unânime, para que Arouca, cada vez melhor, se integre, de modo dinâmico, participativo e consistente, nas divisões territoriais que, na realidade, protagonizam, no presente, a inserção institucional e o enquadramento identitário do concelho de Arouca: -a Área Metropolitana do Porto (NUTS III e área metropolitana) e a Região Norte (NUTS II e região), protagonizadas pela cidade do Porto. E, de modo concomitante, "esquecer", de vez, Aveiro, com o qual Arouca e os Arouquenses muito pouco ou quase nada têm que ver.

 Numa primeira abordagem, faço estes reparos para que se melhore e aperfeiçoe o novo 'site', com informações mais precisas e actualizadas, ainda que seja um 'site', claramente, muito melhor daquele que o precedeu...

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XXXIX)


1753.IX.14 – É apresentada a relação de manuscritos e livros impressos com referências a Dona Mafalda Sanches, para exame no âmbito do processo de beatificação daquela filha de D. Sancho I.

1782.IX.12 – João Pedro Soares é confirmado Capitão de Ordenanças, para o concelho de Alvarenga, que vagou por morte de José António Vidal Ferreira Pinto.

1831.IX.11 – Ingressa no Mosteiro de Arouca, como Noviça, Dona Ana Guilhermina de Almeida Carvalhais, do Porto, última religiosa a entrar para este Mosteiro, antes de decretada a sua extinção em 1834.

1857.IX.11 – O bispo de Lamego, manda entregar aos emissários da Real Academia das Ciências de Lisboa todos os documentos que aqueles escolhessem do Cartório do Mosteiro de Arouca. Transitam então para o Arquivo Nacional da Torre do Tombo cerca de 664 pergaminhos, incluindo o cartulário de Dona Maior Martins.

1941.IX.14 – A empresa mineira “Sociedade de Espinheira, Lda.”, inaugura, na vila de Arouca, abaixo do Pombal, a “Separadora Arouquense” de minério.

1943.IX.12 – O Grupo Desportivo de Santa Cruz de Alvarenga e o denominado Futebol Clube de Arouca defrontam-se na inauguração do Campo Desportivo de Sobrado de Paiva. Empataram 2-2.

1946.IX.12 – Dá-se a primeira reunião familiar dos Martins de Drave. O evento teve lugar junto à casa-mãe da aldeia e juntou cerca de 500 parentes.

1968.IX.14 – A Câmara Municipal de Arouca, associa-se ao agraciamento com a Comenda da Ordem do Infante, pelo Governo Português, e presta também homenagem pública ao arouquense, luso-brasileiro Alberto Ferreira dos Santos.

1973.IX.10 – É criada a Casa do Povo de Alvarenga.

2007.IX.12 - É oficialmente inaugurado o Jardim Infantil de São Miguel do Mato, localizado em Belece.

2012.IX.11 – Hugo de Almeida Azevedo, aluno do Instituto Superior de Engenharia do Porto, é eleito presidente da A3 – Associação Académica de Arouca.

2018.IX.11 – É assinado um acordo de cooperação entre o Arouca UNESCO Global Geopark, de Portugal, e o Zhangjiajie UNESCO Global Geopark, da China.

8 de setembro de 2019

MUITO OBRIGADA, Adília Cruz!


Confesso …tenho vivido dias de emoções estranhas, diferentes e mesmo opostas. O início do ano lectivo está cada vez mais próximo e o conjunto de actividades que o antecedeu foi mesmo muito interessante. Como sempre, a escola sabe receber com simpatia e delicadeza os docentes que chegam de longe para viver uma realidade diferente que os espera para novas e reinventadas estórias de e para a educação.

Há uns dias que eu sabia! Conheço-te demasiado bem para não ser capaz de antever que um dia destes, por razões que tu própria conheces e sentes, serias capaz de dizer: 
Basta, vou-me embora!
E tu fizeste-o! 

Ao fim de alguns anos de  extrema dedicação a uma escola, a um agrupamento e a um conjunto de seres diversos e diversificados em formas de pensar e estar na escola e na vida, porque não suportas a ingratidão, porque não toleras a ausência de reconhecimento de um trabalho e de uma missão ao qual te entregaste plenamente e que ultrapassou, em muito, os portões da escola, tiveste a coragem de dizer: NÃO!.

Alguns de nós fomos completamente apanhados de surpresa…muitos serão aqueles que vão agora ter a noção que não estavas agarrada a um cargo que ocupavas por eleição e, sobretudo, devido a um currículo invejável que foste construindo desde que trabalhavas num estabelecimento comercial da vila!

Quase a terminar o último ano lectivo foste, miseravelmente, enxovalhada como não há memória de o ter sido algum dirigente de uma qualquer instituição em Arouca. Esquecendo que, por detrás da directora, está a mulher e a mãe, trataram-te com um desprezo inqualificável que te magoou mas que não te afastou do caminho. E era, absolutamente, mentira aquilo que se propagava…

Eu que estive, desde o primeiro momento, em todo o processo contigo e com a direcção, afirmo agora, pela primeira e última vez, porque não posso e não quero calar mais tempo, esta que é a verdade irrefutável: nunca existiu assédio, agressão ou violação sexual de qualquer aluno na escola. Há brincadeiras de miúdos que são penalizadas, sem contudo revestirem esta gravidade! Mas as mentiras repetiram-se vezes sem conta…para ver se te destruíam, com propósitos mesquinhos de quem faz da maledicência uma forma de vida.

Apesar de tudo, resististe estoicamente! 
É que tu, Adília Cruz. nunca deixaste que a escola fosse gerida de fora para dentro, nunca embarcaste em pressões,  aberrações, petições de demissões ou mesmo face-expulsões…

Dirigiste a minha escola como ninguém! Coordenaste uma escola que nos três domínios contemplados pela avaliação externa tem, em todos eles, a avaliação de Muito Bom; apoiaste sempre com muito orgulho os prémios nacionais e internacionais conseguidos pela escola. Uma escola que, sem uma liderança forte e empenhada como a tua, nunca se poderia afirmar pela “Identidade e Excelência” como tu sempre preconizavas!

Tens uma capacidade de trabalho que muito admiro, desde passar noites sem dormir a fazer todos os horários com uma pequena equipa, até à variedade de formações e de reuniões em que participavas para que a escola estivesse sempre informada, para que nada nem ninguém nos ultrapassasse do que de mais recente se pensava em termos de educação.

Apostaste, com uma inegável veemência, nos cursos profissionais  e conhecias ao pormenor cada turma procurando adequar as equipas pedagógicas ao contexto de cada realidade. Exigias critérios de avaliação rigorosos e monitorizavas, através das várias estruturas intermédias, o trabalho de cada um de nós. Conheces-nos como ninguém e nunca abandonaste qualquer aluno ou professor em momentos de dificuldade. Há uns anos, um dos meus filhos rapazes foi internado no Hospital da Feira e tu não me deixaste ir sozinha, estando ao meu lado até chegar um dos meus familiares. O mesmo vi acontecer com outros colegas que viveram momentos muito complicados.

Se estivemos sempre de acordo? Não…nem pensar…
Eu até criticava essa mania de “querer tudo para ontem”, de estar sempre na primeira linha da implementação das novidades pedagógicas…eu até te disse algumas vezes que se o ministro, em Lisboa, pensava uma inovação curricular, tu já a implementavas no mesmo dia. 

Eras uma directora por missão…que muito fizeste (e por certo vais continuar a fazer) por meninos que te abordavam ou que tu desconfiavas que algo de grave se passava: interrompeste abusos familiares, acabaste com violências, cuidaste de alunos com ímpetos suicidas, arrancaste vítimas a predadores…Enfrentaste juízes, magistrados e tribunais em defesa daqueles miúdos que ainda hoje te enchem o coração. Acolheste os meninos de S. Tomé e Príncipe e acompanhaste todo o seu percurso pessoal, escolar e profissional até aos dias de hoje! Mas isto nunca o divulgaste…fui-me apercebendo ao longo dos 30 anos que sinto a Escola Secundaria de Arouca como minha!

Alguns, lamentavelmente, regozijam-se com a tua atitude e dizem que “Já vais tarde!”, pois eu acrescento que não vais tarde nem cedo, vais no momento que voluntária e conscientemente, decidiste que o deverias fazer porque, minha amiga,  tu nem sequer precisas de ser directora para te afirmares como grande profissional que és e serão,  agora, os alunos que terão à sua frente uma excelente professora de Geografia cujo lema foi, é e será sempre “A ESCOLA NÃO DESISTE DOS SEUS ALUNOS”!

Em meu nome pessoal e dos meus filhos que ajudaste a formar como cidadãos, quero agradecer a pessoa que és e que, por certo, vais continuar a ser, em prol de alunos de excelência e, sobretudo, de alguns meninos, menos favorecidos, que sempre verão em ti um infinito, sereno e esperançado porto de abrigo…

Por tudo isto…

Muito Obrigada, Adília Cruz!
Rosa Sousa

7 de setembro de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XXXVIII)

0951.IX.07 (Era de 989) - D. Ansur e sua mulher D. Eleva doam a Igreja de invocação a São Pedro, São Paulo, São Cosme e São Damião (génese do Mosteiro de Arouca), bem como todo o território que partia com o rio de Moldes, Romariz, Castro e Cartimir, ao abade Hermenegildo.

1867.IX.02 António Teixeira de Brito, ex-presidente da Câmara Municipal e ex-presidente da Comissão Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Arouca, é agraciado com a Comenda da Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, pelos serviços prestados ao concelho de Arouca, muitos em tempo de política agitada.

1890.IX.07 - A Junta de Paróquia de Arouca, resolve fazer um leilão com os móveis, a pedra do campanário e a tribuna da igreja de S. Bartolomeu, antiga Matriz da vila de Arouca.

1897.IX.03Dá-se o falecimento do ex-presidente da Câmara António Teixeira Brandão de Vasconcelos, natural da Casa da Felgueira, freguesia de Rossas, e morador na Casa de Alhavaite, freguesia do Burgo. Em sua homenagem, foi dado o nome à principal praça da vila de Arouca.

1910.IX.05 - É reconhecido como proprietário legal o descobridor da mina de volfrâmio do lugar da Chieira, na freguesia de Alvarenga.

1956.IX.08Aquando das festividades em Honra de Nossa Senhora da Mó, é inaugurada a electrificação do cruzeiro aí existente.

1957.IX.07A Câmara Municipal de Arouca, presidida por Joaquim de Pinho Brandão, da Casa do Roçado, freguesia de Urrô, delibera contrair um empréstimo de 200.000$00 destinado à adaptação do edifício da antiga Escola Primária Conde Ferreira a Quartel da Guarda Republicana de Arouca.

1957.IX.08A Comissão de Melhoramentos do Monte da Senhora da Mó presta Homenagem a Elias Soares de Carvalho, grande pioneiro das obras aí encetadas.

1974.IX.07Abre, na Praça Brandão de Vasconcelos, a confeitaria, salão de chá, café e restaurante «Arca Doce».

1988.IX.06É constituída a Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Provisende, lugar da freguesia de Rossas.

2005.IX.05Na data em que Alfredo de Queirós Ribeiro Vaz Pinto, natural da Casa do Burgo, completaria 100 anos de idade, o Município de Cascais assinala a efeméride com o descerramento de uma placa toponímica naquela cidade, onde Vaz Pinto residiu grande parte da sua vida.

2016.IX.04 – Os World Travel Awards ditinguem os Passadiços do Paiva na categoria de projecto europeu inovador de desenvolvimento turístico. A gala teve lugar na Sardenha, Itália.

5 de setembro de 2019

Cartaz do 75º Aniversário da Feira das Colheitas


Cartaz: Câmara Municipal de Arouca
"A Feira da das Colheitas é uma organização imediata do Grémio da Lavoura, mas, na realidade, um empreendimento de um só homem - o senhor António de Almeida Brandão. E, como realização de um só homem, sujeita a percalços e a contingências, que se torna necessário acautelar para que se não venha a perder esta admirável realidade que é a Feira das Colheitas. O dinâmico e aparentemente sorumbático empreiteiro da Feira tem sido e é, sem ofensa ou menosprezo para quem quer que seja que tenha estado à frente ou colaborado na obra ou finalidade do Grémio da Lavoura, pela continuidade de presença neste organismo, o homem indicado para estar à sua frente, pois muito a tem prestigiado. Senhor António de Almeida Brandão: Vemos o perigo, sempre iminente, da sua ausência ou desaparecimento. O Grémio é um organismo electivo, isto é: pode ou não conservar ou afastar os seus dirigentes e demitir os seus funcionários. E como homem, o senhor António de Almeida Brandão, está sujeito às contingências (longe vá o agouro...) da doença e da morte. E é ocasião de perguntar: Que sucederia se alguns destes fenómenos surgissem? Quem estaria aí, como testamenteiro, para continuar a obra do senhor António de Almeida Brandão? Quererá ele, como arouquense, que se perca ou esqueça uma obra que é sua? Ao próprio dinâmico e calado obreiro deixo a resposta a esta pergunta no que ela contém de perigo e precaução.(...)", ao considerar previamente que "A Feira das Colheitas deixou já de ser um acidente na vida do concelho, porque se tornou no acontecimento, na «realidade» da nossa terra. O que ontem foi ou teria sido uma tentativa ou uma experiência transformou-se já numa tradição radicada, que não pode perder-se nem abastardar-se, mas antes manter-se viva e engrandecida. É hoje, sem dúvida, a maior festa - porque de festa, afinal, se trata - a mais querida e ansiada de toda a gente: - para os lavradores, como obra sua e revelação das suas possibilidades e do seu esforço; para o comércio, a única oportunidade grande para o seu negócio; para a gente moça, ocasião de mostrar as suas graças no palco da Praça e para os forasteiros motivo de atracção ou curiosidade ou, como hoje se diria, de cartaz de uma terra antiga e cheia de tradições. " (em jornal «Defesa de Arouca», nº274, Ano 6 - IIªSérie, 8/10/1960)