17 de setembro de 2019

A Pensar Alto... O centro histórico e a rua 1.º de Maio.


Quando despreocupadamente nos passeamos pelas velhas ruas da nossa Vila apercebe-mo-nos que muitas das suas casas estão a sofrer diversas obras que alterarão significativamente aquele ar de decadência que se encontrava já nuns lados, e adivinhava a chegada próxima noutros. Fala-se muito das obras na parte baixa da Vila, as do parque de estacionamento e feira, os arruamentos próximos, e aguarda se com ansiedade a conclusão das mesmas. Uns a favor, outros contra, como é normal. De certeza que aquela parte da Vila vai ficar diferente. As obras concluídas já o mostram e o resto já se adivinha. Da parte alta, a parte mais antiga, a histórica, fala se menos mas aí estão a decorrer mudanças, na minha opinião, que ainda há pouco tempo se julgavam impensáveis. A rua Alexandre Herculano começa a ganhar de novo vida com as recuperações em curso, e já se vêm por lá aqueles ares atarefados de antigamente. As obras da Pensão Alexandre estão a concluir se e começamos a ver uma Vila recuperada a cheirar a fresco. Então e seria oportuno, aproveitar a maré e tentar criar condições para recuperarmos o nosso Centro. A Praça repleta nos dias de festas é pouco. A rua 1º de Maio, gosto-lhe do nome, é aquela rua sem passeios que mais parece uma estrada enfeitada para um dia de visitas, ali pertinho da praça no inicio da subida da avenida. Na minha opinião, deveria ser reclassificada e com circulação automóvel reduzida. Uma rua para peões com comércio variado e útil, que já tem, com a possibilidade de instalar duas boas esplanadas de restaurantes com nome feito, e tudo sem grande despesa. A falta de passeios até ajudava. O quarteirão ficava novo aproveitando as obras no prédio da Pensão. Essa rua tem ligação para o centro comercial da Praça que iria beneficiar também, tem a tiracolo a rua Mourisca com a barbearia na parte mais estreita e que todos sabemos nos recorda tempos antigos pelo seu ar tímido e de poucas comodidades mas tem a vantagem de ir cair também na Praça, no fundo, lá perto do chafariz. Tem a meio umas escadas abandonadas que com um pouco de bom gosto e criatividade, umas pintadelas e uns mosaicos fazem milagres, dão acesso à sede do Geoparque e prolongam a permanência na parte mais antiga da Vila, o Centro. A rua 1º de Maio ao contrário de algumas tem as casas a olhar umas para as outras, tem as medidas adequadas e o impedimento de trânsito não seria muito difícil de resolver. O estacionamento dos frequentadores utilizaria o parque atrás da Câmara e por ali próximo e quem sabe a parte alta da Avenida regressasse também ao dinamismo antigo, agora que por lá até um bar já temos. À partida tudo para dar certo. As paredes antigas da nossa Vila estão a habituar-se de novo ao movimento e ganham de novo aquele ar de satisfação de quem regressa de terras longínqua e traz roupas novas. O turismo que nos visita e por cá permanece merece e deve poder passar a sua estadia com ofertas variadas e com momentos que preencham e justifiquem a deslocação. Não podemos limitar nos a oferecer à “movida” uma rua nada bonita onde as casas e as pessoas olham para portas de garagens e que em meia dúzia de passos esgota o interesse. Esta busca por novas e mais ofertas mantém acesa a chama dos visitantes e prolonga lhes o interesse em estar e regressar rapidamente. E nós que por cá moramos também o merecemos. Fica a opinião.