27 de dezembro de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (LIV)

1833.XII.26 - Na Casa da Grade e Despacho do Real Mosteiro de Santa Maria de Arouca é aberto, pela última vez, o cofre e pelouro com as justiças para no ano de 1834.

1845.XII.31 - É criada a freguesia de Moldes, por separação da freguesia de Arouca.

1885.XII.25 - José Joaquim Teixeira, mesário da Santa Casa da Misericórdia de Arouca, propõe que se faça um novo cemitério privativo da Santa Casa, em substituição do existente junto à Capela da Misericórdia na Praça de Baixo, no centro da vila.

1936.XII.31 - A freguesia de Várzea que, pelos Censos de 1911, 1920 e 1930, estava anexa à freguesia de Urrô, volta a ser freguesia autónoma. O mesmo sucede com a freguesia de Janarde e Albergaria das Cabras, que no mesmo período estiveram respectivamente anexas às freguesias de Alvarenga e do Burgo.

1941.XII.31 - António de Almeida Brandão, natural e residente na freguesia de Rossas, toma posse como presidente da Câmara Municipal.

1950.XII.26 - A Câmara Municipal comemora o 1º Centenário da morte do ilustre Doutor Coelho da Rocha, que foi da freguesia de S. Miguel do Mato, dando o seu nome à antiga Rua do Corregedor.

1950.XII.28 - O Director Geral do Ministério das Finanças informa que autorizou a instalação provisória da Filarmónica de Arouca numa loja sita na ala poente do Mosteiro de Arouca. Dois dias depois, o responsável pela Secção do Porto discorda desta cedência.

1952.XII.24 - É fundado o Ginásio Club de Arouca. Uma iniciativa de Fernando Calçada, Valdemar Duarte e Joaquim da Rocha Ferreira. Teve a sua primeira sede na Praça Brandão de Vasconcelos, seguindo-se o 2.º Andar da antiga Pensão Ferreira Pinto, com oito salas.

1973.XII.29 - Ernesto Queirós Ribeiro toma posse como presidente da Direcção da Adega Cooperativa de Arouca. Albino Brandão de Sousa Vasconcelos mantém-se como presidente da Mesa da Assembleia Geral.

1976.XII.23 - Dá-se o falecimento de Joaquim Gomes Calçada, com 71 anos, um dos pioneiros dos transportes de passageiros entre a vila de Arouca e a cidade do Porto.

1981.XII.30 - A freguesia de Alvarenga é fustigada por um violento temporal de chuva e vento que destruiu casas, derrubou árvores, postes de electricidade e telefone e, inclusive, as cruzes da igreja matriz.

2003.XII.27 - É inaugurado o Posto de Informação Autárquica na Casa da Cultura, em Cabeçais, freguesia de Fermedo.

20 de dezembro de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (LIII)

1513.XII.20 - D. Manuel I, rei de Portugal, por ocasião da reforma geral dos forais, outorga Carta de Foral à vila de Arouca. O foral em vigor até esta data remontava a Abril de 1151, havia sido dado por Dom Afonso Henriques e confirmado em Novembro de 1217 por Dom Afonso II.

1832.XII.17 - Dom Leonardo de Sousa Brandão, natural da freguesia de Várzea, é confirmado Bispo de Pinhel, pela Bula Apostolatus oficium de Gregório XVI.

1840.XII.16 - A Câmara de Arouca dirige um documento à Rainha D. Maria II, pedindo para que o concelho de Arouca seja considerado cabeça de comarca.

1878.XII.16 - É fundada em Arouca uma sociedade com o nome de “Clube Arouquense”, que funciona até 1885, ano em que se dissolve. Em 1948.XII.07 ressurge sob a denominação “Associação dos Amigos de Arouca”.

1968.XII.18 - Alfredo de Queirós Ribeiro Vaz Pinto, natural da Casa do Burgo, toma posse como Ministro de Estado Adjunto do Governo presidido por Marcelo Caetano.

1975.XII.17 - O Povo da freguesia de Campanhã (Porto), presta homenagem póstuma a Maurício Esteves Pereira Pinto, natural da freguesia de Canelas (Arouca), que exercia medicina naquela localidade de Campanhã, desde 1950.

imagem editada de foto do busto descerrado em 1 de Maio de 1977,
na Praça da Corujeira, em Campanhã, Porto
1977.XII.18 - O Grupo Desportivo de Santa Cruz de Alvarenga, em jogo frente ao Romariz, estreia um novo equipamento “à Vasco da Gama”, oferecido pelo conterrâneo Fernando Tavares Mendes, emigrante no Brasil.

1979.XII.16 - Joaquim Brandão de Almeida, natural da freguesia de Várzea, é eleito presidente da Câmara Municipal. Maria Salomé Martingo Serdoura, natural da freguesia de Moldes, é reeleita presidente da Assembleia Municipal.

1980.XII.22 - É adjudicada, à firma «Construtora Niassa, Lda.», a construção da Escola Preparatória de Arouca.

2000.XII.19 - É constituída a Numofreita – Núcleo de Motoristas da Serra da Freita.

2011.XII.20 - Em sequência da adesão do Município de Arouca ao Sistema Multimunicipal de Saneamento do Grande Porto – Simdouro, S.A., em 20.VI.2007, a Câmara Municipal delibera proceder à entrega da exploração do sistema de saneamento em “alta” àquela empresa.

2011.XII.21 - No âmbito da empreitada de Regeneração Urbana do Centro Histórico de Arouca, é colocada a primeira pedra da reimplantação do antigo Portão do Terreiro de Santa Mafalda, que havia sido removido em 1924. Com este, o agora denominado Largo de Santa Mafalda voltou a ficar inacessível ao trânsito automóvel.

14 de dezembro de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (LII)

1803.XII.10 - É confirmada a criação da paróquia de Janarde.

1817.XII.15 - Por provisão de D. João VI, rei de Portugal, é extinto o concelho de Vila Meã do Burgo.

1867.XII.10 - O concelho de Arouca passa a pertencer ao distrito do Douro.

1893.XII.14 - O Delegado do Tribunal de Aveiro oficia a Repartição da Fazenda de Arouca pedindo para alojar uma força militar no extinto Mosteiro, de forma a obstar aos vários abusos que vêm sendo perpetrados, nomeadamente pela própria Junta de Paróquia.

1964.XII.14 - Dá-se o falecimento do médico Dr. Ângelo Pereira de Miranda. Foi sepultado no cemitério de sua freguesia natal, em Vila Real.

1966.XII.09 - O padre Domingos de Pinho Brandão, natural da Casa do Outeiro, freguesia de Rossas, é nomeado Bispo de Filaca.

1976.XII.12 - Zeferino Duarte Brandão, da freguesia de Várzea, é eleito presidente da Câmara municipal. Maria Salomé Martingo Serdoura, da freguesia de Moldes, é eleita presidente da Assembleia Municipal.

Foto editada de original publica em "Contributos para o Futuro Arquivo de Arouca"
1993.XII.12 - José Armando de Pinho Oliveira “Zola”, natural da freguesia de Urrô e residente na freguesia de Arouca, é eleito presidente da Câmara Municipal. Joaquim Brandão de Almeida, de Várzea, é reeleito presidente da Assembleia Municipal.

1994.XII.13 - É assinado um acordo entre o Reitor do Seminário Maior do Porto e o Presidente do Centro de Estudos Dom Domingos de Pinho Brandão, pelo qual a biblioteca pessoal de Dom Domingos, legada ao Seminário Maior, transita para Arouca ao cuidado do Centro de Estudos Dom Domingos de Pinho Brandão.

1995.XII.14 - Dá-se o falecimento de Carlos Gounod, da vila de Arouca, director do quinzenário “Jornal de Arouca”.

1999.XII.11 - Realiza-se, frente à Câmara Municipal, uma manifestação a favor da Via Estruturante.

2008.XII.12 - Richard Fortey, um dos mais reputados geocientistas do mundo, publica um artigo sobre o Geoparque de Arouca, que faz capa da revista internacional «Geocientist».

10 de dezembro de 2019

A Pensar Alto. Luzes e luzinhas.

Era eu miúdo e ouvi contar diversas vezes uma pequena história que se reforçava sempre a identificar os intervenientes. Eram nossos, da Vila, e toda a gente os conhecia. E a história era a seguinte: A família era muito pobre, na altura nada de espantar, ou de espantar menos que agora, a mesa era grande porque muitos eram os filhos, mas na hora do repasto pouco havia para lhe colocar em cima. O pai, fazia o que podia e a solução encontrada era que quando se tinha que dividir uma sardinha por vários, e misturar com um pedaço pequeno de broa de milho a fome parecia aumentar e nesse caso o pai, pegava no violão já velho de tantos enganos e todos juntos cantavam para se distraírem e com aqueles cantos coletivos conseguiam enganar até o estômago, peça difícil de enganar como todos sabem. Era uma alegria. Lembrei-me desta historinha agora que o Natal parece vir mais depressa, damos uma voltas e estamos de novo nele, quando me apercebi do frenesim que vai por este país com as iluminações a festejar o mesmo. Apoderou-se das autarquias uma febre e uma vontade de tudo iluminar, são enfeites por todo o lado, árvores, arbustos, portas e portões, janelas e arcos altos e bem visíveis, rotundas e tudo onde se possa dependurar qualquer adereço de brilho. E se há pontes ou rios? Aí então é tanta luz que uns óculos de sol nem destoam. Será que estamos numa situação económica que todos querem ser as novas  Paris, Londres ou Berlim? Será que a energia elétrica entrou no black Friday e não saiu mais? Será que apesar da catástrofe iminente o iva da luz baixou? Todos tem resposta, é tudo investimento. Que seria do País se o turismo nos visse de luzes mais apagadas assim a modos como a entrar em depressão, Ninguém vinha ou confundiam-nos com a Espanha. E o pai Natal de óculos antigos, sem luzes suficientes para se guiar e às tantas ter que andar por aí às apalpadelas e trocar as direções? As crianças iriam ter que brincar com desejos alheios e isso é pouco pedagógico com certeza. Enfrentemos e mostremos a todo o mundo que por cá não se brinca aos Natais. O País é pequeno mas dos que mais impostos paga, nisso é gigante, e é sempre a subir, já nem se inventam explicações, a qualidade de vida melhora para poucos, para o resto é aguentar de cara alegre, a ginástica mensal para pagar as contas todas está a dar-nos uma preparação que se houver jogos olímpicos nesta modalidade, somos campeões e seremos todos recebidos pelo Presidente Marcelo, temos bola agora até com moderníssima tecnologia, os nossos alunos entram no infantário e sabem que daí a serem doutores falta pouco, é sempre a abrir, na tv eles casam e descasam a uma velocidade que até espanta terem decorado o nome uns dos outros, que mais queremos, e já me esquecia as tais luzes e luzinhas por todo o lado, umas piscam outras não mas o encanto das cores encurta as noites e satisfaz os egos, vivo num País cheio de luz. É como na história que comecei por contar, falta-nos uma melhor saúde, agora não há verba para os cuidados continuados, educação, não há verba para auxiliares, qualidade de vida, muita gente sobrevive dificilmente, então cantemos e levantemos os olhos para o colorido dos Natais. Vão ver que tudo passa e ajuda a esquecer. É pena este investimento só poder realizar-se neste período do ano, pouco tempo para tanto brilho. Aquelas luzinhas a piscar são a demonstração da enorme vitalidade e criatividade de muita autarquia e disfarçam as amarguras do ano. Para quê falar do resto, vamos é para casa apagar aquelas lâmpadas que ficaram acesas porque luxos desses… nós é que pagamos as faturas.

Boas festas a todos.

9 de dezembro de 2019

"A magia da cidade do arco-íris"

Comentário ao conto infantojuvenil de Maria de Lurdes Duarte, aquando no seu lançamento a 7 de dezembro, na Biblioteca Municipal de Arouca.

Antes de mais quero agradecer à Prof Maria de Lurdes o convite para falar um pouco dela e do conto infantojuvenil que escreveu, convite esse que aceitei imediatamente e que muito me honra.

Conheço a Maria de Lurdes há relativamente pouco tempo - 10 anos - numa circunstância especial: eu, enquanto mãe, ela, enquanto professora primária que veio a acompanhar a minha filha do 1.º ao 4.º anos.

Costumo dizer que as amizades alimentam-se de empatia, respeito e partilha de interesses e que os amigos verdadeiros têm de se conquistar mutuamente. Apesar de algumas divergências de opiniões, aos poucos, nasceu e cresceu a amizade que nos une e que muito me orgulha.

A Prof. Lurdes é dedicada, exigente, disciplinada, atenta, humana, compreensiva, acessível, boa ouvinte e desafiadora.

Pedagoga na verdadeira aceção da palavra, procura na diversidade dos alunos, orientá-los, ressaltando o que de melhor têm, para que consigam ultrapassar as dificuldades, num jogo perfeito de equilibrismo.

Estou a evidenciar a personalidade da Maria de Lurdes porque estou certa que melhor interpretamos as obras quando melhor conhecemos os seus autores.

De facto, neste conto “a magia da cidade do arco-íris”, encontramos um autor conhecedor, um narrador hábil, que domina a linguagem do quotidiano dos jovens, sem a tornar redutora, que doseia a informação, cativando o leitor ao longo da narrativa, intercalando momentos de descrição com momentos de ação. Dá voz às personagens e interpela o leitor chamando-o a participar ativamente na trama. Utiliza recursos estilísticos variados como a metáfora, o humor, a ironia e a crítica que de forma subtil nos leva a “condenar” alguns vícios da sociedade e a “enaltecer” as boas atitudes por serem mais humanas e altruístas.

Se do ponto de vista da estrutura esta narrativa cumpre totalmente os requisitos literários de construção da narrativa (a nível de personagens, espaço, tempo e ação), também a nível da trama ela respeita a morfologia tradicional do conto, onde uma situação problemática coloca em causa a normalidade e os personagens são postos à prova para ultrapassar o problema e repor a normalidade.

Fazendo a analogia com a “Alegoria da Caverna” de Platão, Maria de Lurdes dá-nos a conhecer dois mundos, de natureza antagónica: um localizado no nível inferior, a Terra, mais especificamente a Vila Velha, perdida nos confins do mundo, sugerindo distanciamento, onde habitam dois irmãos, o Samuel e a Magda, e o outro, situado no nível superior, o Mundo Mágico, mais especificamente a cidade do arco-íris, onde figuram como personagens centrais os irmãos Zé e Carol.

O primeiro mundo, terreno, é descrito como cinzento, onde as pessoas são infelizes, onde existe poluição, onde o Sol é prejudicial e abrasador, onde não há água, onde existe excesso de tecnologia, contraposta com falta de humanidade e de educação, onde as brincadeiras ao ar livre são impossíveis, onde os mais velhos são desconsiderados e onde faltam cor e felicidade.

Em oposição, o Mundo Mágico é o mundo da cor, da felicidade, do respeito, da harmonia, da valorização dos mais velhos e da ausência de doenças e de hospitais.

Como acontece em Platão, na “Alegoria da Caverna”, estes dois mundos são postos a comunicar entre si. Maria de Lurdes, de forma criativa, utiliza o fenómeno do arco-íris para fazer a ponte entre dois mundos e faz depender dele a própria sobrevivência de ambas as dimensões, interdependentes.

O elemento que desencadeia a intersecção entre os dois mundos é o desvanecimento das cores do arco-íris, que coloca em risco todo o ambiente e o Planeta, provocado pelos comportamentos dos homens da Terra.

A normalidade é, assim, ameaçada e são as crianças do Mundo Mágico que tomam para si a responsabilidade de corrigir a situação e salvar os dois mundos, sob olhar atento e confiante dos sábios. As crianças são postas à prova, conquistam aliados, ultrapassam os obstáculos e são recompensadas, em benefício próprio mas também de toda a Humanidade e do Mundo Mágico.

De forma resumida, a mensagem que a autora quer transmitir com este conto é que a sociedade deve repensar e modificar atitudes, modelos, comportamentos, adotando modos de vida mais amigos do ambiente, mais sustentáveis, humanos e solidários, renovando a valorização dos valores, do respeito, da gentileza, da educação e da palavra.

Maria de Lurdes Duarte chama a atenção para o papel das crianças e dos jovens no desenho do futuro, sem que os adultos e idosos se desresponsabilizem, porque todos temos um papel a desempenhar, todos somos úteis e necessários e que se assim acontecer, todos os problemas têm solução e que nos cabe a nós decidir como será o final desta estória, que a autora deixa em aberto.

Para terminar, resta dizer que este livro tem uma bonita mensagem, positiva e de esperança, reivindicativa também, que se destina a leitores de todas as idades e que revela a preocupação da autora enquanto cidadã, pedagoga e mãe.

E não há melhor forma de mover pensamentos e corações do que através da literatura, porque, citando a autora, “os livros são asas que nos transportam até ao infinito”.

5 de dezembro de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (LI)

1942.XII.04 A Companhia Mineira do Norte de Portugal, a explorar volfrâmio na região de Arouca, arrenda parte do rés-do-chão do antigo celeiro do Mosteiro para lhe servir de armazém.

1948.XII.07 - Por deliberação dos sócios, o “Clube Arouquense”, fundado em 1878, ressurge sob a denominação “Associação dos Amigos de Arouca”.

1949.XII.01 - A embrionária Escola do «Patronato da Rainha Santa Mafalda», Escola de Costura e Bordados, inicia a sua actividade pela mão do pároco da vila, Padre Adriano de Sousa Moreira.


Foto editada de original publicada em "Contributos para o Futuro Arquivo de Arouca"
1961.XII.08 - É fundada a Associação do Centro Juvenil Salesiano de Arouca.

1975.XII.01 - Entra em funcionamento uma Biblioteca Municipal instalada no antigo edifício dos Paços do Concelho na Praça Brandão de Vasconcelos.

1981.XII.01 - É fundado o Grupo Desportivo “Os Nogueirenses" em Nogueiró, com vista à participação no I Campeonato Popular de Futebol de Seis, organizado pelo Ginásio Club de Arouca.

1981.XII.04 - Um grupo de arouquenses decide implantar em Arouca um Núcleo da Cruz Vermelha Portuguesa.

1983.XII.04 - A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Arouca inaugura as novas instalações na então denominada Avenida Movimento das Forças Armadas, atual Avenida 25 de Abril.

2003.XII.06 - Realiza-se o primeiro capítulo da Confraria Gastronómica da Raça Arouquesa.

2010.XII.07 - A Câmara Municipal delibera adquirir a Sala de Cinema Globo D’Ouro, por 350.000,00 Euros.

2018.XII.01 - Os Passadiços do Paiva são distinguidos como a Melhor Atração de Turismo de Aventura do Mundo 2018 pelos «World Travel Awards». A gala teve lugar no Pátio de Galé, em Lisboa.

4 de dezembro de 2019

Francisco Sá Carneiro faleceu há 39 anos atrás...

Ontem, ao início da noite, de regresso à minha casa do Porto («a minha cidade de sempre e para sempre» e que é uma continuidade de Arouca e vice-versa, que são e serão «o meu território endógeno e vital de sempre e para sempre»), proveniente de um debate muito oportuno e justo (um debate de Liberdade...) sobre a Descentralização e sobre a Regionalização, que aconteceu no Rivoli, entre o Dr. Rui Moreira e o Dr. Fernando Medina, passei pela Rua da Picaria, onde nasceu e onde viveu o Dr. Francisco Sá Carneiro. A Rua da Picaria localiza-se perto da célebre Padaria Ribeiro, que foi fundada por Arouquenses e é propriedade de Arouquenses...Antes desse debate, lanchei, precisamente, na Padaria Ribeiro.
Foto: Partido Social Democrata

Ao passar pela Rua da Picaria, lembrei-me de Francisco Sá Carneiro e do quanto ele representa para mim e para uma grande parte dos Portugueses, na precisa altura do aniversário do seu falecimento físico, que ocorreu há 39 anos atrás. Eu sempre vivi em Liberdade e em Democracia e escolhi e escolho a Liberdade e a Democracia, não entendendo, porém, a Democracia como um regime político definitivo, vendo-a sempre como sendo susceptível de ser aperfeiçoada, de modo permanente, evitando sempre uma possível deriva perniciosa para regimes totalitários e evitando sempre uma possível deriva perniciosa para a ausência de valores morais no próprio regime livre e democrático. Os valores morais absolutos e axiomáticos são, como sempre foram, os valores morais noahides da Torá. O regime político definitivo será, com toda a certeza, a Monarquia Davídica Messiânica, na Era Messiânica, com os valores sagrados e justos da Torá, que ocorrerá, no futuro, a partir de Jerusalém, para toda a Humanidade.
Foi em Arouca (quando constatei o oportunismo político de alguma gente da Esquerda radical que, de modo hipócrita e imerecido, ocupou cargos políticos em Arouca, em pleno regime democrático…) que me apercebi da importância simbólica e da acção política moderada e responsável de Francisco Sá Carneiro, contextualizados pelo território identitário mais vasto do Porto e da Região Norte de Portugal, que é um território de Liberdade.
Francisco Sá Carneiro representa uma mudança serena e responsável do regime corporativo, ditatorial, totalitário e retrógrado do Estado Novo para a Democracia Parlamentar e Representativa, que evitaria a insanidade totalitária, o oportunismo político hipócrita e ignóbil, a desordem e a ineficácia da Revolução marxista, despoletada, sobretudo, a partir do Sul do País. Francisco Sá Carneiro começou a alicerçar um rumo coerente do Estado português livre e moderno a caminho da Europa, estável, democrático e institucionalizado, para se realizar, em Portugal, aquilo que de melhor tinha e tem a Europa livre e civilizada. Francisco Sá Carneiro representa, em Portugal, o início da construção do «Welfare State» e da «Welfare Society», num regime efectivo e real de Liberdade e sempre guiado pelos valores bíblicos, com a acção política e a prática concreta das reformas, para melhorar a sociedade portuguesa e resolver os seus problemas sociais, de modo eficaz e com justiça social. Francisco Sá Carneiro queria, como órgãos de soberania, o Governo e o Parlamento e não o Conselho da Revolução e a Assembleia do Movimento das Forças Armadas. Francisco Sá Carneiro simboliza e representa o combate contra uma nova e perniciosa ditadura que iria, ainda mais, atrasar Portugal, num período que foi, infelizmente, insane e muito contraproducente para Portugal e para os Portugueses e que nos afastou, infelizmente, ainda mais, do que de melhor têm os países centrais e modernos da Europa.
O «Príncipe Sereníssimo», que muito dialogava, na sua cidade do Porto, em termos políticos, com o Dr. Miguel Veiga e com o Dr. Mário Montalvão Machado, faleceu, em termos físicos, há 39 anos atrás e representa e simboliza a Democracia e a Liberdade: essa Liberdade que o Porto e o Norte possuem de modo congénito e que afirmam e concretizam, de modo permanente, num movimento belo, são e granítico de integridade.

Há que recuperar e pôr em prática o «ideário social-democrata» de Francisco Sá Carneiro (expressão que ele tanto gostava de referir ao Dr. Mário Montalvão Machado), construindo melhor e de modo mais eficaz, em Portugal, o «Welfare State» e a «Welfare Society», sempre guiados pelos valores bíblicos. Esperemos que seja aquilo que Rui Rio queira pôr em prática, já que Rui Rio evoca, com frequência, a social-democracia e Francisco Sá Carneiro... Reforçar, por exemplo, muitíssimo mais e cada vez melhor, o Serviço Nacional de Saúde (SNS)...Porque, infelizmente, o partido que Francisco Sá Carneiro ajudou a fundar afastou-se, várias vezes, ao longo das décadas, do «seu ideário social-democrata», ao pôr em prática políticas irresponsáveis, destruidoras e anti-patrióticas, das quais são tristes exemplos a votação, em 1979, com o CDS, contra a criação do SNS, bem como a intenção de desenvolver um sistema privado de Saúde paralelo ao SNS auferindo de fundos do próprio sistema público para esse fim e, mais recentemente, o lamentável corte (quando governou com o CDS-PP) de 15% do orçamento da Saúde, bem como o voto contra a nova Lei de Bases da Saúde, promulgada pelo Presidente da República!...Essas políticas irresponsáveis, anti-patrióticas e destruidoras não são, de facto, justas nem social-democratas, num país onde existem cerca de dois milhões e meio de pessoas pobres, com classes médias frágeis, nem correspondem à prática concreta do «verdadeiro ideário social-democrata de Francisco Sá Carneiro».

As eleições no PSD - tomada de posição


O PSD vai a votos no dia 11 de Janeiro de 2020 para eleger o seu líder.

Até ao momento são conhecidos três candidatos: Rui Rio, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz.

Nesta circunstância e tempo eleitoral que se adivinha acredito que Rui Rio será, dos três, aquele que melhor poderá servir país. Escrevo primeiramente servir o país pois acho que terá que ser desta forma de total espírito de missão e compromisso sério e inabalável para com o país que o líder do partido deverá encarar a sua estratégia política. Primeiro Portugal, secundariamente o partido. Só assim se conseguirá fazer com que os portugueses, os militantes de base e todos os apoiantes sintam motivação para se aproximarem novamente da política e consequentemente do partido. O caminho não será fácil nem curto, mas acredito que passe pelas linhas mestras que Rui Rio nos vem apresentando.

O trabalho que desenvolveu até aqui- está à frente do partido há sensivelmente dois anos- não permitiu mudar tudo o que está mal nem tudo o que até aqui foi feito esteve livre de mácula. Mas a pergunta que interessa colocar será: “Haveria quem fizesse melhor, de forma mais clara, mais convicta, mais séria?”
O PSD uma semana antes das eleições legislativas de 2019 tinha em sondagens publicadas 20 % das intenções de voto. Obteve 28 %, um aumento de quase 50 %. Haveria quem fizesse melhor?
Rui Rio teve dois anos de liderança num partido completamente partido e minado, onde oposição interna foi tão ou mesmo mais destruidora que a externa; como líder manteve o norte, disse ao que vinha e cumpriu com a linha orientadora do seu programa, não enganou nem defraudou ninguém. Haveria quem tivesse feito melhor?

O PSD viveu dois anos de guerrilha interna permanente e instaurada desde a primeira e até quase a última hora. Rui Rio combatia em duas frentes simultaneamente quase com a mesma necessidade e obrigatoriedade de rebater e afirmar as suas ideias e andar constantemente “apagar os fogos” e fogachos internos. Haveria quem tivesse feito melhor?

Ao longo do seu mandato, ao longo da sua campanha foram notórios os apoios de faz de conta, o aparecer para tão somente marcar presença para o futuro; somos um partido de divergências e pluridisciplicar, sempre fomos, mas não podemos ser um partido onde a falsidade e a hipocrisia prevaleçam sobre valores maiores da boa e saudável democracia. Não acredito que quem quer que fosse, nestas condições tivesse feito melhor.

Seria contraproducente não admitir que existiram erros no percurso, com erros de casting, com tomadas de decisões polémicas e discutíveis; acredito e espero que os erros façam parte da aprendizagem  de melhoria  do caminho que se pretende implementar , ou melhor cimentar.
Vejo Rui Rio, o político e homem, como uma pessoa ponderada, sincera e pragmática onde as convicções e o espírito de missão prevalecem acima do interesse partidário. O país à frente do partido.

Pelas razões atrás expostas e por muitas outras poderá contar Rui Rio com o meu apoio na sua recandidatura. Acredito que os militantes de base na sua larga maioria partilham desta mesma convicção. O problema e maior desafio que Rui Rio poderá ter será o de mobilizar os militantes que deverão, à data da eleição, ser militantes activos e com quotas pagas. O afastamento que se vem verificando ao longo das últimas décadas dos militantes e apoiantes de base dos partidos e das suas cúpulas e estruturas organizativas poderá ser neste momento o “calcanhar de aquilies” da candidatura. 
O apelo à mobilização dos militantes, que neste caso passará por estarem dispostos a pagar as cotas, dispostos a reactivarem a sua militância activa para poderem votar deverá ser a mensagem central e fundamental da candidatura correndo o risco se tal não acontecer que a máquina partidária se sobreponha a militância de base.
Como já escrevi e o disse sou essencialmente uma pessoa de convicções. E estou convicto que Rui Rio é o melhor para o partido, mas acima de tudo para Portugal.

Paulo Teixeira

Arouca,  4 de Dezembro de 2019

29 de novembro de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (L)

1600.XI.25 - É extraída uma certidão do Livro do Censual de Lamego de que consta ser a Igreja de São Salvador de Várzea da apresentação do Mosteiro de Arouca.

1784.XI.26 - Janarde autonomiza-se do concelho de Alvarenga.


1870.XI.26 - O Ministério das Obras Publicas, Comércio e Industria, aprova a concessão de um subsídio para ajuda da construção do lanço entre os lugares da Barroca e Zendo, da futura Estrada Rossas – Cabeçais, parte da futura EN 326.


1896.XI.26 - A Junta de Freguesia de Fermedo, nobremente sensível aos valores do passado, opõe-se à alienação, por parte da Câmara Municipal de Arouca, do edifício da velha Câmara, situado em Cabeçais.



Foto editada de original publicada em "Contributos Para o Futuro Arquivo de Arouca"
1933.XI.26 - É inaugurado o actual edifício dos Paços do Concelho.

1933.XI.27 - É inaugurado o Museu de Arte Sacra de Arouca.


1945.XI.27 - Têm início os trabalhos de regularização e encanamento do Rio Marialva, que atravessa o centro da vila. A obra foi entregue a Joaquim Ferreira de Pinho Leão, de Rossas.


1975.XI.25 - Zeferino Duarte Brandão é nomeado presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Arouca.

1980.XI.30 - João da Silva e Sousa é eleito presidente da Direcção do Centro Juvenil Salesiano de Arouca.

1996.XI.29 - É lançada a primeira pedra da futura Zona Desportiva de Arouca.

2000.XI.30 - É instalada a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Arouca.

2017.XI.25 - A Academia de Música de Arouca presta homenagem pública ao professor Ramiro Fernandes, natural da freguesia de Moldes.

26 de novembro de 2019

A Pensar Alto. A "geração única".

Há dias recebi um pequeno vídeo através da net repleto de elogios para a geração de 50-70, mas confesso não lhe dei grande importância. Dias depois recebi de novo o mesmo vídeo enviado por outra pessoa mas falado em Espanhol. Aí, apesar do primeiro impulso ter sido dar-lhe o destino de muitos, resolvi ouvi-lo com atenção para ver como era possível, nós e os Espanhóis ter-mos tido vivências tão semelhantes. E aí estavam os elogios, geração insubstituível com respeito por tudo e todos às colheradas, a acatar ordens com entusiasmo, com gostos bem definidos, a apaixonar-se uma vez e casar para sempre, com belos cuidados de saúde, esta só para rir, andava tudo sozinho, de dia ou de noite em qualquer local esconso com uma segurança de bébé em infantário, ia-se para lá e para cá sem correr riscos nem medos, e muitas qualidades, imensas, tudo embrulhado numa música das de baile de garagem que obrigatoriamente traz boas recordações. E eu que sou com muito orgulho dessa geração, pouco me revi nessas lembranças tão idílicas, uma coisa aqui outra ali. A net tem destas coisas, o ar mais inocente por vezes esconde intenções menos inocentes. Afinal, tenho muito poucas saudades dessa “linda“ ordem na escola, nas igrejas, nas ruas, em todo o lado, porque sei como se conseguia isso, ainda não me esqueci. E não tenho saudades nenhumas. Na verdade a minha geração teve características que me enchem de orgulho. Soubemos contestar, escolher caminhos, procurar semelhanças e derrotar desigualdades, sonhamos ideais, adivinhamos e tivemos um futuro bem diferente dos “prósperos” dias de então. Disso eu lembro-me bem. De muitas guerras, aqui e por ali e tivemos opiniões e partilhas sem ter os pais à cabeceira. Perdemos dias e horas a tentar entender situações que muitos diziam ser hábitos antigos que ninguém iria mudar, mas contrariamos pais e educadores. Não tivemos medo de cantar o que era proibido, de pensar o que era proibido, de falar o que era proibido. Sim, porque até sonhar era proibido. Brincamos como se brincava nesses tempos, dançamos, amamos e vivemos tempos em que a rutura era alegria e orgulho. Claro que no final e à medida que a idade foi somando foi fácil entender que a maioria sentiu que há valores que mereceram o esforço. Deste conjunto de características, desta insatisfação, desta busca pelo perfeito, pelo que é justo, tenho saudades. Isto de já ser idoso tem essa vantagem, já sei do que a casa gasta. Sei que o caminho continua com escolhos e tropeções mas continuo a ter a capacidade de comparar e fazer as minhas escolhas para um futuro muito mais vosso que meu. É verdade, isso ganhamos na minha geração, a capacidade de escolher, e por muito mal que o faça não preciso de ajuda. O futuro não se esconde, nem se adivinha, mas podemos sempre dar um toquezinho. Por morrer um bando de andorinhas a primavera continua. Se a minha geração ou as que lhe ficaram mais próximas fossem únicas e insubstituíveis apesar de muitas coisas boas terem feito, não deparava-mos com um país com um serviço de saúde, grande conquista, mas ainda repleto de trambolhões, uma escola que está permanentemente em ambiente de guerrilha, um serviço judicial que parece anedota, serviços sociais enterrados em papelada, trabalhos precários e formações completamente inúteis, angústias de reformados enganados sem atualizações há anos, e em que a corrupção nos aproxima de outros Continentes, entre outras coisas mais. Apesar de tudo, o importante é continuar a acreditar que as gerações posteriores farão muito melhor. Um ultimo abraço para o José Mário Branco cujas musicas tantas vezes cantarolei e inspiraram muitos dessa geração, esse sim será insubstituível.

23 de novembro de 2019

Sobre a arca tumular da igreja de Urrô

Tal como outros elementos, objectos e peças do nosso património, também a arca tumular colocada junto à porta lateral da igreja matriz de São Miguel de Urrô, de granito de traço simples mas rara no seu género por estas bandas, faz parte do imaginário colectivo e individual de muitas pessoas, nomeadamente, locais. No caso concreto, pelas várias sugestões que se fazem sobre quem alegadamente ali se encontra tumulado, e que vão desde um nobre cavaleiro ou nobilitado local a um célebre cónego ou afamado clérigo. Pois, “muito frio”, como se diz nos jogos de adivinhação.


Eu próprio, que por ali passei vários dias da minha infância, ouvi muitas dessas sugestões, nomeadamente a de que se trataria de um velho padre. Porém, de tão pouco conclusivas que me pareciam, apenas aguçavam ainda mais a minha curiosidade, que, mais tarde ou mais cedo, haveria de satisfazer. E já lá vão uns bons anos desde que, por acaso, a esclareci, ainda os paroquiais se tinham de compulsar no Arquivo Distrital de Aveiro.

Há uns dias, estando a escrever mais umas linhas sobre a vizinha comenda da Ordem de Cristo de Várzea e, por força disso, tendo-me deslocado ao lugar e freguesia de Urrô, fui mais uma vez presenteado, ainda que muito simpaticamente, com uma elaborada sugestão sobre quem, alegadamente, se encontraria sepultado na arca tumular da igreja. Apercebi-me então que as estórias do imaginário popular de tradição se mantinham ainda por esclarecer, sendo ainda hoje alimentadas com entusiasmo e uma impressionante quase certeza.

Por breves minutos pensei não questionar nem desfazer aquele imaginário. Quem se dedica a estas coisas, cedo se apercebe que desfazer imaginários ou esclarecer a história não é simpático aos ouvidos de quem gosta ou tem interesse em laborar sobre estórias, sugestões do imaginário popular ou versões convenientes. Não vale a pena, é assim. E, por isso, é sempre mais aconselhável escrever, não fazer muito alarido e deixar que os escritos façam o seu caminho, ainda que solitário e paralelo ao imaginário... Mas, por sorte, no caso em apreço até foi muito proveitoso para o meu interlocutor desfazer-lhe o equívoco. Vale, pois, a excepção.

Na verdade, como é sabido, ainda que por poucas pessoas, especialmente pelos familiares, na arca colocada junto à porta lateral da igreja matriz de São Miguel de Urrô, não se encontra ou não se tumulou nenhum nobre cavaleiro ou nobilitado local e, muito menos algum célebre cónego ou afamado clérigo. Nem sequer mesmo um homem!

A arca também não é tão antiga como se julga e diz, nem é um monumento ou homenagem pública do concelho, da freguesia, da paróquia ou qualquer agremiação, a quem quer que seja. É, simplesmente, mas muito significativamente, no entanto, um monumento e homenagem a uma mãe feita por seus amados filhos e herdeiros. São, com efeito, os restos mortais de uma mulher que ali se encontram, naquela arca mandada fazer especificamente para ela.

Trata-se de Guiomar Carolina de Sousa Brandão, filha de Dâmaso de Sousa Brandão e Marcelina Cândida da Mota, da Casa da Vinha do Souto de Baixo, da freguesia de Várzea, onde nasceu em 5 de Fevereiro de 1804. Sobrinha paterna, claro está, de Dom Leonardo de Sousa Brandão, último bispo da extinta Diocese de Pinhel, o qual, por sua vez, teve na sua freguesia natal um sepultamento muito menos digno. De resto, é mesmo uma falta muito grave não se ter ainda aí assinalado e feito notar convenientemente esse facto, de relevante interesse para a história da freguesia e paróquia de Várzea. Mas isso são contas doutro rosário.

Guiomar Carolina de Sousa Brandão, casou então (em 14 de Janeiro de 1839) com José Manuel de Pinho, filho de Manuel José de Pinho e Ana da Rocha Campos, “da Casa dos Ciprianos”, do lugar e freguesia de Urrô, onde residiram e tiveram descendência, mas acabou por sobreviver a seu marido por quase vinte anos. Quando esta faleceu, em 28 de Julho de 1887, andava acesa a controvérsia da proibição dos sepultamentos no interior das igrejas e não havia ainda cemitério paroquial na freguesia, pelo que, em face da incerteza do local para sepultamento de sua amada mãe, os filhos da abastada Guiomar Carolina, querendo garantir-lhe o verdadeiro e merecido descanso eterno, tomaram a decisão de mandar fazer uma arca em granito para a sepultar.

Assim se pode ler no respectivo assento de óbito: «Aos vinte e oito dias do mez de julho de mil oitocentos e oitenta e sete, no logar de Urrô, concelho d’Arouca, Bispado do Porto, faleceu tendo apenas recebido o sacramento da penitência e extrema-unção (esta já com duvidas) um individuo do sexo feminino, por nome Guiomar Carolina de Souza Brandão, viúva que ficou de José Manoel de Pinho, proprietária, de idade de oitenta anos, pouco mais ou menos, natural da freguesia de Sam Salvador de Varzea d’este concelho e Diocese, mas moradora já desde há muitos anos n’esta freguesia onde veio casar, onde era parochiana e moradora, filha legitima de Damaso de Souza Brandão, da dita freguesia de Várzea, e de D. Marcelina Cândida da Motta Brandão, natural da freguesia de Canedo, concelho da Feira, d’este Bispado do Porto, proprietários. Fez testamento, deixou filhos e foi sepultada em um tumulo feito pelos seus herdeiros feito no adro da igreja por não haver cemitério definitivo. Para constar mandei lavrar em duplicado este assento que assigno. Era ut supra. O Abbade – António Teixeira da Silva.»

Mais elementos 'cripto-judaicos' e 'cristãos-novos' em Arouca

Os textos semanais do colaborador deste blogue António Brandão de Pinho são muito úteis para conhecer muitos elementos de Arouca e dos Arouquenses. O penúltimo texto que foi publicado refere que, em “1681.XI.11, Dom Luiz da Silva, bispo de Lamego, acaba com o costume do Imperador que tinha lugar na procissão da festa do Espírito Santo, realizada no Burgo de Vila Meã, e em cuja procissão os habitantes deitavam ao lume tripas cheias de substâncias aromáticas e cuja combustão transmitia ao ambiente um cheiro agradável”.
Pelourinho do antigo concelho do Burgo de Vila Meã
(foto: Visitar Portugal)
A Festa do Espírito Santo e o costume do Imperador (que é a versão portuguesa cripto-judaica da Festa de Shavuot, muito presente no noroeste português, mas também nos Açores e no Brasil, que foram colonizados, estruturalmente, por pessoas do noroeste português) são um dos elementos cripto-judaicos mais relevantes que encontramos em várias partes do território de Portugal continental e, portanto, também existia em Arouca, no Burgo, que foi concelho entre os anos de 1363 e de 1817 (era comum). 
É um elemento muito antigo que foi reapropriado e, depois, infelizmente, num acto malévolo, proibido e extinto pela Igreja Católica Romana, em várias localidades de Portugal. Refere-se ao Ruach Ha-Kodesh hebraico.
O Imperador, nessa festividade cripto-judaica, corresponde ao símbolo do Moshiach Ben David, ao Rei-Messias e à linhagem nobre messiânica, que vai inaugurar a Era Messiânica, no futuro, com a construção do Terceiro Templo, no Monte do Templo, na cidade de Jerusalém, na Terra de Israel, num Governo Monárquico Messiânico para os Judeus (613 Mitzvot) e para toda a Humanidade (7 Leis de Noé), numa nova era de prosperidade e de bem-estar nunca vista, depois de várias transformações físicas que vão ocorrer no ambiente cósmico da Terra. A Humanidade está numa escatologia e essa escatologia é Judaica Ortodoxa «Shomer Torá uMitzvot». Não outra.


Assim, em Arouca e no inconsciente colectivo arouquense, para além da procissão dos fogaréus, na altura da Primavera, que liga a capela do Espírito Santo, localizada na zona do Calvário, à igreja da Misericórdia, localizada no centro da vila de Arouca (que é uma antiga comemoração cripto-judaica da Pessach, com roupagens católico-romanas), temos a informação histórica da existência, no Burgo (nessa altura, vila do Burgo de Vila Meã), desta festa cripto-judaica e do costume do Imperador, em que a coroa (um símbolo de nobreza) era um dos objectos e símbolos principais desse evento. Muitas das congregações, das irmandades e das capelas ou das igrejas da Misericórdia e do Espírito Santo (muito presentes no noroeste ibérico, território endógeno dos Judeus Sefarditas Ocidentais, Sefarad Tahor, que eram e são a nobreza do noroeste ibérico) eram antigas sinagogas e foram, durante séculos, instituições cripto-judaicas, com uma roupagem católico-romana, cristãs-novas, mas com o antigo e eterno significado judaico dos valores eternos da Torá Sagrada do Criador Absoluto dos Céus e da Terra, Bendito Seja O Seu Nome Sagrado. Muitos familiares meus, ao longo dos séculos, presidiram e pertenceram à Misericórdia de Arouca. Tenho origens familiares 'cripto-judaicas' e 'cristãs-novas' muito antigas e consistentes, facto que é corroborado por todos os meus sobrenomes familiares, ao longo dos séculos.
Na segunda fotografia, o rebbe Menachem Mendel Schneerson, de abençoada memória, com a coroa da Torá. O Rebbe é o líder judaico ortodoxo mais importante da contemporaneidade, da linhagem davídica, sendo descendente de milenares famílias judaicas portuguesas que emigraram para o Leste europeu. 

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XLIX)

1271.XI.23 – D. Afonso III, rei de Portugal e sobrinho de Dona Mafalda Sanches, contempla o Mosteiro de Arouca, no seu testamento, com trezentas libras.

1750.XI.23 – É passada Carta de Brasão de Armas a Domingos de Almeida Magalhães, capitão de Infantaria Auxiliar, do lugar de Cela, freguesia de Urrô.

1905.XI.19 – Abre, na Rua Garrett ao Largo do Chiado, na cidade de Lisboa, o café “A Brasileira” de Adriano Telles, natural da freguesia de Alvarenga.

1926.XI.22 – Justino Gomes Teixeira é nomeado presidente da comissão de administração dos bens das igrejas do concelho de Arouca.

1938.XI.21 – É aberta ao público a cabine telefónica instalada na Estação Telégrafo-Postal de Arouca.

1951.XI.18 – Realiza-se a inauguração oficial da electrificação da freguesia de Tropeço.

1960.XI.19 – Abre o “Café Central”, na Avenida Dr. Oliveira Salazar (actual Avenida 25 de Abril).

1974.XI.20 – Toma posse a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Arouca, presidida pelo Prof. José Soares Correia Belém.

2007.XI.23 – É apresentando o livro “Os Filhos da Roda”, de Afonso Costa Santos Veiga, editado pela AICIA – Associação para a Integração das Crianças Inadaptadas de Arouca.

2010.XI.2010 – É inaugurado o relvado sintético no Campo Afonso Pinto de Magalhães.

2017.XI.22 – É oficialmente apresentada, em Sessão realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a A4 – Associação de Apoio a Alcoólicos de Arouca.

2018.XI.23 – O Turismo de Portugal lança o concurso público para a concessão da Ala Sul do Mosteiro de Arouca para instalação de uma unidade hoteleira de alojamento.

21 de novembro de 2019

A Verdadeira Realidade do Poder de Compra em Arouca

Na semana que passou foi lançado um relatório sobre o Poder de Compra em Portugal. Os resultados eram apresentados por concelho.
No que toca a Arouca, e é aí que devemos olhar com mais atenção e expetativa, não restam dúvidas que o Poder de Compra tem evoluído. No entanto, também não podemos deixar de verificar que esse crescimento não é assim tão significativo – ficando em 70,77% numa tabela onde a média é 100%. É de registar também que em 2013 esse valor ficava-se pelos 70,10%.
Este resultado, em minha opinião, não pode deixar ninguém satisfeito. E porque será que é este o resultado? Refletindo, constatei alguns factos que são, infelizmente, impossíveis de negar, podendo estar correlacionados com o valor representativo de baixo poder de compra.
Em todo o concelho de Arouca não abriu uma única superfície comercial desde o Minipreço. Não existe um único concessionário de marcas de automóveis. Não houve, depois da crise, a abertura de qualquer nova agência bancária (exceção feita ao Eurobic que talvez o tenha feito por razões do coração e não comerciais). Ao invés, tivemos pelo menos duas agências que encerraram por não haver mercado. Também não vemos a instalação de outro tipo de empresas comerciais ou de restauração de cadeias que se espalham por todo o lado. E até mesmo o comércio tradicional não cresce. Não expande a sua área. Normalmente quando abre uma loja é no mesmo espaço onde outra fechou.
Sem dúvida nenhuma, e por alguma razão, ainda é o dia de feira que mais traz pessoas ao centro de Arouca.
A meu ver isto são os verdadeiros sinais do baixo poder de compra dos Arouquenses. Muito mais que os números lançados em relatório.
Não querendo neste texto dispersar ideias tenho quase a certeza que uma das apostas passaria pela densificação do centro urbano de modo a fazer crescer a população dita urbana, pois é normalmente essa que consome na sua área de influência, a par claro está, com a construção da ligação mais rápida à restante área metropolitana.
Estando em fase de alteração do PDM valeria apena pensar em mudar conceitos que ajudassem nesse sentido. Certo é que à medida que se vão construindo edifícios plurifamiliares em Arouca, com preços de mercado, até um pouco elevados, estes são rapidamente absorvidos pela população.
Sem sombra de dúvidas, Portugal vai crescendo, Arouca também. Mas penso que poderia ter crescido mais e melhor se outras opções tivessem sido tomadas.

16 de novembro de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XLVIII)

1102.XI.13O conde Dom Henrique dá a Echa Martim o governo de Lamego, depois de o ter vencido na batalha «transmotem Fuste in valle de Arauca».

1681.XI.11 - Dom Luiz da Silva, bispo de Lamego, acaba com o costume do Imperador que tinha lugar na procissão da festa do Espírito Santo, realizada no Burgo de Vila Meã, e em cuja procissão os habitantes deitavam ao lume tripas cheias de substâncias aromáticas e cuja combustão transmitia ao ambiente um cheiro agradável.

1741.XI.13 - A abadessa do Mosteiro manda realizar, na igreja de São Bartolomeu, as obras necessárias à colocação do SS Sacrário e da Pia Baptismal, bem como a provê-la dos ornatos necessários a acolher os ofícios paroquiais, até aqui realizados na igreja do Mosteiro.

1863.XI.12 - A Câmara Municipal expropria a casa que tinha servido de Hospedaria do Real Mosteiro para sua «Domus Municipalis». Estava aí instalado entretanto o “Clube Arouquense”.

Foto editada de original publicada em "Contributos para o Futuro Arquivo de Arouca"

1926.XI.14 - Dá à estampa o último número do Quinzenário Critico, Humorístico, Literário e Noticioso “O CHICOTE”, com redacção e administração no Café Central, na Praça Brandão de Vasconcelos.

1951.XI.14 - Dá à estampa o último número de “A VOZ DE AROUCA” – Semanário Republicano, que começou a publicar-se em Agosto de 1930, pelas mãos de Tomás José de Vasconcelos.

1978.XI.16 - São aprovados os Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Arouca. A sede provisória fica instalada num edifício da Praça Brandão de Vasconcelos, pertencente a José Augusto Martins Peres.

1992.XI.17 - É publicado no Diário da República o Plano de Pormenor de Salvaguarda e Reabilitação da Zona Histórica de Arouca.

1993.XI.15 - Chega o telefone à aldeia de Drave.

2002.XI.16 - A Associação “Unidos de Rossas” realiza a I Gala do Desporto de Arouca.

2004.XI.16 - A Câmara Municipal delibera integrar a Rede Nacional das Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos.

2018.XI.16 - O Município de Arouca vence o Prémio Municípios do Ano. A cerimónia teve lugar no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães.