21 de novembro de 2019

A Verdadeira Realidade do Poder de Compra em Arouca

Na semana que passou foi lançado um relatório sobre o Poder de Compra em Portugal. Os resultados eram apresentados por concelho.
No que toca a Arouca, e é aí que devemos olhar com mais atenção e expetativa, não restam dúvidas que o Poder de Compra tem evoluído. No entanto, também não podemos deixar de verificar que esse crescimento não é assim tão significativo – ficando em 70,77% numa tabela onde a média é 100%. É de registar também que em 2013 esse valor ficava-se pelos 70,10%.
Este resultado, em minha opinião, não pode deixar ninguém satisfeito. E porque será que é este o resultado? Refletindo, constatei alguns factos que são, infelizmente, impossíveis de negar, podendo estar correlacionados com o valor representativo de baixo poder de compra.
Em todo o concelho de Arouca não abriu uma única superfície comercial desde o Minipreço. Não existe um único concessionário de marcas de automóveis. Não houve, depois da crise, a abertura de qualquer nova agência bancária (exceção feita ao Eurobic que talvez o tenha feito por razões do coração e não comerciais). Ao invés, tivemos pelo menos duas agências que encerraram por não haver mercado. Também não vemos a instalação de outro tipo de empresas comerciais ou de restauração de cadeias que se espalham por todo o lado. E até mesmo o comércio tradicional não cresce. Não expande a sua área. Normalmente quando abre uma loja é no mesmo espaço onde outra fechou.
Sem dúvida nenhuma, e por alguma razão, ainda é o dia de feira que mais traz pessoas ao centro de Arouca.
A meu ver isto são os verdadeiros sinais do baixo poder de compra dos Arouquenses. Muito mais que os números lançados em relatório.
Não querendo neste texto dispersar ideias tenho quase a certeza que uma das apostas passaria pela densificação do centro urbano de modo a fazer crescer a população dita urbana, pois é normalmente essa que consome na sua área de influência, a par claro está, com a construção da ligação mais rápida à restante área metropolitana.
Estando em fase de alteração do PDM valeria apena pensar em mudar conceitos que ajudassem nesse sentido. Certo é que à medida que se vão construindo edifícios plurifamiliares em Arouca, com preços de mercado, até um pouco elevados, estes são rapidamente absorvidos pela população.
Sem sombra de dúvidas, Portugal vai crescendo, Arouca também. Mas penso que poderia ter crescido mais e melhor se outras opções tivessem sido tomadas.