29 de novembro de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (L)

1600.XI.25 - É extraída uma certidão do Livro do Censual de Lamego de que consta ser a Igreja de São Salvador de Várzea da apresentação do Mosteiro de Arouca.

1784.XI.26 - Janarde autonomiza-se do concelho de Alvarenga.


1870.XI.26 - O Ministério das Obras Publicas, Comércio e Industria, aprova a concessão de um subsídio para ajuda da construção do lanço entre os lugares da Barroca e Zendo, da futura Estrada Rossas – Cabeçais, parte da futura EN 326.


1896.XI.26 - A Junta de Freguesia de Fermedo, nobremente sensível aos valores do passado, opõe-se à alienação, por parte da Câmara Municipal de Arouca, do edifício da velha Câmara, situado em Cabeçais.



Foto editada de original publicada em "Contributos Para o Futuro Arquivo de Arouca"
1933.XI.26 - É inaugurado o actual edifício dos Paços do Concelho.

1933.XI.27 - É inaugurado o Museu de Arte Sacra de Arouca.


1945.XI.27 - Têm início os trabalhos de regularização e encanamento do Rio Marialva, que atravessa o centro da vila. A obra foi entregue a Joaquim Ferreira de Pinho Leão, de Rossas.


1975.XI.25 - Zeferino Duarte Brandão é nomeado presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Arouca.

1980.XI.30 - João da Silva e Sousa é eleito presidente da Direcção do Centro Juvenil Salesiano de Arouca.

1996.XI.29 - É lançada a primeira pedra da futura Zona Desportiva de Arouca.

2000.XI.30 - É instalada a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Arouca.

2017.XI.25 - A Academia de Música de Arouca presta homenagem pública ao professor Ramiro Fernandes, natural da freguesia de Moldes.

26 de novembro de 2019

A Pensar Alto. A "geração única".

Há dias recebi um pequeno vídeo através da net repleto de elogios para a geração de 50-70, mas confesso não lhe dei grande importância. Dias depois recebi de novo o mesmo vídeo enviado por outra pessoa mas falado em Espanhol. Aí, apesar do primeiro impulso ter sido dar-lhe o destino de muitos, resolvi ouvi-lo com atenção para ver como era possível, nós e os Espanhóis ter-mos tido vivências tão semelhantes. E aí estavam os elogios, geração insubstituível com respeito por tudo e todos às colheradas, a acatar ordens com entusiasmo, com gostos bem definidos, a apaixonar-se uma vez e casar para sempre, com belos cuidados de saúde, esta só para rir, andava tudo sozinho, de dia ou de noite em qualquer local esconso com uma segurança de bébé em infantário, ia-se para lá e para cá sem correr riscos nem medos, e muitas qualidades, imensas, tudo embrulhado numa música das de baile de garagem que obrigatoriamente traz boas recordações. E eu que sou com muito orgulho dessa geração, pouco me revi nessas lembranças tão idílicas, uma coisa aqui outra ali. A net tem destas coisas, o ar mais inocente por vezes esconde intenções menos inocentes. Afinal, tenho muito poucas saudades dessa “linda“ ordem na escola, nas igrejas, nas ruas, em todo o lado, porque sei como se conseguia isso, ainda não me esqueci. E não tenho saudades nenhumas. Na verdade a minha geração teve características que me enchem de orgulho. Soubemos contestar, escolher caminhos, procurar semelhanças e derrotar desigualdades, sonhamos ideais, adivinhamos e tivemos um futuro bem diferente dos “prósperos” dias de então. Disso eu lembro-me bem. De muitas guerras, aqui e por ali e tivemos opiniões e partilhas sem ter os pais à cabeceira. Perdemos dias e horas a tentar entender situações que muitos diziam ser hábitos antigos que ninguém iria mudar, mas contrariamos pais e educadores. Não tivemos medo de cantar o que era proibido, de pensar o que era proibido, de falar o que era proibido. Sim, porque até sonhar era proibido. Brincamos como se brincava nesses tempos, dançamos, amamos e vivemos tempos em que a rutura era alegria e orgulho. Claro que no final e à medida que a idade foi somando foi fácil entender que a maioria sentiu que há valores que mereceram o esforço. Deste conjunto de características, desta insatisfação, desta busca pelo perfeito, pelo que é justo, tenho saudades. Isto de já ser idoso tem essa vantagem, já sei do que a casa gasta. Sei que o caminho continua com escolhos e tropeções mas continuo a ter a capacidade de comparar e fazer as minhas escolhas para um futuro muito mais vosso que meu. É verdade, isso ganhamos na minha geração, a capacidade de escolher, e por muito mal que o faça não preciso de ajuda. O futuro não se esconde, nem se adivinha, mas podemos sempre dar um toquezinho. Por morrer um bando de andorinhas a primavera continua. Se a minha geração ou as que lhe ficaram mais próximas fossem únicas e insubstituíveis apesar de muitas coisas boas terem feito, não deparava-mos com um país com um serviço de saúde, grande conquista, mas ainda repleto de trambolhões, uma escola que está permanentemente em ambiente de guerrilha, um serviço judicial que parece anedota, serviços sociais enterrados em papelada, trabalhos precários e formações completamente inúteis, angústias de reformados enganados sem atualizações há anos, e em que a corrupção nos aproxima de outros Continentes, entre outras coisas mais. Apesar de tudo, o importante é continuar a acreditar que as gerações posteriores farão muito melhor. Um ultimo abraço para o José Mário Branco cujas musicas tantas vezes cantarolei e inspiraram muitos dessa geração, esse sim será insubstituível.

23 de novembro de 2019

Sobre a arca tumular da igreja de Urrô

Tal como outros elementos, objectos e peças do nosso património, também a arca tumular colocada junto à porta lateral da igreja matriz de São Miguel de Urrô, de granito de traço simples mas rara no seu género por estas bandas, faz parte do imaginário colectivo e individual de muitas pessoas, nomeadamente, locais. No caso concreto, pelas várias sugestões que se fazem sobre quem alegadamente ali se encontra tumulado, e que vão desde um nobre cavaleiro ou nobilitado local a um célebre cónego ou afamado clérigo. Pois, “muito frio”, como se diz nos jogos de adivinhação.


Eu próprio, que por ali passei vários dias da minha infância, ouvi muitas dessas sugestões, nomeadamente a de que se trataria de um velho padre. Porém, de tão pouco conclusivas que me pareciam, apenas aguçavam ainda mais a minha curiosidade, que, mais tarde ou mais cedo, haveria de satisfazer. E já lá vão uns bons anos desde que, por acaso, a esclareci, ainda os paroquiais se tinham de compulsar no Arquivo Distrital de Aveiro.

Há uns dias, estando a escrever mais umas linhas sobre a vizinha comenda da Ordem de Cristo de Várzea e, por força disso, tendo-me deslocado ao lugar e freguesia de Urrô, fui mais uma vez presenteado, ainda que muito simpaticamente, com uma elaborada sugestão sobre quem, alegadamente, se encontraria sepultado na arca tumular da igreja. Apercebi-me então que as estórias do imaginário popular de tradição se mantinham ainda por esclarecer, sendo ainda hoje alimentadas com entusiasmo e uma impressionante quase certeza.

Por breves minutos pensei não questionar nem desfazer aquele imaginário. Quem se dedica a estas coisas, cedo se apercebe que desfazer imaginários ou esclarecer a história não é simpático aos ouvidos de quem gosta ou tem interesse em laborar sobre estórias, sugestões do imaginário popular ou versões convenientes. Não vale a pena, é assim. E, por isso, é sempre mais aconselhável escrever, não fazer muito alarido e deixar que os escritos façam o seu caminho, ainda que solitário e paralelo ao imaginário... Mas, por sorte, no caso em apreço até foi muito proveitoso para o meu interlocutor desfazer-lhe o equívoco. Vale, pois, a excepção.

Na verdade, como é sabido, ainda que por poucas pessoas, especialmente pelos familiares, na arca colocada junto à porta lateral da igreja matriz de São Miguel de Urrô, não se encontra ou não se tumulou nenhum nobre cavaleiro ou nobilitado local e, muito menos algum célebre cónego ou afamado clérigo. Nem sequer mesmo um homem!

A arca também não é tão antiga como se julga e diz, nem é um monumento ou homenagem pública do concelho, da freguesia, da paróquia ou qualquer agremiação, a quem quer que seja. É, simplesmente, mas muito significativamente, no entanto, um monumento e homenagem a uma mãe feita por seus amados filhos e herdeiros. São, com efeito, os restos mortais de uma mulher que ali se encontram, naquela arca mandada fazer especificamente para ela.

Trata-se de Guiomar Carolina de Sousa Brandão, filha de Dâmaso de Sousa Brandão e Marcelina Cândida da Mota, da Casa da Vinha do Souto de Baixo, da freguesia de Várzea, onde nasceu em 5 de Fevereiro de 1804. Sobrinha paterna, claro está, de Dom Leonardo de Sousa Brandão, último bispo da extinta Diocese de Pinhel, o qual, por sua vez, teve na sua freguesia natal um sepultamento muito menos digno. De resto, é mesmo uma falta muito grave não se ter ainda aí assinalado e feito notar convenientemente esse facto, de relevante interesse para a história da freguesia e paróquia de Várzea. Mas isso são contas doutro rosário.

Guiomar Carolina de Sousa Brandão, casou então (em 14 de Janeiro de 1839) com José Manuel de Pinho, filho de Manuel José de Pinho e Ana da Rocha Campos, “da Casa dos Ciprianos”, do lugar e freguesia de Urrô, onde residiram e tiveram descendência, mas acabou por sobreviver a seu marido por quase vinte anos. Quando esta faleceu, em 28 de Julho de 1887, andava acesa a controvérsia da proibição dos sepultamentos no interior das igrejas e não havia ainda cemitério paroquial na freguesia, pelo que, em face da incerteza do local para sepultamento de sua amada mãe, os filhos da abastada Guiomar Carolina, querendo garantir-lhe o verdadeiro e merecido descanso eterno, tomaram a decisão de mandar fazer uma arca em granito para a sepultar.

Assim se pode ler no respectivo assento de óbito: «Aos vinte e oito dias do mez de julho de mil oitocentos e oitenta e sete, no logar de Urrô, concelho d’Arouca, Bispado do Porto, faleceu tendo apenas recebido o sacramento da penitência e extrema-unção (esta já com duvidas) um individuo do sexo feminino, por nome Guiomar Carolina de Souza Brandão, viúva que ficou de José Manoel de Pinho, proprietária, de idade de oitenta anos, pouco mais ou menos, natural da freguesia de Sam Salvador de Varzea d’este concelho e Diocese, mas moradora já desde há muitos anos n’esta freguesia onde veio casar, onde era parochiana e moradora, filha legitima de Damaso de Souza Brandão, da dita freguesia de Várzea, e de D. Marcelina Cândida da Motta Brandão, natural da freguesia de Canedo, concelho da Feira, d’este Bispado do Porto, proprietários. Fez testamento, deixou filhos e foi sepultada em um tumulo feito pelos seus herdeiros feito no adro da igreja por não haver cemitério definitivo. Para constar mandei lavrar em duplicado este assento que assigno. Era ut supra. O Abbade – António Teixeira da Silva.»

Mais elementos 'cripto-judaicos' e 'cristãos-novos' em Arouca

Os textos semanais do colaborador deste blogue António Brandão de Pinho são muito úteis para conhecer muitos elementos de Arouca e dos Arouquenses. O penúltimo texto que foi publicado refere que, em “1681.XI.11, Dom Luiz da Silva, bispo de Lamego, acaba com o costume do Imperador que tinha lugar na procissão da festa do Espírito Santo, realizada no Burgo de Vila Meã, e em cuja procissão os habitantes deitavam ao lume tripas cheias de substâncias aromáticas e cuja combustão transmitia ao ambiente um cheiro agradável”.
Pelourinho do antigo concelho do Burgo de Vila Meã
(foto: Visitar Portugal)
A Festa do Espírito Santo e o costume do Imperador (que é a versão portuguesa cripto-judaica da Festa de Shavuot, muito presente no noroeste português, mas também nos Açores e no Brasil, que foram colonizados, estruturalmente, por pessoas do noroeste português) são um dos elementos cripto-judaicos mais relevantes que encontramos em várias partes do território de Portugal continental e, portanto, também existia em Arouca, no Burgo, que foi concelho entre os anos de 1363 e de 1817 (era comum). 
É um elemento muito antigo que foi reapropriado e, depois, infelizmente, num acto malévolo, proibido e extinto pela Igreja Católica Romana, em várias localidades de Portugal. Refere-se ao Ruach Ha-Kodesh hebraico.
O Imperador, nessa festividade cripto-judaica, corresponde ao símbolo do Moshiach Ben David, ao Rei-Messias e à linhagem nobre messiânica, que vai inaugurar a Era Messiânica, no futuro, com a construção do Terceiro Templo, no Monte do Templo, na cidade de Jerusalém, na Terra de Israel, num Governo Monárquico Messiânico para os Judeus (613 Mitzvot) e para toda a Humanidade (7 Leis de Noé), numa nova era de prosperidade e de bem-estar nunca vista, depois de várias transformações físicas que vão ocorrer no ambiente cósmico da Terra. A Humanidade está numa escatologia e essa escatologia é Judaica Ortodoxa «Shomer Torá uMitzvot». Não outra.


Assim, em Arouca e no inconsciente colectivo arouquense, para além da procissão dos fogaréus, na altura da Primavera, que liga a capela do Espírito Santo, localizada na zona do Calvário, à igreja da Misericórdia, localizada no centro da vila de Arouca (que é uma antiga comemoração cripto-judaica da Pessach, com roupagens católico-romanas), temos a informação histórica da existência, no Burgo (nessa altura, vila do Burgo de Vila Meã), desta festa cripto-judaica e do costume do Imperador, em que a coroa (um símbolo de nobreza) era um dos objectos e símbolos principais desse evento. Muitas das congregações, das irmandades e das capelas ou das igrejas da Misericórdia e do Espírito Santo (muito presentes no noroeste ibérico, território endógeno dos Judeus Sefarditas Ocidentais, Sefarad Tahor, que eram e são a nobreza do noroeste ibérico) eram antigas sinagogas e foram, durante séculos, instituições cripto-judaicas, com uma roupagem católico-romana, cristãs-novas, mas com o antigo e eterno significado judaico dos valores eternos da Torá Sagrada do Criador Absoluto dos Céus e da Terra, Bendito Seja O Seu Nome Sagrado. Muitos familiares meus, ao longo dos séculos, presidiram e pertenceram à Misericórdia de Arouca. Tenho origens familiares 'cripto-judaicas' e 'cristãs-novas' muito antigas e consistentes, facto que é corroborado por todos os meus sobrenomes familiares, ao longo dos séculos.
Na segunda fotografia, o rebbe Menachem Mendel Schneerson, de abençoada memória, com a coroa da Torá. O Rebbe é o líder judaico ortodoxo mais importante da contemporaneidade, da linhagem davídica, sendo descendente de milenares famílias judaicas portuguesas que emigraram para o Leste europeu. 

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XLIX)

1271.XI.23 – D. Afonso III, rei de Portugal e sobrinho de Dona Mafalda Sanches, contempla o Mosteiro de Arouca, no seu testamento, com trezentas libras.

1750.XI.23 – É passada Carta de Brasão de Armas a Domingos de Almeida Magalhães, capitão de Infantaria Auxiliar, do lugar de Cela, freguesia de Urrô.

1905.XI.19 – Abre, na Rua Garrett ao Largo do Chiado, na cidade de Lisboa, o café “A Brasileira” de Adriano Telles, natural da freguesia de Alvarenga.

1926.XI.22 – Justino Gomes Teixeira é nomeado presidente da comissão de administração dos bens das igrejas do concelho de Arouca.

1938.XI.21 – É aberta ao público a cabine telefónica instalada na Estação Telégrafo-Postal de Arouca.

1951.XI.18 – Realiza-se a inauguração oficial da electrificação da freguesia de Tropeço.

1960.XI.19 – Abre o “Café Central”, na Avenida Dr. Oliveira Salazar (actual Avenida 25 de Abril).

1974.XI.20 – Toma posse a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Arouca, presidida pelo Prof. José Soares Correia Belém.

2007.XI.23 – É apresentando o livro “Os Filhos da Roda”, de Afonso Costa Santos Veiga, editado pela AICIA – Associação para a Integração das Crianças Inadaptadas de Arouca.

2010.XI.2010 – É inaugurado o relvado sintético no Campo Afonso Pinto de Magalhães.

2017.XI.22 – É oficialmente apresentada, em Sessão realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a A4 – Associação de Apoio a Alcoólicos de Arouca.

2018.XI.23 – O Turismo de Portugal lança o concurso público para a concessão da Ala Sul do Mosteiro de Arouca para instalação de uma unidade hoteleira de alojamento.

21 de novembro de 2019

A Verdadeira Realidade do Poder de Compra em Arouca

Na semana que passou foi lançado um relatório sobre o Poder de Compra em Portugal. Os resultados eram apresentados por concelho.
No que toca a Arouca, e é aí que devemos olhar com mais atenção e expetativa, não restam dúvidas que o Poder de Compra tem evoluído. No entanto, também não podemos deixar de verificar que esse crescimento não é assim tão significativo – ficando em 70,77% numa tabela onde a média é 100%. É de registar também que em 2013 esse valor ficava-se pelos 70,10%.
Este resultado, em minha opinião, não pode deixar ninguém satisfeito. E porque será que é este o resultado? Refletindo, constatei alguns factos que são, infelizmente, impossíveis de negar, podendo estar correlacionados com o valor representativo de baixo poder de compra.
Em todo o concelho de Arouca não abriu uma única superfície comercial desde o Minipreço. Não existe um único concessionário de marcas de automóveis. Não houve, depois da crise, a abertura de qualquer nova agência bancária (exceção feita ao Eurobic que talvez o tenha feito por razões do coração e não comerciais). Ao invés, tivemos pelo menos duas agências que encerraram por não haver mercado. Também não vemos a instalação de outro tipo de empresas comerciais ou de restauração de cadeias que se espalham por todo o lado. E até mesmo o comércio tradicional não cresce. Não expande a sua área. Normalmente quando abre uma loja é no mesmo espaço onde outra fechou.
Sem dúvida nenhuma, e por alguma razão, ainda é o dia de feira que mais traz pessoas ao centro de Arouca.
A meu ver isto são os verdadeiros sinais do baixo poder de compra dos Arouquenses. Muito mais que os números lançados em relatório.
Não querendo neste texto dispersar ideias tenho quase a certeza que uma das apostas passaria pela densificação do centro urbano de modo a fazer crescer a população dita urbana, pois é normalmente essa que consome na sua área de influência, a par claro está, com a construção da ligação mais rápida à restante área metropolitana.
Estando em fase de alteração do PDM valeria apena pensar em mudar conceitos que ajudassem nesse sentido. Certo é que à medida que se vão construindo edifícios plurifamiliares em Arouca, com preços de mercado, até um pouco elevados, estes são rapidamente absorvidos pela população.
Sem sombra de dúvidas, Portugal vai crescendo, Arouca também. Mas penso que poderia ter crescido mais e melhor se outras opções tivessem sido tomadas.

16 de novembro de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XLVIII)

1102.XI.13O conde Dom Henrique dá a Echa Martim o governo de Lamego, depois de o ter vencido na batalha «transmotem Fuste in valle de Arauca».

1681.XI.11 - Dom Luiz da Silva, bispo de Lamego, acaba com o costume do Imperador que tinha lugar na procissão da festa do Espírito Santo, realizada no Burgo de Vila Meã, e em cuja procissão os habitantes deitavam ao lume tripas cheias de substâncias aromáticas e cuja combustão transmitia ao ambiente um cheiro agradável.

1741.XI.13 - A abadessa do Mosteiro manda realizar, na igreja de São Bartolomeu, as obras necessárias à colocação do SS Sacrário e da Pia Baptismal, bem como a provê-la dos ornatos necessários a acolher os ofícios paroquiais, até aqui realizados na igreja do Mosteiro.

1863.XI.12 - A Câmara Municipal expropria a casa que tinha servido de Hospedaria do Real Mosteiro para sua «Domus Municipalis». Estava aí instalado entretanto o “Clube Arouquense”.

Foto editada de original publicada em "Contributos para o Futuro Arquivo de Arouca"

1926.XI.14 - Dá à estampa o último número do Quinzenário Critico, Humorístico, Literário e Noticioso “O CHICOTE”, com redacção e administração no Café Central, na Praça Brandão de Vasconcelos.

1951.XI.14 - Dá à estampa o último número de “A VOZ DE AROUCA” – Semanário Republicano, que começou a publicar-se em Agosto de 1930, pelas mãos de Tomás José de Vasconcelos.

1978.XI.16 - São aprovados os Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Arouca. A sede provisória fica instalada num edifício da Praça Brandão de Vasconcelos, pertencente a José Augusto Martins Peres.

1992.XI.17 - É publicado no Diário da República o Plano de Pormenor de Salvaguarda e Reabilitação da Zona Histórica de Arouca.

1993.XI.15 - Chega o telefone à aldeia de Drave.

2002.XI.16 - A Associação “Unidos de Rossas” realiza a I Gala do Desporto de Arouca.

2004.XI.16 - A Câmara Municipal delibera integrar a Rede Nacional das Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos.

2018.XI.16 - O Município de Arouca vence o Prémio Municípios do Ano. A cerimónia teve lugar no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães.

15 de novembro de 2019

Na verdade, as pessoas vivem na Região Norte...

É mesmo de lamentar essa afirmação da ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, porque, para além de não ser verdadeira, faz com se comece a deduzir que esse novo ministério do novo Governo talvez não sirva para nada, a não ser para aumentar os cargos burocráticos parasitários situados em Lisboa e arredores, contribuindo, ainda mais, para o ultra-centralismo dessa cidade sulista que é, como sempre foi, uma péssima capital para o País como um todo, localizada na zona saloia da Estremadura portuguesa, com o seu carácter sub-urbano. E periférica, quer no contexto ibérico, quer no contexto europeu, para não referir no contexto global.
E essa afirmação da ministra e o seu sentido e significado não são verdadeiros, porque, na realidade e na verdade, as pessoas vivem na Região Norte, seguindo o sentido e significado da expressão da ministra. Os números estatísticos não mentem. São claros, factuais e quantitativos. A região NUTS II mais populosa de Portugal é a Região Norte, que tem cerca 3 690 610 habitantes. A Área Metropolitana de Lisboa (NUTS II) tem cerca de 2 812 678 habitantes. Portanto, a Região Norte tem mais cerca de 877 922 habitantes que a Área Metropolitana de Lisboa (NUTS II).
A Região Norte, que tem cerca de 3 690 610 habitantes, é a região (NUTS II) mais populosa do Estado português.
Gravura: ContraMapa 

Assim, seguindo o sentido e o significado dessa asserção da ministra, o correcto seria afirmar-se que as pessoas vivem na Região Norte. E não em Lisboa. Tal como os Arouquenses, que são Nortenhos, vivem na Região Norte e são pessoas autóctones da Região Norte, que é mesmo a região mais populosa do País.
Uma das diferenças estruturais das pessoas que habitam a populosa Região Norte em relação às pessoas que habitam a Área Metropolitana de Lisboa - NUTS II (também populosa, mas menos populosa que a Região Norte - NUTS II) é que, em termos estruturais, as da Região Norte são originárias do próprio território nortenho, enquanto que grande parte das pessoas que habitam a Área Metropolitana de Lisboa não são de lá ou são filhos, netos ou bisnetos de pessoas que não são de lá. Grande parte delas foram forçadas, por razões sócio-económicas, a emigrar para lá. Facto que está na origem da falta de coesão identitária da Área Metropolitana de Lisboa, constituída, em grande parte, por gente desenraízada, proveniente dos mais variados lugares.
A Região Norte de Portugal, para além de ser a região mais populosa do País e com gente enraízada, autóctone, tem (considerada a nível macro, numa abordagem geral, abstraindo algumas nuances identitárias específicas) muita coesão identitária, devido, em termos estruturais, à influência da Bacia e da Região Hidrográfica do rio Douro, que configura, de modo nuclear, a Região Norte (e quase a totalidade do território de Arouca localiza-se na Bacia e na Região Hidrográfica do rio Douro, sendo um concelho endógeno e autóctone da Região Norte, do Entre-Douro-e-Minho, do Douro Litoral e da Área Metropolitana do Porto, mas que, por um grande erro crasso, foi integrado, de modo completamente arbitrário e sem sentido, no distrito de Aveiro, em 1835). Para além dessa influência física e natural, este fenómeno também se pode explicar em termos etnológicos, já que as civilizações milenares que formaram as gentes da Região Norte têm uma idiossincrasia distinta das que formaram as gentes do Sul e do Centro de Portugal, formadas, essencialmente, por civilizações exógenas, invasoras do território português e muito mais recentes. A Região Norte, para me repetir em relação a textos anteriores publicados neste blogue, tem muitíssimo mais que ver com a Galiza do que com o Sul e o Centro de Portugal, em todos os seus elementos identitários: físicos, naturais, humanos e sociais. A Região Norte de Portugal e a Galiza são uma verdadeira nação identitária, com muita coesão identitária, endógena e idiossincrásica. Constituem, por essa razão, uma das euro-regiões melhor definidas e melhor delimitadas.
Mas, retomando o assunto inicial, para ser mais preciso, na realidade, ao contrário do que quer fazer crer a ministra, as pessoas vivem em todas as cinco regiões do Portugal continental e nas duas regiões do Portugal insular. As pessoas não vivem apenas em Lisboa. Se a Área Metropolitana de Lisboa tem cerca de 2 812 678 habitantes, não considerando, agora, as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, o restante território de Portugal Continental (Região Norte, Região Centro, Alentejo e Algarve) tem cerca de 7 228 292 habitantes. Tem muitíssimo mais população que a Área Metropolitana de Lisboa. Definitivamente, em Portugal, as pessoas não vivem, mesmo nada, apenas em Lisboa...
Para se resolver esse GRANDE PROBLEMA do ultra-centralismo de Lisboa e arredores (onde muitos e muitos Portugueses, infelizmente, continuam a ser forçados a residir ou a deslocar-se por razões sócio-económicas e que ultra-parasita, sobretudo, a Região Norte, numa atitude autista, auto-referente e, injustificadamente, petulante) é necessário concretizar, portanto, impreterivelmente, uma das reformas mais necessárias e mais urgentes, consagradas pela Constituição da República Portuguesa, que, pelos vistos, este novo Governo, por paradoxo e de modo muito irresponsável, parece estar a esquecer (!!!!), que é o processo de Regionalização do território do Portugal continental nas cinco regiões identitárias e administrativas, para bem de todo o Portugal e de todos os Portugueses. Não apenas o processo de Descentralização... 
E o actual Governo de Portugal, que foi eleito por Portugueses de todas as localidades de Portugal, é um Governo para todo o Portugal e para todos os Portugueses e não apenas para os que vivem em Lisboa e arredores.

10 de novembro de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XLVII)

1475.XI.04 - D. Afonso V, rei de Portugal, nomeia vitaliciamente Diogo Dias, escudeiro régio, para o cargo de coudel nas terras e jurisdição do Mosteiro de Arouca.

1836.XI.06 - É extinto o concelho de Alvarenga, cujo território passa a integrar o de Arouca.

1836.XI.06 - A freguesia da Espiunca, do concelho de Castelo de Paiva, passa a integrar o concelho de Arouca.

1847.XI.08 - É dissolvida a Companhia de Voluntários Cartistas do Concelho de Arouca.

1911.XI.04 - O jornal Gazeta de Arouca passa a ser dirigido pelo médico Ângelo Pereira Miranda.

1917.XI.10 - É inaugurada e benzida a nova capela da Senhora do Rosário, no lugar de Zendo, freguesia de Rossas.

1951.XI.06 - A Igreja de S. Miguel de Urrô, com a sua torre sineira, é classificada Monumento Nacional.


1959.XI.08 - É inaugurada a luz pública na freguesia de Mansores.

1990.XI.06 - Aquela que foi a Praça Eng.º Arantes de Oliveira e Largo 5 de Outubro, passa a denominar-se Praça do Município.

1994.XI.04 - É inaugurado o Mercado Municipal de Arouca.

2002.XI.08 - É publicada no Diário da República a Ordenação heráldica do brasão e bandeira da freguesia de Moldes.

2008.XI.06 - É inaugurado o serviço «Casa Pronta», no Palácio da Justiça de Arouca.

2 de novembro de 2019

"ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XLVI)"

1257.XI.01 - É celebrado um acordo com D. Afonso III, rei de Portugal e sobrinho de Dona Mafalda Sanches, pelo qual Dona Maior Martins e o Mosteiro de Arouca renunciam, a favor do monarca, ao mosteiro de S. Salvador de Bouças e à vila de Vilar de Sando, que Dona Mafalda tinha doado ao mosteiro de Arouca em 1228, pelos herdamentos de Antuã, Avanca e Arouca e o padroado da igreja de Santa Eulália de Arouca e pelas cartas de couto das vilas de Antuã e de Avanca, que haviam recebido alguns dias atrás.

1532.X.29 - D. João III, rei de Portugal, pede a Dona Milícia de Melo, Abadessa Donatária do Mosteiro de Arouca, que lhe mande religiosas para Abadessa e oficiais do Mosteiro de S. Bento do Porto.

1755.XI.01 - Dá-se o desmoronamento da capela-mor da igreja matriz de Fermedo, em consequência do terramoto que nessa data se deu em Portugal.

1910.XI.01 - Publica-se o primeiro número do quinzenário “Mocidade”, dirigido por Manuel de Castro, tendo como redactor Alberto Vicente de Almeida. Era composto e impresso na tipografia da “Gazeta de Arouca”.

1960.XI.02 - Dá-se o falecimento do padre António Brandão, natural da freguesia do Burgo. Fundador e dirigente dos jornais O Arouquense e o O Povo Arouquense, pároco de Santa Eulália e Arouca, e de Santa Marinha, em Vila Nova de Gaia, e ainda secretário do Bispo de Angra do Heroísmo, D. António de Castro Meireles.

1982.XI.02 - Ao final de 22 anos, a Obra Salesiana, que teve um Colégio a funcionar no Mosteiro, despede-se de Arouca.

1993.X.31 - É inaugurado, no lugar de Trancoso, o novo e actual edifício-sede da Junta de Freguesia de Alvarenga.

1993.XI.02 - É criada a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens da Comarca de Arouca.

1993.XI.03 - É constituído o Grupo Desportivo e Recreativo Ringos Futebol Clube, com sede na freguesia de Santa Eulália.

2003.X.30 - A Câmara Municipal anuncia que aceita, com algumas condicionantes, a instalação de três parques eólicos na Serra da Freita.

2008.X.28 - É inaugurada a nova Estação de Tratamento de Águas Residuais de Moldes.

2017.XI.03 – Margarida Belém, enquanto presidente da Câmara Municipal de Arouca, é eleita vice-presidente do Conselho Metropolitano da Área Metropolitana do Porto.