31 de março de 2019

#5 Os Arouquenses poderiam ter mais 1 SEMANA de vida útil por ano.


No decorrer dos desenvolvimentos sobre a construção de parte da estrada que nos poderia ligar a Santa Maria da Feira lembrei-me de fazer umas contas e perceber o impacto negativo que a falta desta faz na vida de um Arouquense que diariamente, para trabalhar, precisa de se deslocar até à cidade da Feira.

Consultando o Via Michelin existem 3 itinerários possíveis para tal deslocação (mapa da imagem). Segundo os habitualmente utilizados pelos Arouquenses esta viagem dura em média 50 minutos.

Portanto, para uma ida e volta diária são gastos 1h40min. Para um mês de 22 dias úteis são despendidas cerca de 36h. Num ano perdidas cerca de 403h.

O mais curioso nos itinerários apontados pelo Via Michelin é que o 3º é um percurso com sensivelmente 60Km, superior aos primeiros em 30Km. Contudo, apenas gasta mais 15 a 20min. Isto deve-se à qualidade das estradas desse 3º percurso.

Ou seja, nessa base, se dispuséssemos de uma estrada em condições normais para nos deslocarmos para a Feira poderíamos certamente ganhar facilmente 15mim em cada viagem.

Portanto, para uma ida e volta diária seriam gastos 1h10min. Para um mês de 22 dias úteis seriam despendidas cerca de 25h. Num ano perdidas sensivelmente 282h.

A comparação entre as 403h e as 282h correspondem a 5 dias, mais coisa menos coisa. Porem se passarmos cerca de 7 horas diárias a dormir e o dia ativo apresentar 17horas, este tempo sobrante corresponde a 7 dias.

Eram mais 7 DIAS por ano na vida de um Arouquense. Mais 1 SEMANA que poderiam passar com a família, que poderiam descansar, fazer o que bem entendessem mas que não os perdessem na estrada que temos.

Poderiam passar a dispor de mais 1SEMANA de vida útil por ano.

30 de março de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XIV)

1822.III.28 - Manuel António Coelho da Rocha (1793-1850), natural de Covelas, freguesia de São Miguel do Mato, doutorado em Leis em 1818 e ordenado sacerdote em 1820, cujas Faculdades de Leis e Cânones frequentou simultaneamente, é aprovado por unanimidade para professor da Faculdade de Leis da Universidade de Coimbra.

1893.III.30 - A Repartição da Fazenda de Arouca oficia o Delegado do Tribunal de Aveiro comunicando ter apresentado queixa judicial sobre o desvio de águas e do muro que a Junta de Paróquia mandou fazer no terreno da Cerca do Mosteiro.

1910.III.28 - Associando-se à celebração do centenário do nascimento de Alexandre Herculano, a Câmara Municipal delibera por unanimidade dar o nome do renomado historiador à antiga Rua dos Currais.

1936.III.26 - O arouquense Alfredo Ferreira Peres, toma posse como Governador Civil de Aveiro.

1937.III.28 - É inaugurada na vila de Arouca, na então rua do Beco, a "Taberna Testinha", propriedade de Alberto Teixeira da Rocha e Amélia Gomes Leite.

1938.III.27 - É inaugurada a energia eléctrica no vale e vila de Arouca.

1946.III.30 - António de Almeida Brandão (1893-1986), natural e residente na freguesia de Rossas, é eleito presidente do Grémio da Lavoura de Arouca.

1981.III.27 - É constituída a Associação Recreativa e Cultural de São Miguel de Canelas.

1995.III.30 - Telmo Martingo de Oliveira Pato, natural da freguesia de Moldes, professor e presidente da Cooperativa Agrícola de Arouca, é condecorado com a Comenda de Mérito Agrícola, pelo seu contributo cooperativista a nível local e nacional.

2002.III.25 - É constituída a Confraria Gastronómica da Raça Arouquesa.

2006.III.25 - É inaugurado, na rotunda de Alhavaite, freguesia do Burgo, um Monumento ao Lavrador.

2008.III.30 - O Futebol Clube de Arouca, líder da Série C da 3.ª Divisão Nacional, conquista o troféu da primeira edição da Supertaça da Associação de Futebol de Aveiro.

2012.III.29 - São retomados os trabalhos de transformação da Praça Brandão de Vasconcelos, no contexto da Regeneração Urbana do Centro Histórico de Arouca, no âmbito do Polis XXI, depois de terem sido interrompidos pelo aparecimento de ossadas humanas e vestígios da antiga igreja matriz de São Bartolomeu de Arouca.

28 de março de 2019

Os 'Passes Sociais' são muito bons para Arouca e para os Arouquenses

A mobilidade intencional dos Arouquenses para o litoral não é um fenómeno que tem décadas, mas, sim, séculos. Nas últimas décadas, porém, essa mobilidade, para os concelhos mais industrializados e urbanizados do litoral, intensificou-se, diariamente, sendo ainda mais frequente nalguns períodos regulares dos fins-de-semana e nos inícios de semana, através de transporte próprio. Na área do denominado 'Grande Porto', bem como nalguns concelhos mais industrializados vizinhos de Arouca, moram milhares de Arouquenses e seus descendentes, que mantêm, em termos vitais, um vínculo a Arouca, que se localiza bem perto. É também comum muitos naturais e residentes de Arouca, durante a semana, por razões de trabalho ou de estudos, residirem no 'Grande Porto' ou residirem nos concelhos mais industrializados e urbanizados vizinhos de Arouca e passarem sempre os fins-de-semana em Arouca no seu domicílio natal de família.
Arouca e os Arouquenses pertencem, com todo o direito e propriedade, à Área Metropolitana do Porto. O Porto sempre foi o espaço urbano principal de referência dos Arouquenses e protagoniza o território onde Arouca se insere em termos identitários. O concelho de Arouca, em linha recta, situa-se a cerca de 19Km do oceano Atlântico e a cerca de 22Km da cidade do Porto. Com a variante concluída, da Vila de Arouca à cidade do Porto demorará, de autocarro, em média, cerca de 40 a 45 minutos.
Apesar dessa mobilidade ser real e verdadeira, Arouca ainda não tem acessos modernos e funcionais para o «seu espaço territorial de sempre», que é uma grande parte da Área Metropolitana do Porto. Se essa mobilidade de autocarro não é, em termos diários, no presente, intensa, deve-se, precisamente, ao facto de Arouca ainda não ter acessos modernos e funcionais e pelo facto dos Portugueses, ao contrário dos centro-europeus, serem, por paradoxo, hostis à utilização de transportes colectivos, o que é um indicador de arcaísmo, para além de considerarem, habitualmente, que a posse e a exibição de carro próprio é um indicador de 'status' social
Se, no presente, não se encontram muitas pessoas a deslocar-se de autocarro, entre Arouca e os seus concelhos vizinhos do litoral, isso deve-se, precisamente, repito, ao facto de grande parte das pessoas utilizarem o seu próprio meio transporte e evitarem um percurso que, de autocarro, na actualidade, infelizmente, é muito demorado, muito cansativo e muito sinuoso, apesar de ser, em termos reais, de curta distância. É por essa razão. Daí a grande urgência e a grande necessidade em se concluir a variante à EN 326, que vai tornar muito mais rápida e funcional essa antiga e forte mobilidade dos Arouquenses para os concelhos vizinhos e para o 'Grande Porto', possibilitando, desse modo, que as actuais empresas de autocarros façam o percurso de modo muitíssimo mais rápido e directo, bem como de modo mais cómodo.
Os 'passes sociais' são muito bons para Arouca e para os Arouquenses
A forte mobilidade dos Arouquenses para o litoral, que sempre foi um facto, é muito intensa no presente e será ainda muito mais intensa no futuro. Com a construção da variante e pelo facto das empresas de autocarros começarem a fazer o percurso por essa nova via dita estruturante e com o início dos 'passes sociais', como é óbvio a utilização dos autocarros vai aumentar, sobretudo pelos estudantes e pelas pessoas que trabalham e estudam nos concelhos mais industrializados e urbanizados vizinhos de Arouca e nos da área do 'Grande Porto'. Os 'passes sociais' são muito bons para Arouca e para os Arouquenses. Permitem, por um preço acessível, a mobilidade em toda a Área Metropolitana do Porto, em todos os tipos de transportes. E são um elemento importante que confirma o facto de Arouca pertencer, com todo o direito e com toda a propriedade, à Área Metropolitana do Porto.  
As várias instituições de Arouca e da Área Metropolitana do Porto devem promover, cada vez mais, de modo sistemático, a mobilidade dos seus naturais e dos seus residentes em toda a Área Metropolitana do Porto, para se intensificar o sentimento de pertença, de identidade e de coesão territorial, num espaço que é protagonizado pela cidade do Porto, que é a capital da Região Norte e uma reconhecida e premiada cidade avançada de Primeiro Mundo, que, repito, sempre foi o principal centro urbano de referência para os Arouquenses, com bens e serviços de qualidade e com instituições públicas e privadas de qualidade. Para as pessoas exógenas, o espaço da Área Metropolitana do Porto é a principal porta de entrada, via terrestre, via ferroviária, via aérea, via marítima e via fluvial de acesso ao concelho de Arouca. Tem que haver uma estruturação, cada vez mais consistente, dinâmica e funcional, dos vários tipos de transportes em todo o espaço da Área Metropolitana do Porto, em todos os seus concelhos. A expectativa da Área Metropolitana do Porto é que, partir de 1 de Maio, o passe único possa ser implementado em todos os concelhos da área metropolitana.
No futuro, com fundos disponíveis, o Metro do Porto poderia chegar a Arouca. Não é uma situação utópica, irrealista ou não concretizável. Se o Metro do Porto, hoje, chega até à Póvoa de Varzim, porque é que não poderia chegar até Arouca?!...Poderia, perfeitamente, chegar a Arouca. Uma linha que continuaria a de Vila Nova de Gaia, pelo «Fundo do Concelho», até à Vila de Arouca e, depois, noutro percurso, partiria da Vila de Arouca para Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira, Santa Maria da Feira, Espinho e, de novo, Vila Nova de Gaia e Porto. A Área Metropolitana do Porto e os seus habitantes bem merecem, pois está-se, aqui, a descrever alguns dos municípios mais dinâmicos, em termos económicos, de todo o país e que mais contribuem para o Orçamento do Estado, inseridos na Região Norte, que é a região mais populosa de Portugal, a que mais contribui para o PIB e a que mais exporta, entre outros e variados bons e benévolos aspectos... Mas é necessário que se inverta, de vez, o ultra-centralismo e o ultra-parasitismo lisboeta do Orçamento do Estado, bem como o ultra-centralismo e o ultra-parasitismo lisboeta de captação dos fundos europeus e da sua aplicação ultra-centralista em Lisboa e arredores. Se o Metro de Lisboa se expande com pujança, porque é que o Metro do Porto não se há-de expandir também?!..O Metro do Porto em Arouca não é uma situação utópica, irrealista ou não concretizável...

27 de março de 2019

O Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART). Que impacte em Arouca?


Uma das principais medidas que o actual governo lançou para o ano de 2019, foi a criação do PART (Programa de Apoio à Redução Tarifária). Com este programa pretende-se prestar apoio financeiro às autoridades de transporte das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e das 21 comunidades intermunicipais. A ideia é que 60% do apoio financeiro seja aplicado na redução das tarifas dos passes sociais. Os restantes 40% devem ser aplicados na melhoria da oferta já disponível.

Um dos motivos alegados para a criação deste programa, prende-se com a necessidade de promover o uso dos transportes públicos. Pode-se contribuir, deste modo, para a mitigação de vários problemas ambientais relacionados com a poluição da atmosfera, e que têm originado a degradação contínua deste ambiente bem como, por consequência, dos restantes ambientes terrestres (Hidrosfera, Litosfera e Biosfera).

No futuro (que não está assim tão longe) a degradação ambiental do nosso planeta estará na origem de vários problemas políticos, entre países. De facto, a diminuição dos recursos hídricos, pela pressão cada vez maior a que estarão sujeitos, bem como a diminuição de culturas agrícolas (que concerteza irão originar fome e deslocações cada vez maiores de população, em procura de sustento alimentar) poderão originar verdadeiras crises diplomáticas entre países vizinhos e amigos. Não querendo ser demasiado alarmista ou pessimista, Portugal e Espanha poderão representar, no futuro, um exemplo paradigmático daquilo que acabo de escrever, em resultado do uso partilhado que fazem dos rios Douro, Tejo e Guadiana.

Considero, por isso, que todas as medidas que contribuam para reduzir o impacte humano no ambiente, são sempre positivas.

Para além da questão ambiental, existe, também, naturalmente, a questão social. Este programa trará vantagens económicas óbvias para os utilizadores regulares de transportes públicos, que como se sabe, infelizmente, são maioritariamente as pessoas de mais parcos recursos financeiros. Para quem ganha o ordenado mínimo, uma poupança de trinta, quarenta ou cinquenta euros é uma autêntica fortuna e faz toda a diferença no orçamento mensal familiar. Considero, por isso, que por se traduzir numa medida com efeitos directos na poupança das famílias, é, neste domínio, igualmente positiva.

Um dos aspectos menos positivos que se podem apontar a esta medida, está relacionado com o facto de o programa ser vantajoso, maioritariamente, para quem vive em meio urbano, em particular nas grandes áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e que usam passes mensais nas suas deslocações pendulares diárias. Num país centralista e bipolarizado, tristemente ainda é esta a sina para quem vive fora ou longe destas grandes áreas urbanas.

Não me cabe, neste espaço, avaliar o interesse ou oportunismo eleitoral desta medida. Interessa-me, antes, reflectir sobre a vantagem, para os arouquenses, que dali poderá advir ou não.

Debruçar-me-ei, aqui, sobre o percurso mais procurado pelos arouquenses, por razões pessoais e profissionais: Arouca - São João da Madeira - Porto.  

Não considerando os estudantes em época escolar, o uso de transportes públicos por parte dos arouquenses que, com regularidade, têm que se deslocar para fora do concelho, assume um valor quase residual. Em média, o número de pessoas que, diariamente, se movem para São João da Madeira é de cerca de cem. Acrescendo mais cerca de cinquenta  que se deslocam até ao Porto, temos uma média diária de 150 pessoas. Facilmente se poderá concluir que este programa não traz efectivas vantagens para uma grande maioria da população residente neste concelho e que o mais importante seria ter transportes directos para o Porto, associados à construção da uma via rápida, que facilitasse o acesso aquela cidade (a tão desejada variante - tema sobre o qual já me debrucei na meu ultimo artigo de opinião e, por isso, não o farei mais uma vez).

É, contudo, minha opinião que, independentemente da região onde esta medida terá um maior impacte, podendo os arouquenses usufruir dela, mesmo que em número reduzido, será sempre positivo. Que me perdoem todos aqueles que me considerarem populista, mas para mim tanto vale um arouquense como mil.

Porque durante muitos anos fui utilizador regular dos autocarros que faziam a ligação para o Porto, sei muito bem o que custam as cerca de duas horas de viagem, mais a curvas infindáveis. Considero, por isso, que tudo aquilo possa compensar o "martírio" desta deslocação é positivo. Para mais, quando essa compensação é económica e, assim, ajuda muitos dos utilizadores regulares com menor capacidade financeira.    

     

26 de março de 2019

A Pensar Alto... Carnavais e variantes.

Não deve haver maior enredo para quem vive em Arouca que a história da construção da famosa variante que nos iria colocar em duas penadas ali mesmo ao lado da Feira numa auto-estrada finalmente próxima e útil. Já não tem conta as vezes que o tema foi referido nos desfiles do nosso carnaval, com espírito crítico quase sempre, pela demora na concretização de mais uma promessa, que no caso, se promessa de político valesse alguma coisa, tínhamos variante até ao Algarve, tal o numero de vezes repetida. Este ano tivemos na avenida da vila o desfile de Carnaval e mais uma vez o tema foi referido e uma associação que muito prezo, deu-se até ao trabalho de construir, pintar e depois carregar uma lona a simular a dita estrada ou parte dela, que mais uma vez estava por dias. O pior foi que a seguir ao Carnaval vem a Quaresma e o ambiente altera-se, as risadas passam a ser coisa séria e talvez por isso deparamos com a novidade, parecia brincadeira de carnaval atrasada, mas não, era mesmo a sério, aí estava mais um adiamento na obra. E a razão não é para ser entendida por nós mortais que destas coisas de concursos gostamos é do preço certo que passa diariamente na TV. Em duas dúzias de empresas candidatas à almejada obra por isto ou por aquilo nenhuma quis correr o risco de vencer este empreendimento, coisa esquisita concorrer para perder, mas nas obras para o Estado há regras que talvez só engenheiros, políticos e empreiteiros entendam. E ficamos na mesma. Começaram de imediato os ataques da oposição, fizeram-me lembrar o gato da minha avó quando via uma sardanisca a apanhar sol, atacava sem dó nem piedade e de todas as maneiras, e as defesas do poder em contra ataque, com uma calma aparente de quem está no caminho certo e nada impedirá o encurtar de distâncias. Escrita para aqui e para ali, ameaças em tom grave, umas com medidas radicais, outras mais adocicadas, como se num passe de magia viéssemos a ter tantos eleitores que o poder teria que olhar para cá com mais atenção e de imediato. De repente os nossos votos valiam por 10 e eles, os do poder, ao verem a vitória eleitoral em risco, sempre olhavam para cá com aquele ar cúmplice que se afivela na altura de falar do futuro e se fala para muita gente. De uma coisa ficamos com a certeza, afinal todos querem o tal pedaço de estrada que não era o melhor nem o mais indicado, mas mais vale um pássaro na mão.. Há horas em que temos que nos agarrar a tudo para mostrar o nosso empenho e a nossa dedicação à causa politica. Mas esta noticia que acompanhou a Quaresma foi dura para todos, e os risos do carnaval esqueceram se de repente . Só o mais brincalhão que pensara ter perdido assunto esfregou as mãos, se calhar para o ano temos outra vez o tema da variante agora com barbas brancas, vai ser bonito. Mas sabem, está a perder a piada. Enredo de carnaval como escrevi no inicio, vamos para o próximo… O desfile de carnaval na vila começa a ter bom gosto, criatividade e divertimento. O deste ano foi o melhor a que assisti e foi pena a chuva querer estar presente para se distrair porque estragou um bocadinho na parte final. Apesar de tudo correu bem. Esperemos pelo do ano que vem, um assunto já há, a variante… ou as obras, ou a falta delas….

24 de março de 2019

IV- As espécies domésticas autóctones do território de Arouca: a Raça Caprina Serrana

A Raça Caprina Serrana (Ecótipo 'da Serra' e Ecótipo 'Jarmelista') é outra das espécies domésticas autóctones do território de Arouca. Tem uma origem endógena milenar e existe, sobretudo, nalgumas partes de montanha da zona de transição entre a Região Norte e a Região Centro, entre o Douro Litoral e a Beira Alta. Esta raça caprina autóctone dá origem a um produto de Indicação Geográfica Protegida - IGP: o 'Cabrito da Gralheira', cuja carne suculenta, muito apreciada, sempre fez parte da gastronomia tradicional de Arouca, sendo um alimento típico da Dieta Mediterrânica, rico em proteína de elevada qualidade e contém uma quantidade significativa de vitamina B12. A área geográfica de produção do 'Cabrito da Gralheira' (IGP) abrange algumas partes das freguesias de montanha dos concelhos de Arouca, Vale de Cambra, São Pedro do Sul, Oliveira de Frades, Vila Nova de Paiva e Castro Daire, que é uma zona montanhosa de transição entre a Região Norte e a Região Centro. Essa zona de transição, bem representada pela área de Lafões, corresponde, precisamente, ao território de transição entre o Douro Litoral (que tem, como espaço urbano central, o Porto, principal cidade de referência para os Arouquenses e capital dessa província identitária da Região Norte, onde Arouca pertence e se insere, integralmente, em termos identitários, sempre com forte tendência de mobilidade para o litoral, sobretudo para o denominado 'Grande Porto') e a Beira Alta (província identitária cujos municípios pertencem, quase na sua totalidade, à Região Centro e com a qual o contacto dos Arouquenses sempre foi muito escasso e em relação à qual não manifestam sentimentos de afinidade).


" Alguém me perguntou, há um tempo, qual é o pior problema que o mundo hoje enfrenta. Não creio que seja a crise económica, mas sim a destruição do meio-ambiente. Milhares de espécies são destruídas todos os anos, desaparecem simplesmente e não as podemos reproduzir. "
Palavras do Professor Doutor Robert Aumann, Catedrático da Universidade Hebraica de Jerusalém, economista e Prémio Nobel da Economia de 2005, numa entrevista publicada no semanário Expresso de 29 de Novembro de 2008, concedida ao jornalista portuense Henrique Cymerman.

23 de março de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XIII)

1264.III.22 - D. Afonso III, rei de Portugal (1248-1279) e sobrinho de Dona Mafalda Sanches, ordena a Nuno de Chacim, seu meirinho-mor, que ninguém prejudique as terras trocadas entre o Mosteiro de Arouca e o Mosteiro de Vila Boa do Bispo.

1970.III.22 - A Assembleia Geral dos Irmãos da Misericórdia aprova por unanimidade a venda do velho Hospital (actual Biblioteca Municipal) e da Cerca anexa, para dar lugar ao actual Parque e Jardim Municipal.

1976.III.20 - Francisco Sá Carneiro desloca-se a Arouca, no contexto da pré-campanha para as Eleições Legislativas desse ano. É o primeiro líder partidário a fazê-lo após a Revolução de 25 de Abril de 1974.

1981.III.18 - É constituída a Associação Automóvel de Arouca, Associação Desportiva e Cultural, com sede em Santa Eulália.

1986.III.19 - É constituída a Fábrica de Calçado de Arouca, Limitada, com sede no lugar da Malhadoura, freguesia de Santa Eulália.

1987.III.22 - Ao vencer pela concludente marca de 11-0 o Macieira de Sarnes, o Futebol Clube de Arouca garante a subida à I Divisão Distrital de Aveiro.

1989.III.23 - É constituído o Centro Cultural e Recreativo de São Martinho da Espiunca.

1991.III.23 - Realiza-se o I Encontro de Associações de Arouca.

2003.III.23 - É inaugurado o Centro Paroquial de Mansores.

2005.III.18 - É achada uma alegada sepultura de incineração do período de ocupação Romana na Península Ibérica, no sítio chamado "A Boca", no lugar de Cima, na freguesia de Canelas.

2008.III.18 - O Rotary Clube de Arouca presta homenagem e reconhecimento profissional ao emprésário arouquense Manuel Valério Soares de Figueiredo, pelo contributo significativo para a preservação dos fósseis trilobíticos na sua louseira de Canelas.

2018.III.22 - É assinado o protocolo de cedência de instalações, entre o Município de Arouca e as Juntas de Freguesia de Escariz e de Fermêdo, para instalação do Centro de Incubação e Inovação Industrial de Arouca (ci3).

18 de março de 2019

A Região Norte, onde Arouca pertence e sempre pertenceu, é a mais populosa do Estado português

A região (NUTS II) mais populosa do Estado português (onde Arouca se insere e sempre se inseriu e onde Arouca se enquadra e sempre se enquadrou em termos identitários) é a Região Norte, que tem cerca de 3 690 610 habitantes (Censos de 2011: INE). A Região Norte tem, portanto, mais 877 922 habitantes que a Área Metropolitana de Lisboa (NUTS II), que tem cerca de 2 812 678 habitantes (INE, 2015).
Apesar de terem sido criadas, originalmente, para funções estatísticas, as NUTS tornaram-se, na actualidade, divisões territoriais identitárias e são mesmo as divisões territoriais identitárias mais precisas do território português, ao contrário do que acontece com os distritos portugueses, criados em 1835, que são, infelizmente, divisões territoriais muito arbitrárias e anárquicas.
Ao considerarmos a população das regiões propostas, no processo de Regionalização, conclui-se, facilmente, que, caso se sub-dividisse a Região Norte (que tem forte coesão identitária), o processo de Regionalização seria, logo, desde o seu início, um grande fracasso, porque a região mais populosa seria Lisboa e Vale do Tejo e isso faria com que o ultra-centralismo e o ultra-parasitismo de Lisboa e arredores se reforçasse ainda mais, com a fragmentação da Região Norte, que perderia coesão, pujança e dinamismo.
Euro-região da Galiza-Norte de Portugal
E alguns ultra-centralistas parecem estar bem atentos, porque sabem que a Região Norte é a mais populosa e o «verdadeiro motor económico» de Portugal. Talvez para contrariar, de modo artificial, arbitrário e impositivo, esse facto e, aí com toda a certeza, para reforçar, ainda mais, o ultra-centralismo de Lisboa e arredores, foi, há uns tempos atrás, apresentada uma nova área completamente arbitrária e artificial, sem nexo identitário, denominada ‘Arco Metropolitano de Lisboa’, que esperemos que, de modo algum, não seja concretizada, em termos concretos, para bem de todo o país, até porque, salvo erro, não emana de directrizes institucionais do Estado português ou da União Europeia. Sobre essa muito estranha e muito bizarra nova mega-região apresentada com o nome de ‘Arco Metropolitano de Lisboa’, de dimensão descabidamente megalómana, existem dois textos pertinentes, num blogue da internet, sobre o assunto, onde se pode ler o seguinte:

"  É muito positivo ver as várias entidades da Região Norte a unirem-se a favor de uma posição que o Dr. Rui Moreira desencadeou, e muito bem, com firmeza, contra a TAP. Mas as entidades do Norte também têm que se insurgir contra este estudo da Gulbenkian, que é o de criar o Arco Metropolitano de Lisboa. ESTA CRIAÇÃO ARTIFICIAL DO 'ARCO METROPOLITANO DE LISBOA' É MESMO PERVERSA. É BASEADA NA MENTIRA E NA FALSIDADE. Tem em vista criar, artificialmente, uma região com mais população que a Região Norte. Já que a Estremadura é distinta do Alentejo e do Algarve. Têm em vista, AINDA MAIS, centralizar fundos, instituições e serviços em Lisboa, parasitando o Norte exportador e produtivo, que é a Região mais populosa. As entidades da Região Norte devem falar, por favor, deste estudo perverso, combatendo-o. E, pasme-se, com o aval de dois portuenses, Artur Santos Silva e Fernando Medina, e de uma geógrafa da Universidade do Porto. Causa mal estar ver dois portuenses, Fernando Medina e Artur Santos Silva, mais um geógrafa da Universidade do Porto, por detrás do estudo do Arco Metropolitano de Lisboa. As várias entidades da Região do Norte têm que se insurgir com isto. A solução é reforçar, cada vez mais, a Euro-Região, Norte de Portugal e Galiza, e combater este território arbitrário e baseado na mentira que querem criar, para centralizar, MUITO MAIS, TUDO, em Lisboa, que é uma péssima capital.
Dados concretos: A Região Norte tem cerca de 35 % da população nacional - perto de 3,7 milhões de habitantes. A ela se deve 40 % das exportações, a criação de riqueza de 30 % do PIB e onde se concentram o maior número de empresas. O que o Arco MLisboa vai fazer, se for concretizado, é canalizar, ainda mais, o esforço da «formiga nortenha» para as aparências oportunistas da «cigarra lisboeta», que se vai gabar, com esses novos territórios do Alentejo e da Estremadura, de ter mais população e capacidade exportadora, e, assim, centralizar, ainda mais, TUDO em Lisboa, sugando mais fundos criados noutras regiões e mais fundos europeus, para além dos já conhecidos «spillovers». Portanto: a consolidação da Euro-Região 'Galiza-Norte de Portugal' é a melhor solução para a Região Norte e não esta.  "

E relativamente ao que está descrito nesses dois textos, sabe-se que Portugal está e estará inserido na União Europeia, que é dividida em euro-regiões. A Região Norte está muito bem enquadrada e inserida na Euro-região da Galiza-Norte de Portugal, que tem cerca de 6 400 000 de habitantes. De facto, na realidade, na verdade, a Região Norte de Portugal tem muito, muito, muito mais que ver com a Galiza (são regiões irmãs, desde sempre) do que com o Centro e o Sul de Portugal. Portanto, para além de ser mesmo necessário, com urgência, concretizar o processo de Regionalização do país, tal como referiu, na semana passada, na cidade do Porto, o presidente da Assembleia da República, considerando "que esta reforma é essencial não apenas para um desenvolvimento mais coeso de todo o país, mas também para a sobrevivência da própria democracia representativa", é também necessário reforçar, cada vez mais, a Euro-região da Galiza-Norte de Portugal, no contexto da União Europeia. E Arouca, para além de pertencer à Região Norte, também pertence à Euro-região da Galiza-Norte de Portugal, no contexto da União Europeia.

Ver, pf, os dois textos completos, aqui, ampliando, pf, os seus carateres minúsculos:
1) 

Mansa Arouca

imagem: www.geobioesa.blogspot.com
A variante, ainda e sempre a variante!!!
Andamos há quase 20 anos a ser enganados; e quando digo andamos, refiro-me a todos os extractos da sociedade Arouquense, mas, à cabeça, e porque tem responsabilidades maiores na reivindicação da obra, o poder autárquico local dos últimos anos.
Não irei fazer uma retrospectiva profunda (até porque já o fiz em textos anteriores) de todas as "geringonças" de anúncios e projectos alternativos pelas quais esta obra passou e continua a passar, mas é impossível passar ao lado do marketing político que se tem feito com a mesma.
Desde Sócrates em plena praça Brandão de Vasconcelos anunciar a "obra que todos os arouquenses merecem" até ao último episódio desta já quase comédia melo-dramática que foi a não existência de concorrentes viáveis e aprovados para o recente concurso anunciado, com pompa e circunstâncias, pelas mais altas individualidades do actual Governo, no inovador e moderno Parque de Negócios de Escariz.
Já tivemos três primeiros ministros (José Sócrates, Pedro Passos Coelho e António Costa) a  virem cá anunciar a obra. Diga-se,  em abono da verdade, uns com mais mediatismo que outros.
Paulo Portas, então candidato à nossa assembleia municipal, líder parlamentar da oposição e futuro ministro que moveria influências para que tal se concretizasse.
Temos um actual secretário de estado que foi ex-presidente da autarquia que certamente também luta pela sua concretização não fosse esta, aliás, a obra que o lançou para a sua primeira campanha autárquica.
Acho que não deve existir um governante nacional actual e do passado recente que não venha ao "nosso território" e não diga que esta obra é uma prioridade do concelho, da região e do país!!!
O actual secretário de estado com responsabilidade na matéria é nosso vizinho; mais uma vez os astros parecem que se alinham!!! Somos uma concelho pujante em termos turísticos, galardoado e reconhecido mundialmente. Tivemos um clube de Futebol na primeira liga e na Liga Europa como todo o mediatismo que essa presença trouxe ao concelho.
E não vale a pena escorrer mais tinta sobre estes e outros factores e justificativos que poderiam levar a que a obra já estivesse concretizada há muito tempo; e não esta que agora anunciam mas sim a totalidade da mesma, que inicialmente se projectou. Poderia falar das nossas empresas, das centenas de Arouquenses que se deslocam todos os dias pela velhinha 326, dos desportos radicais, da Serra da Freita e dos milhares que a visitam, da nossa gastronomia e da raça Arouquesa que chama milhares ao nosso concelho.
Nós Arouquenses merecemos e acima de tudo Arouca merece. É necessária, é precisa, e, acima de tudo, é justíssima. Mas continuamos todos aceitar esta parafernália de tropelias,  anúncios, adiamentos, reuniões, etc, etc... de forma mansa.

O discurso já deveria ter endurecido há muito!... A postura politica já deveria ser mais dura há muito!... A reacção política já se deveria fazer sentir há muito e de forma musculada, unida e forte!... Do que até hoje se fez, não seria difícil fazer melhor. Com o que até hoje se produziu, não seria difícil produzir mais e melhor.

Já escrevi e já o disse a quem de direito, em sede e local próprio, aquando deste último anúncio: parem com os anúncios e concretizem com "máquinas para a estrada"... Ao que me responderam que desta era de vez... mas mais uma vez ainda não foi!!! Continuamos assim... mansos e aceitar ser subservientes e benévolos com todos estes vendedores de anúncios!!!

(Li por aí que este poucochinho de variante anunciada e agora mais uma vez adiada terá quatro rotundas ao longo do seu trajecto!!! Uma estrada que só foi aprovada e financiada porque apresentada como estrutura de apoio a uma zona industrial moderna e inovadora com forte tecido empresarial terá quatro rotundas ao longo do seu trajecto? Devo ter lido mal e certamente será mentira...)

17 de março de 2019

#4 Estudantes Arouquenses em Greve Mundial pelo Clima




A iniciativa promovida na ESA pela Associação de Estudantes em funções foi de louvar por dois motivos.

Primeiro, e como é óbvio pelo tema em si. Arouca foi colocada no mapa nacional e internacional de “cidades” onde a greve e a manifestação aconteceram. Os Alunos de Arouca demonstraram a sua preocupação com o problema das alterações climáticas. Mostraram preocupação com o seu futuro e com o futuro do Planeta Terra.

Segundo, o facto de jovens saírem à rua e se unirem numa causa. Numa época em que tanto criticamos os jovens por inatividade. Por passarem horas em frente a monitores e por inclusive não saírem à rua, ei-los unidos numa manifestação entoando palavras de ordem por uma causa.

Arouca deverá ficar orgulhosa por este evento simples mas de enorme simbolismo para o futuro global. Arouca marcou presença. Arouca e os seus jovens fizeram história.