5 de março de 2019

Clarificação adicional a propósito das cinco regiões...

Em relação ao meu último texto, cumpre-me esclarecer o seguinte: como é óbvio, dentro dessas cinco regiões, há sub-divisões identitárias. No entanto, consideradas, em termos gerais, a nível macro, no contexto do território nacional, essas cinco regiões constituem, cada uma, uma unidade identitária real, com validade ontológica e com coesão identitária, autóctone e endógena. Seria contraproducente, no processo de Regionalização, sub-dividir essas cinco regiões.
Entre o Entre-Douro-e-Minho e Trás-os-Montes e Alto Douro, há algumas nuances e diferenças idiossincrásicas, mas estão mais próximos entre si do que da identidade idiossincrásica da Região Centro ou das outras regiões. A Região Norte de Portugal tem uma forte influência da Região Hidrográfica do rio Douro, quer da sua margem norte, quer da sua margem sul, desde a Foz do Douro até à fronteira fluvial do rio Douro, entre Portugal e Espanha. A Região Norte tem muita coesão identitária, se considerada numa escala macro, no contexto do território português. É uma região bem distinta da Região Centro e das outras regiões, etc.

Não seria nada bom, para Portugal, fazer mais divisões, no processo de Regionalização, porque, por exemplo, caso sub-dividissem a Região Norte, isso faria com que Lisboa e Vale do Tejo passasse a ser a região mais populosa e radicalizaria o ultra-centralismo de Lisboa e arredores, etc. Desse modo, a Regionalização seria, logo, um fracasso, desde o seu início. 
Essas cinco regiões são mesmo o caminho certo para a Regionalização, que é um processo inevitável e consagrado em termos constitucionais. É um processo que é bom para todo o país. A Regionalização é muito urgente e muito necessária, para acabar, de vez, com o secular ultra-centralismo e ultra-parasitismo de Lisboa e arredores, sobretudo em relação à Região Norte. Esse ultra-centralismo e ultra-parasitismo de Lisboa é um dos GRANDES PROBLEMAS de Portugal que tem de ser resolvido, de vez.
A região em que Lisboa é a cidade central não se deveria chamar 'Lisboa e Vale do Tejo' (porque é uma designação que privilegia, logo, Lisboa, apresentando-a, de imediato, com protagonismo), mas, antes, região da Estremadura (que, no passado, incorporava também o Ribatejo), nomeando-se, assim, como região da Estremadura, de um modo similar ao modo como são nomeadas as outras quatro regiões identitárias, ao herdarem também uma designação histórica. 
Para além disso, outro dos problemas do Estado português, há muito tempo, é o facto da sua suposta capital não ser onde essa nação surgiu. E a nação de Portugal surgiu, como se sabe, no Entre-Douro-e-Minho. A capital de um país deve ser uma expressão viva e dinâmica do que de melhor e de benévolo tem o 'core' identitário onde nasceu essa nação e de onde se formou esse Estado. Muitos países, ao longo dos séculos, mudaram a sua capital, quando a capital funcionava mal. A actual capital de Portugal, Lisboa, funciona muito mal (com o seu ultra-pernicioso ultra-centralismo ultra-parasita) para o país como um todo e está localizada num antigo território berbere-mouro, conquistado, no passado, pelos nobres portugueses do Entre-Douro-e-Minho, fundadores de Portugal e do antigo Império Português. 
A capital de Portugal deveria ser ou em Guimarães ou no Porto. 

E Arouca pertence, como sempre pertenceu, ao Entre-Douro-e-Minho e à Região Norte, que é onde Arouca se enquadra e se insere, em termos identitários, autóctones e endógenos.