24 de março de 2019

IV- As espécies domésticas autóctones do território de Arouca: a Raça Caprina Serrana

A Raça Caprina Serrana (Ecótipo 'da Serra' e Ecótipo 'Jarmelista') é outra das espécies domésticas autóctones do território de Arouca. Tem uma origem endógena milenar e existe, sobretudo, nalgumas partes de montanha da zona de transição entre a Região Norte e a Região Centro, entre o Douro Litoral e a Beira Alta. Esta raça caprina autóctone dá origem a um produto de Indicação Geográfica Protegida - IGP: o 'Cabrito da Gralheira', cuja carne suculenta, muito apreciada, sempre fez parte da gastronomia tradicional de Arouca, sendo um alimento típico da Dieta Mediterrânica, rico em proteína de elevada qualidade e contém uma quantidade significativa de vitamina B12. A área geográfica de produção do 'Cabrito da Gralheira' (IGP) abrange algumas partes das freguesias de montanha dos concelhos de Arouca, Vale de Cambra, São Pedro do Sul, Oliveira de Frades, Vila Nova de Paiva e Castro Daire, que é uma zona montanhosa de transição entre a Região Norte e a Região Centro. Essa zona de transição, bem representada pela área de Lafões, corresponde, precisamente, ao território de transição entre o Douro Litoral (que tem, como espaço urbano central, o Porto, principal cidade de referência para os Arouquenses e capital dessa província identitária da Região Norte, onde Arouca pertence e se insere, integralmente, em termos identitários, sempre com forte tendência de mobilidade para o litoral, sobretudo para o denominado 'Grande Porto') e a Beira Alta (província identitária cujos municípios pertencem, quase na sua totalidade, à Região Centro e com a qual o contacto dos Arouquenses sempre foi muito escasso e em relação à qual não manifestam sentimentos de afinidade).


" Alguém me perguntou, há um tempo, qual é o pior problema que o mundo hoje enfrenta. Não creio que seja a crise económica, mas sim a destruição do meio-ambiente. Milhares de espécies são destruídas todos os anos, desaparecem simplesmente e não as podemos reproduzir. "
Palavras do Professor Doutor Robert Aumann, Catedrático da Universidade Hebraica de Jerusalém, economista e Prémio Nobel da Economia de 2005, numa entrevista publicada no semanário Expresso de 29 de Novembro de 2008, concedida ao jornalista portuense Henrique Cymerman.