28 de março de 2019

Os 'Passes Sociais' são muito bons para Arouca e para os Arouquenses

A mobilidade intencional dos Arouquenses para o litoral não é um fenómeno que tem décadas, mas, sim, séculos. Nas últimas décadas, porém, essa mobilidade, para os concelhos mais industrializados e urbanizados do litoral, intensificou-se, diariamente, sendo ainda mais frequente nalguns períodos regulares dos fins-de-semana e nos inícios de semana, através de transporte próprio. Na área do denominado 'Grande Porto', bem como nalguns concelhos mais industrializados vizinhos de Arouca, moram milhares de Arouquenses e seus descendentes, que mantêm, em termos vitais, um vínculo a Arouca, que se localiza bem perto. É também comum muitos naturais e residentes de Arouca, durante a semana, por razões de trabalho ou de estudos, residirem no 'Grande Porto' ou residirem nos concelhos mais industrializados e urbanizados vizinhos de Arouca e passarem sempre os fins-de-semana em Arouca no seu domicílio natal de família.
Arouca e os Arouquenses pertencem, com todo o direito e propriedade, à Área Metropolitana do Porto. O Porto sempre foi o espaço urbano principal de referência dos Arouquenses e protagoniza o território onde Arouca se insere em termos identitários. O concelho de Arouca, em linha recta, situa-se a cerca de 19Km do oceano Atlântico e a cerca de 22Km da cidade do Porto. Com a variante concluída, da Vila de Arouca à cidade do Porto demorará, de autocarro, em média, cerca de 40 a 45 minutos.
Apesar dessa mobilidade ser real e verdadeira, Arouca ainda não tem acessos modernos e funcionais para o «seu espaço territorial de sempre», que é uma grande parte da Área Metropolitana do Porto. Se essa mobilidade de autocarro não é, em termos diários, no presente, intensa, deve-se, precisamente, ao facto de Arouca ainda não ter acessos modernos e funcionais e pelo facto dos Portugueses, ao contrário dos centro-europeus, serem, por paradoxo, hostis à utilização de transportes colectivos, o que é um indicador de arcaísmo, para além de considerarem, habitualmente, que a posse e a exibição de carro próprio é um indicador de 'status' social
Se, no presente, não se encontram muitas pessoas a deslocar-se de autocarro, entre Arouca e os seus concelhos vizinhos do litoral, isso deve-se, precisamente, repito, ao facto de grande parte das pessoas utilizarem o seu próprio meio transporte e evitarem um percurso que, de autocarro, na actualidade, infelizmente, é muito demorado, muito cansativo e muito sinuoso, apesar de ser, em termos reais, de curta distância. É por essa razão. Daí a grande urgência e a grande necessidade em se concluir a variante à EN 326, que vai tornar muito mais rápida e funcional essa antiga e forte mobilidade dos Arouquenses para os concelhos vizinhos e para o 'Grande Porto', possibilitando, desse modo, que as actuais empresas de autocarros façam o percurso de modo muitíssimo mais rápido e directo, bem como de modo mais cómodo.
Os 'passes sociais' são muito bons para Arouca e para os Arouquenses
A forte mobilidade dos Arouquenses para o litoral, que sempre foi um facto, é muito intensa no presente e será ainda muito mais intensa no futuro. Com a construção da variante e pelo facto das empresas de autocarros começarem a fazer o percurso por essa nova via dita estruturante e com o início dos 'passes sociais', como é óbvio a utilização dos autocarros vai aumentar, sobretudo pelos estudantes e pelas pessoas que trabalham e estudam nos concelhos mais industrializados e urbanizados vizinhos de Arouca e nos da área do 'Grande Porto'. Os 'passes sociais' são muito bons para Arouca e para os Arouquenses. Permitem, por um preço acessível, a mobilidade em toda a Área Metropolitana do Porto, em todos os tipos de transportes. E são um elemento importante que confirma o facto de Arouca pertencer, com todo o direito e com toda a propriedade, à Área Metropolitana do Porto.  
As várias instituições de Arouca e da Área Metropolitana do Porto devem promover, cada vez mais, de modo sistemático, a mobilidade dos seus naturais e dos seus residentes em toda a Área Metropolitana do Porto, para se intensificar o sentimento de pertença, de identidade e de coesão territorial, num espaço que é protagonizado pela cidade do Porto, que é a capital da Região Norte e uma reconhecida e premiada cidade avançada de Primeiro Mundo, que, repito, sempre foi o principal centro urbano de referência para os Arouquenses, com bens e serviços de qualidade e com instituições públicas e privadas de qualidade. Para as pessoas exógenas, o espaço da Área Metropolitana do Porto é a principal porta de entrada, via terrestre, via ferroviária, via aérea, via marítima e via fluvial de acesso ao concelho de Arouca. Tem que haver uma estruturação, cada vez mais consistente, dinâmica e funcional, dos vários tipos de transportes em todo o espaço da Área Metropolitana do Porto, em todos os seus concelhos. A expectativa da Área Metropolitana do Porto é que, partir de 1 de Maio, o passe único possa ser implementado em todos os concelhos da área metropolitana.
No futuro, com fundos disponíveis, o Metro do Porto poderia chegar a Arouca. Não é uma situação utópica, irrealista ou não concretizável. Se o Metro do Porto, hoje, chega até à Póvoa de Varzim, porque é que não poderia chegar até Arouca?!...Poderia, perfeitamente, chegar a Arouca. Uma linha que continuaria a de Vila Nova de Gaia, pelo «Fundo do Concelho», até à Vila de Arouca e, depois, noutro percurso, partiria da Vila de Arouca para Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira, Santa Maria da Feira, Espinho e, de novo, Vila Nova de Gaia e Porto. A Área Metropolitana do Porto e os seus habitantes bem merecem, pois está-se, aqui, a descrever alguns dos municípios mais dinâmicos, em termos económicos, de todo o país e que mais contribuem para o Orçamento do Estado, inseridos na Região Norte, que é a região mais populosa de Portugal, a que mais contribui para o PIB e a que mais exporta, entre outros e variados bons e benévolos aspectos... Mas é necessário que se inverta, de vez, o ultra-centralismo e o ultra-parasitismo lisboeta do Orçamento do Estado, bem como o ultra-centralismo e o ultra-parasitismo lisboeta de captação dos fundos europeus e da sua aplicação ultra-centralista em Lisboa e arredores. Se o Metro de Lisboa se expande com pujança, porque é que o Metro do Porto não se há-de expandir também?!..O Metro do Porto em Arouca não é uma situação utópica, irrealista ou não concretizável...