29 de maio de 2019

E, mais uma vez, se comprova que Arouca não deveria estar integrada no distrito de Aveiro...

As regiões gastronómicas identitárias de Portugal são as das tradicionais províncias de Portugal. Arouca pertence à região gastronómica do Entre-Douro-e-Minho e à região gastronómica do Douro Litoral. E pertence, em termos mais latos e gerais, à região gastronómica do Norte de Portugal.
No concurso 7 Maravilhas Doces de Portugal®, Arouca vai concorrer com os doces 'barrigas de freira' e 'boroa de abóbora', num concurso em que, ao todo, são 140 doces, 7 por distrito e região autónoma. Os doces arouquenses concorrem pelo distrito de Aveiro.
Este concurso tem essa gravíssima lacuna dos doces serem apresentados por distrito, visto que os distritos de Portugal não constituem regiões gastronómicas identitárias. A gastronomia tradicional e endógena de Portugal formou-se vários séculos antes dos distritos serem constituídos no ano de 1835, sendo os distritos portugueses as divisões mais absurdas, mais caóticas e mais arbitrárias do Estado português e que contribuem, em muito, para a alienação e para a anarquia territorial de Portugal. É o que acontece em Arouca: os Arouquenses não estão, EM QUASE NADA, ligados a Aveiro, mas estão, EM QUASE TUDO, ligados ao Porto, que se localiza, em linha recta, a cerca de 22 Km das fronteiras noroeste do concelho de Arouca.
E, mais uma vez, se constata uma grave lacuna estrutural que tem de ser resolvida, em Arouca. O Executivo da Câmara Municipal de Arouca, bem como os demais órgãos autárquicos, os Arouquenses e as várias instituições de Arouca têm de se empenhar em que Arouca passe, em termos administrativos, definitivamente, para o distrito do Porto, se os distritos se mantiverem, à semelhança daquilo que também deve acontecer com Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Espinho. Mas também Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis e Castelo de Paiva.
Bem como têm que se empenhar em que os vários tipos de instituições de Arouca, quer sejam do Estado quer sejam privadas, sempre se insiram, em termos institucionais e legais, nas divisões e nas instituições mais vastas protaganizadas pelo Porto e pelo Norte de Portugal.

Como nos informa, em termos históricos, o colaborador deste blogue António Brandão de Pinho, já, em 1860, era "apresentado um projecto de lei com vista a serem anexados ao distrito administrativo do Porto, os concelhos de Cinfães, Paiva e Arouca, então pertencentes aos distritos de Viseu e Aveiro." A constatação dessa grave lacuna estrutural é já, portanto, antiga e surgiu em 1860, apenas 25 anos depois de Arouca ter sido integrada no distrito de Aveiro e dos distritos terem sido criados. Já nessa altura, havia, portanto, a clara consciência que Arouca estava muito mal integrada no distrito de Aveiro. E de facto, na verdade, na realidade Arouca está mesmo muito mal integrada no distrito de Aveiro.

É mesmo muito necessário que Arouca, se os distritos se mantiverem, passe, com muita urgência, para o distrito do Porto, definitivamente. Para bem de Arouca e para bem dos Arouquenses. Muito tempo antes de ter sido integrada, de modo arbitrário, no ano de 1835, no distrito de Aveiro, Arouca já pertencia, desde o início da nacionalidade de Portugal, durante cerca de 7 séculos, em termos autóctones e endógenos, ao Entre-Douro-e-Minho e à Região Norte, que têm, como cidade central e principal, a cidade do Porto, que sempre foi o espaço urbano principal de referência para os Arouquenses. A ligação dos Arouquenses com o Porto, para além de ser uma ligação identitária, é também uma ligação de empatia, de afinidade e de pertença. No Porto/Grande Porto, moram milhares de Arouquenses e de descendentes de Arouquenses.

26 de maio de 2019

A União Europeia deve ser uma união de 'euro-regiões' identitárias

É importante que, nas eleições de hoje, para o Parlamento Europeu, a abstenção diminua, em Arouca, na Região Norte e em Portugal.
Os Arouquenses, os Nortenhos e os Portugueses devem interessar-se por aquilo que os países centrais da Europa têm de melhor, sendo esse melhor apurado a partir dos valores morais noahides (que são absolutos e perfeitos) do sentido originário do Criacionismo Hebraico. A influência daquilo que de melhor, de bom e de benévolo têm os países centrais da Europa livre, com a sua típica racionalidade prospectiva e ordenada, é benéfica para Portugal e para os Portugueses.
A Europa, no presente, tem cerca de 50 países. A União Europeia tem 28 Estados-membros. A União Europeia deve alargar-se a mais países do continente europeu e fortificar a sua coesão, porque o planeta Terra, no presente, em que o fenómeno da globalização é um facto científico, funciona em grandes blocos económicos. Se a União Europeia não se alargar e se não se mantiver coesa, será, definitivamente, arrasada por grande potências económicas como a China e países afins.
Numa mega-escala, a Europa, que herdou, em termos estruturais, a influência da dita ‘tradição judaico-cristã’ e a influência das culturas clássicas grega e latina, tem muita coesão identitária, no concerto global e planetário das mega-regiões culturais idiossincrásicas. Mas o caminho da União Europeia não deve ser, de modo algum, uma união dos seus actuais Estados. A União Europeia deve antes ser uma união das suas euro-regiões identitárias. E porquê?...Porque a maioria dos presentes Estados institucionais da União Europeia não tem coesão identitária a nível do seu espaço interno. A Espanha é um dos melhores e mais óbvios exemplos desse facto, porque é um Estado com várias nações. E, no caso de Portugal, a Região Norte de Portugal (que, infelizmente, está esmagada pelo ultra-centralismo e pelo ultra-parasitismo de Lisboa e arredores, há vários séculos), tem muito, muito, muito mais que ver com a Galiza do que com a Região Centro e do que com a Região Sul de Portugal.
Assim, a União Europeia deve expandir-se e fortificar-se, mas deve organizar-se em euro-regiões identitárias e não nos actuais Estados. Essas euro-regiões devem ter um governo e um parlamento, com um orçamento anual para essa euro-região, cujos fundos são obtidos a partir da riqueza que é gerada a partir e no próprio território dessa euro-região identitária, aos quais se adicionam os fundos estruturais da União Europeia.
O apuramento de uma identidade faz-se a partir dos elementos físicos, naturais, humanos e sociais, endógenos e autóctones, do território dessa euro-região. Os Arouquenses e os Nortenhos estão integrados, e bem integrados, na Euro-região Galiza-Norte de Portugal. O caminho correcto da União Europeia (que deve tornar-se cada vez mais coesa) é, portanto, para me repetir, o da união das euro-regiões identitárias e não o da união dos actuais Estados, porque a maioria deles, em termos do seu espaço interno, na realidade, não tem coesão identitária. Aquilo que acontece é que, na maioria dos tradicionais Estados da União Europeia, há oposições e conflitos regionais idiossincrásicos. As euro-regiões são uma forma correcta de resolver esse problema.
E, infelizmente, em Portugal e na Europa, no presente, constata-se um outro grande problema estrutural, que é a gravíssima e muito preocupante crise de valores. E a forma de o resolver é ensinar e promover, de modo sistemático e consistente, os valores morais noahides na Europa (despidos de qualquer interpretação da perniciosa Teologia Greco-Latina, bem como dos constructos filosóficos, artificiais e arbitrários, derivados dela), para serem praticados, a cada milésimo de segundo, pelos Europeus. 
A escatologia humana é a escatologia judaica «Shomer Torá uMitzvot» direcionada para a Era Messiânica, que ocorrerá no futuro, a partir de Jerusalém, na Terra de Israel, liderada pelo Moshiach Ben David. Não outra. No presente, temos incontáveis provas científicas que dão validade ontológica ao sentido originário e puro do Criacionismo Hebraico. A Torá Hebraica é para os Judeus (613 Mitzvot) e para os Não-Judeus (7 Leis de Noé). Na Europa (dada a muitíssimo grave e muitíssimo preocupante crise de valores que se verifica na actualidade), uma das medidas mais urgentes que devem ser postas em prática, por parte de todos os seus Estados, é o ensino, a divulgação e a promoção, às várias gerações, nos seus sistemas de educação e de ensino, dos valores morais noahides da Torá Hebraica, que é o sistema axiológico absoluto, perfeito, sagrado, bom e benévolo do Próprio Criador dos Céus e da Terra, Bendito Seja O Seu Nome Sagrado. Sistema axiológico que se reporta à própria estrutura ontológica e orgânica de qualquer ser humano e que qualquer ser humano sadio reconhece, de imediato, como bom, benévolo, justo e adequado. Todos os seres humanos e todas as nações do planeta Terra devem ser «Noahides-Observantes», reportando-se, a cada milésimo de segundo, à Terra sagrada de Israel e aos Judeus religiosos «Shomer Torá uMitzvot».
Sobre as 7 Leis de Noé - valores morais noahides

25 de maio de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XXIII)

1887.V.20 - A Direcção Geral da Instrução Pública pede o depósito dos objectos do extinto Mosteiro de Arouca no Museu Nacional, por lhe constar irem ser entregues ao bispo de Damão.

1887.V.20 - O Ministério da Justiça envia uma nota sobre os objectos do extinto Mosteiro de Arouca que o bispo do Porto entende poderem ser entregues ao bispo de Damão.

1902.V.22 - A Direcção Geral dos Próprios Nacionais dá instruções ao Delegado do Tribunal de Aveiro sobre o desaparecimento de objectos da igreja do extinto Mosteiro.

1924.V.22 - É desmantelado e retirado o portão ornamentado de acesso ao terreiro do Mosteiro.

1930.V.22 - A Comissão Administrativa da Câmara Municipal delibera construir um edifício para nele albergar os Paços do Concelho, Tribunal de Comarca e todas as demais repartições públicas.

1947.V.20 - Um Movimento, liderado pelo presidente da Câmara, solicita autorização ao Ministro das Obras Públicas para que parte do Mosteiro seja cedida aos religiosos de S. João Bosco para nele instalarem um Colégio interno e externo.

1961.V.20 - É inaugurado o «Café de Santo António», no lugar com o mesmo nome, na freguesia de Santa Eulália.

1963.V.26 - É inaugurada a ponte sobre o rio Paiva, na freguesia de Espiunca. Nesta mesma data, é também inaugurado o novo edifício dos CTT na vila de Arouca.

1969.V.22 - É fundada a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arouca.

1975.V.26 - É deliberado oficialmente constituir a Escola Secundária de Arouca.

1999.V.20 - É constituída a associação URTIARDA - Clube do Ambiente e Património do Arda e Urtigosa, com sede na freguesia de Rossas.

2006.V.20 - Realiza-se a inauguração desportiva do Estádio Municipal de Arouca, com um amigável entre o Futebol Clube de Arouca e o Futebol Clube do Porto, recém vencedor do Campeonato e Taça de Portugal.

24 de maio de 2019

Voto de protesto

No próximo Domingo,  26 de Maio decorrem as eleições para o parlamento Europeu.
Como premissa deste meu texto devo dizer e parafraseando e adaptando um discurso de Inéss Arrimadas defendendo a não independência da Catalunha em que dizia ser Catalã, Espanhola e Europeista numa só, eu  sou na mesma forma de me exprimir sinto-me Português, Arouquense e Europeu; Tenciono exercer o direito de voto por entender ser acima de tudo um acto de dever cívico.
A verdade porém, sou obrigado a reconhecer, que esta campanha nada teve de enriquecedor e basilar no que toca à discussão de um verdadeiro e credível projecto Europeu não federalista que é como o vejo idealizo.
Ou seja esta campanha e candidatos não foram de todo apelativos no que toca à motivação para votar... o problema não é de agora mas a verdade é que em eleições europeias em que uma grande parte dos portugueses, ou habitantes de cada país europeu, ainda não sentem a Europa como algo seu  o problema da abstenção agudiza-se.
Irei fazer um exercício diferente para os que possam porventura ler este texto e estejam hesitantes em votar: se não votamos pela positiva poderemos votar pela negativa?

Um voto de protesto europeu contra a progressiva islamização da Europa.
Um voto de protesto português contra a forma como a campanha decorreu em Portugal dando prioridade às questiúnculas internas em detrimento da discussão Europeia.
Um voto de protesto pelas jogadas e decisões políticas que continuam a colocar os interesses partidários acima dos interesses do país.
Um voto de protesto pelos "familygates" deste país.
Um voto de protesto português pelo actual estado do sistema partidário português que urge em renovar-se.
Um voto de protesto europeu pelo crescimento da extrema direita e populismo na Europa.
Um voto de protesto europeu pelas elites de esquerda que dominam a comunicação social e os mass media.
Um voto de protesto Arouquense pelos sucessivos adiamentos, mentiras contractos e "descontractos" pela construção da estrada variante à EN326.

Se decidiu que não vai votar pode ir sempre protestar.... escolha o seu melhor protesto e vote....

22 de maio de 2019

Futebol Clube de Arouca: ascensão, queda e continuidade...


O Futebol Clube de Arouca, - que antes de o ser já o era, uma vez que o «grupo de desportistas desta vila», ainda antes de, na década de quarenta, alinhar alguns anos como «Arouca Futebol Club», «Associação Desportiva de Arouca» e «Arouca Atlético Clube», se havia denominado já «Futebol Clube de Arouca», cerca de dez anos antes do surgimento do «Ginásio Club de Arouca» e da legalização desta agremiação desportiva em 1952 -, pode atravessar agora a mais delicada fase da sua história.

Com efeito, depois de quase vinte dourados anos em que vertiginosamente atingiu o principal escalão do futebol nacional e até um vislumbre entre os grandes do futebol europeu; com a queda inesperada de divisão logo a seguir, o Futebol Clube de Arouca ficou de tal modo combalido e periclitante que, no passado domingo, não conseguiu evitar nova descida de divisão, confirmando o desdouro futebolístico e ameaçando o desgoverno financeiro da instituição.

Diz a sabedoria popular que “quem mais alto sobe, maior queda dá.” E implícita está uma certa condenação moral pela ambição desmedida, mas, em âmbito competitivo e/ou desportivo nunca é reprovável almejar mais e o topo. Bem pelo contrário. Não é apenas ambição de quem dirige, mas também exigência de quem apoia. No entanto, isso implica um grande esforço e investimento a vários níveis e o sucesso, para além de não ser garantido, tem vários opositores. Muitos até. Pelo que perder e cair faz parte. Agora, é preciso é cair com dignidade e estar à altura de não transformar o orgulho em vergonha. De não permitir que se escreva uma página negra que seja, sobre tantas de história digna, humilde e, principalmente, das destes últimos e gloriosos quase vinte anos, que tanto nos orgulharam e muito contribuíram para apontar e fixar Arouca no mapa de Portugal e do Mundo.

Por isso, mais do que nunca, mais do que ontem e durante todo o tempo de sucesso, é preciso agora estar à altura da história de mais de sessenta anos e da glória destes últimos quase vinte. Haja esperança e determinação! Se o Futebol Clube de Arouca antes de o ser já o era, e tantas vezes superou o espectro da extinção, também não é agora que deixará de o ser. Como consta da sabedoria popular doutro povo que frequentemente gostamos de citar: “caia sete vezes, levante-se oito”, porque, “as dificuldades são como as montanhas: só se aplainam quando avançamos sobre elas”.

Quanto ao mais..., fica um pequeno excerto de um dos artigos escritos em 24 de Dezembro de 1953, em 'O Ginásio', Número Especial de Propaganda do Ginásio Club de Arouca: «Precisa um dirigente ter uma noção perfeita e completa das questões clubistas, e o espírito suficientemente esclarecido para lhes dar a solução mais ajustada. Mas, numa colectividade desportiva, pelo carácter das suas actividades e pela especial qualidade da camada social que forma, o dirigente carece de dispor de mais um bom lote de qualidades pessoais no número dos quais devemos incluir o tacto, um tacto sereno, diplomático, uma energia temperada no espírito de compreensão e de solidariedade, e grande conhecimento de carácter das massas, das suas aspirações e das suas reacções, para que possa aproveitar convenientemente, no serviço da colectividade, o conjunto das enormes forças que nela se desenvolvem.»

21 de maio de 2019

A Pensar Alto. O cinema do Valdemar.

Máquina de projetar do antigo cinema.
Apesar de estar ainda um escuro pálido e não aquele escuro de breu onde tudo se pode esconder, deixou deslizar a mão como se fosse uma folha perdida a esvoaçar no vento, e calmamente segurou na mão dela pela primeira vez. Quando sentiu que ela concordava com aquele mimo, a primeira carícia trocada, não se lembra do nome do filme, mas lembra-se que foi ali o primeiro passo para um amor que dura até hoje. Se há recordações muito boas, os tempos passados no velho cinema do Valdemar são um conjunto delas. A minha geração e as que andam por lá próximo, sempre que lhes passa pela memória o velho cinema, sorriem e são invadidos por uma emoção que é mais fácil sentir que descrever. Situado ali para os lados do museu municipal existia um velho barracão que em boa hora o Sr. Valdemar que tinha um café na avenida e mais tarde uma papelaria e gráfica, transformou numa sala de cinema. Finalmente a 7ª arte em Arouca. As obras não foram muitas, um chão de cimento, umas luzes aqui e ali, um estrado para inclinar o piso, cadeiras individuais e cadeiras coletivas com costas de inclinar, e de madeira colorida para distinguir. Uma sala pequena onde se colocou a máquina de projetar e logo à entrada um balcão onde se podiam adquirir rebuçados, café, laranjadas e semelhantes para distrair no intervalo. E construiu assim um lugar que não trocávamos por nada, um lugar mágico onde cada um se vestiu de muitas figuras e viveu muitas vidas, sempre com muitas aventuras e finais felizes. Aí apercebi-me que nem todos eram iguais, os que tinham alguma coisa compravam os lugares mais afastados do ecrã, e os que viviam com mais dificuldades se queriam aqueles momentos de encanto ficavam bem à frente, podia ser que o sonho se aproximasse com mais facilidade. Aí apercebi-me também que o amor originava ruídos e sons, palmas e pés no chão, bastava um simples beijo dos “artistas” e era uma barulheira da frente para trás. O escuro incentivava as manifestações. Aí apercebi-me também que quase todos defendiam o bem contra o mal e os bons, o ”artista”, contra os maus e quando ele triunfava os aplausos eram acompanhados de gritos de euforia como se isso transformasse o escuro dos dias de então, e o dia seguinte nascesse com mais que um sol. Um cinema sem casa de banho e aí nos intervalos, nas traseiras, os homens formavam lado a lado e de costas pareciam prontos a enfrentar um pelotão de fuzilamento. Mulheres muito poucas, onde se sentavam esperavam aí pelo final, uns casais de namorados e a maioria uma plateia masculina. Aprendemos todos  muita  história do Mundo e das civilizações, o que muito nos ajudou nas brincadeiras e nos estudos. Andamos e lutamos, uns dias por Roma, outros contra Roma, fomos exploradores em África, atravessamos o mar de descoberta em descoberta, choramos com canções de uma tristeza infinita antes que o amor triunfasse mais uma vez, descobrimos o Far-West, fomos pistoleiros e Indios, muitos tiros se dispararam naquela sala... Detetives nas ruelas de Paris ou nos portos do oriente, espadachins por muitos mares e tivemos  o mundo nos nossos braços. Aí apercebi-me que o mundo é imenso e muito belo e está sempre a descobrir-se e renovar-se, afinal não era a preto e branco. Aí apercebi-me que não há idades para sonhar, nem para partilhar bons momentos com as amizades, seja para guardar memórias, infantis ou já de idade. Do cinema do Sr. Valdemar nada resta, nem uma pedra, nem o sitio se descobre com facilidade, mas as lembranças são imensas e o sentido de dívida pelos momentos maravilhosos que por lá passamos, hão de perdurar porque não os vamos deixar esquecer. Hoje Arouca até tem um festival de cinema com prestígio e muita dedicação do Rita e da Cátia o que nos coloca também em dívida para com eles, porque quando as luzes se apagam entramos num mundo transformado, cada um à sua maneira acompanha o rasto de luz  e sabemos que quase sempre tudo acaba em instantes de felicidade. Viva o cinema. Obrigado Sr. Valdemar.

Nota final. Obrigado aos amigos que me contaram o inicio deste texto. Nasceu mesmo uma história que leva já muitos anos. Parabéns aos dois...

18 de maio de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XXII)

1926.V.19 - Em resultado de uma inesperada queda de cavalo, dá-se o falecimento de Artur Cabral Gomes de Pinho, reputado e ilustre clínico da vila de Arouca.

1934.V.14 - Um repentino aumento do caudal do rio Marialva provoca uma grande inundação nas artérias centrais da vila.

1943.V.13 - Chega o telefone a Rio de Frades. O primeiro aparelho foi instalado nas minas pertencentes à Companhia Mineira do Norte de Portugal.

1957.V.19 - O Professor Doutor Antunes Varela, Ministro da Justiça, visita Arouca para se inteirar da necessidade de construção de novas cadeias na vila.

1972.V.16 - É fundada a Casa do Povo de Arouca.

1978.V.15 - É constituído o Grupo Desportivo e Recreativo de Várzea.

1980.V.14 - É constituída a Associação de Fomento Desportivo, Cultural e Recreativo "2002 Nogueiró".

2004.V.14 - É inaugurado, no local do Cabeço do Sobreiro, na freguesia de S- Miguel do Mato, o novo Marco dos 4 Concelhos, estando presentes os presidentes das respectivas Câmaras, de Arouca, Gondomar, Castelo de Paiva e Santa Maria da Feira.

2008.V.17 - Ao vencer o Grupo Desportivo de Lamas por 3-1, o Futebol Clube de Arouca garantiu a subida à 2.ª Divisão Nacional de Futebol.

2008.V.18 - É inaugurado, no edifício do extinto e efémero Mercado Municipal, o «Museu Municipal» de Arouca.

2011.V.19 - É inaugurado o novo equipamento social da Casa do Povo de Alvarenga, que inclui nas suas valências uma creche, um lar para idosos e um serviço de apoio domiciliário.

2016.V.19 - A Associação Ambientalista Quercus distingue a zona balnear fluvial do Areinho com o galardão «Praia com Qualidade de Ouro 2016».

17 de maio de 2019

Ainda a propósito dos elementos 'cripto-judaicos' e 'cristãos-novos' em Arouca

Num dos meus textos anteriores, referi aquilo que é um facto: a presença de muitos elementos da cultura «cripto-judaica» e «cristã-nova» em Arouca. Para dar alguns exemplos imediatos: o primeiro rabi das Américas, Isaac Aboab da Fonseca, nasceu em Castro Daire no ano de 1605 da era comum, onde viveu um período considerável da sua vida, muito perto de Arouca...Uma parte da família do poeta Fernando Pessoa, da Quinta do Castelo, de Fermêdo - Arouca, era de origem «cripto-judaica» e «cristã-nova», como o próprio poeta Fernando Pessoa descreve na sua célebre nota biográfica, ao referir a sua origem familiar num «misto de fidalgos e judeus»...
Ontem, continuando esse diálogo com essa familiar próxima, falávamos, também, do facto de grande parte toponímia do território de Arouca ser em Hebraico perfeito, como «Alhabaite» (originalmente, era com 'b' e não com 'v' e os Arouquenses, à semelhança de quase a totalidade dos Nortenhos, pronunciam o nome com 'b' e não com 'v'), em que «Baite» significa, em Hebraico perfeito, «casa» e «Alha», que se pronuncia de modo rápido em Português, é um decalque fonético aportuguesado de «Aliá», que significa subida, colina, monte, altura e nobre, insigne. «Aliá», que significa ‘subida’, é também o modo religioso como se designa quando os Judeus (Povo ao qual pertenço e do qual descendo) retornam para a Terra de Israel, onde se estabelecem.
Casa da Alhabaite, no lugar da Alhabaite, em Arouca
Fonte: olhares.sapo.fotografia on-line


Como se sabe, a localidade da «Casa da Alhabaite» encontra-se numa subida e localiza-se num pequeno monte, numa colina, na zona de transição entre o Burgo e a vila de Arouca, no lugar da Alhabaite. O Hebraico, que conheço relativamente bem, é uma língua absoluta e divina, com uma racionalidade absoluta, quântica, dinâmica e impressionante!!!!!!! Não tem a finitude limitada das línguas europeias, nem a oposição entre as ‘palavras’ e as ‘coisas’: «Debarim» é um termo hebraico que, na Língua Hebraica, designa, simultaneamente, as «palavras» e as «coisas». No Hebraico, um fonema gera uma infinidade de conceitos, que se interrelacionam de modo dinâmico e que incorporam a realidade, os factos, as coisas. «Alhabaite» deriva do Hebraico e significa casa da colina, da subida, do monte, mas também, simultaneamente e de modo dinâmico, casa nobre, casa insigne. Ou seja, o conceito padronizado incorpora uma série de conceitos que descrevem a integridade do fenómeno: o facto da casa ser nobre e ser de família nobre e o facto da casa se encontrar próxima de uma colina e numa subida.
A insigne nobreza portuguesa das famílias troncais do Noroeste Peninsular tem origem na cultura judaica sefardita antiga milenar, que é a cultura dos valores vitais, benévolos, absolutos e sagrados do Próprio Criador dos Céus e da Terra e que é uma cultura endógena do Noroeste Peninsular, que foi perseguida pela malvadez insane e arbitrária da Inquisição/Tribunal do Santo Ofício, gerada e suportada pelo Sul e pelo Centro do País, romanista-latinista, das tumbas e das trevas medievais malévolas e insanes. O Catolicismo Romano/Igreja Católica Romana nada, mas nada e em nada, tem que ver com o sentido originário da Torá Hebraica e com o Judaísmo Ortodoxo e Haredi «Shomer Torá uMitzvot». O Catolicismo Romano/Igreja Católica Romana está nos extremos-antípodas do Judaísmo Ortodoxo e Haredi «Shomer Torá uMitzvot».
Grande parte das congregações das Misericórdias do Norte de Portugal eram antigas sinagogas, que eram propriedade dessas famílias brasonadas do Noroeste Peninsular. Um desses melhores exemplos é a capela da Misericórdia de Vila Real, localidade de onde era originário o Dr. Ângelo Miranda, que é o célebre médico transmontano que, durante o século XX da era comum, se tornou arouquense e que era descendente de Judeus religiosos praticantes, de uma família brasonada. E é com muita comoção que, no caso específico de Arouca, ao ter folheado e estudado, durante anos e anos, os estudos historiográficos do Dr. Simões Júnior, avô do Professor Doutor Manuel Sobrinho Simões (que tem também origem familiar, pelo lado materno, em Judeus religiosos praticantes da Beira Baixa), verifico, com muita comoção repito, que, ao longo dos séculos, muitos familiares meus dinamizaram e presidiram à congregação da Misericórdia de Arouca desde o seu início e a comoção é ainda maior quando verifico que transporto e incorporo os sobrenomes desses meus familiares ancestrais, alguns dos quais emigraram para as Américas, à procura de Liberdade. E esses sobrenomes dos meus ancestrais derivam, quase na sua totalidade, de partículas fonéticas do Hebraico antigo e do Hebraico: a língua sagrada do Próprio Criador dos Céus e da Terra, Bendito Seja O Seu Nome Sagrado.
Aos ‘Sefarad Tahor’ (os Judeus Sefarditas Ocidentais, originários do Noroeste da Península Ibérica, aos quais pertenço e dos quais descendo), em Nova Iorque, onde se fundou a primeira congregação judaica ortodoxa dos EUA, atribuíram-lhe um epíteto bem português, a corroborar essa sua origem nobre e insigne no Noroeste de Portugal: «The Grandees».

14 de maio de 2019

É importante que os Arouquenses, os Nortenhos e os Portugueses exerçam a cidadania e o direito do voto para o Parlamento Europeu

Aproximam-se as eleições para o Parlamento Europeu. Serão eleitos 21 deputados de Portugal. É importante que os Arouquenses, os Nortenhos e os Portugueses votem, exercendo essa cidadania, sendo também importante que os Arouquenses, os Nortenhos e os Portugueses se interessem mais por aquilo que a Europa tem de melhor, de bom e de benévolo, sendo isso apurado a partir do sistema axiológico absoluto dos valores noahides do sentido originário do Criacionismo Hebraico, que é absoluto.
Considerado em termos gerais, o impacto da influência da CEE e, depois, da União Europeia foi muito positivo para Portugal.
Fonte: Parlamento Europeu

A União Europeia deve tornar-se mais una, coesa e expandir-se a outros países do continente europeu. O planeta Terra, na actualidade, ano de 2019 da era comum, em que o fenómeno da mundialização e da globalização é um facto científico e uma realidade quotidiana, funciona em grandes blocos económicos e em mega-regiões culturais idiossincrásicas com as suas respectivas instituições políticas, militares e económicas, que, no futuro, se vão solidificar. Por essa razão, a desagregação da União Europeia seria muito catastrófica e muito perniciosa para os Europeus e para Portugal, sobretudo devido à forte ascensão económica da China e países similares e pelo facto do poder político, militar e económico dos EUA se manter, de modo vigoroso. O «Brexit» é um GRANDE ERRO CRASSO, porque vai fragilizar a União Europeia e a Europa, nesse contexto global. Também é de uma GRANDE IRRESPONSABILIDADE alguns académicos portugueses e alguns partidos políticos portugueses defenderem que Portugal deveria sair do Euro (moeda). Isso seria um GRANDE ERRO, como meu estimado Mestre, o saudoso Professor Doutor Mário Murteira, me referia muitas vezes. Aquilo que tem de acontecer é que, no espaço do Euro (moeda) (que se deve expandir a todos os países da União Europeia), haja uma melhor e mais justa convergência das economias nacionais, com a concomitante repartição mais justa e equitativa dos fundos europeus, fortalecendo e não desmantelando um dos melhores elementos que a Europa criou: o ‘Welfare State’ e a ‘Welfare Society' – o Estado Social Europeu, adaptado ao actual contexto em que a mundialização e a globalização é um facto científico e uma realidade quotidiana.
É, pois, muito importante que os Arouquenses, os Nortenhos e os Portugueses exerçam a cidadania e o direito do voto. A abstenção é que é um fenómeno que não é nada desejável para Portugal e para os Portugueses, que sempre foram Europeus. Como sempre serão Europeus.

Perguntas Frequentes (eleição Parlamento Europeu)

11 de maio de 2019

A variante e o interesse público. Nem fazem nem deixam fazer. Um desabafo.

   Há já uns 20 ou 30 anos que é/foi promessa a popularmente designada “variante”, para a qual chegou a haver ambição de infraestrutura rodoviária de ligação entre a vila de Arouca e o nó da A1 em Santa Maria da Feira. Entretanto, e entre promessas múltiplas, de Sócrates a Costa, de Zola a Belém, entre crises e descrizes, lá foi construído um poucochinho da via e depois redirecionaram-se agulhas para a A32. E entre cambalhotas e fatias da coisa, fazemos figas e pedidos à Senhora da Abelheira, para que interceda pelo “novo concurso para ligação do Parque de Negócios de Escariz à A32”.
   Do resto, particularmente do traçado intermédio, não se fala. Mas, esse traçado futurível permanece há uns 20 ou 30 anos inscrito no PDM de Arouca, com toda a sua generosa zona de servidão non aedificandi. Basicamente, quem tem uma propriedade sua num local em que poderia edificar, não fosse o futurível traçado, que se lixe, que vá edificar para outro lado. A variante nem vem nem deixa vir. Nem faz nem deixa fazer. Desvaloriza e não indemniza. É uma pobreza e uma tristeza. Um amigo a quem desabafei sobre isto há uns tempos bem me avisou: “Não há nada a fazer. O interesse público pode muito!”
   Há um formulário que já me lembrei de usar para sugerir para levantarem a condicionante da zona de servidão non aedificandi. Mas seria, por certo, perder tempo.

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XXI)

1893.V.06 - A Repartição da Fazenda de Arouca oficia o Delegado do Tribunal de Aveiro informando que, sem autorização, as dependências do extinto Mosteiro vêm sendo invadidas por pessoas estranhas, sendo um atentado contra os direitos da Fazenda Nacional.

1942.V.09 - Dá-se em Alvarenga aquele que ficaria conhecido como o MOTIM DE 1942. Episódio rocambolesco que envolveu agentes da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) e alegados contrabandistas de volfrâmio.

1955.V.07 - Depois de ter deixado de se publicar em 27 de Fevereiro de 1952, inicia a publicar-se a II Série do semanário Defesa de Arouca, agora sob direcção e edição de António de Almeida Brandão, da freguesia de Rossas.

1968.V.07 - É deliberado expropriar os terrenos com vista à abertura da actual Avenidas das Escolas e atribuir-lhe o nome do Dr. Inácio Teixeira Brandão de Vasconcelos, que foi da Casa de Alhavaite, freguesia do Burgo, tal como havia sido deliberado em 26 de Maio de 1950.

1974.V.11 - António de Almeida Azevedo Brandão, professor do ensino primário, natural e residente na freguesia de Rossas, sucede ao seu pai como director do semanário Defesa de Arouca.

1976.V.06 - Um grupo constituído, essencialmente, por arouquenses «retornados», constitui uma nova cooperativa denominada CODA - Cooperativa de Desenvolvimento Agrícola de Arouca. Foi eleito presidente da Direcção António Teixeira Pereira da Conceição e presidente da Assembleia-Geral o Dr. Arnaldo Ângelo de Brito Lhamas.

1980.V.06 - É constituída a Associação Desportiva e Cultural de Tropeço.

1989.V.06 - O Dr. José Armando de Pinho Oliveira, mais conhecido por Armando Zola, natural da freguesia de Urrô e residente na vila de Arouca, é eleito primeiro presidente da Direcção da AICIA - Associação para a Integração de Crianças Inadaptadas de Arouca.

1991.V.10 - É constituída a AECA - Associação Empresarial do Concelho de Arouca.

1997.V.09 - É inaugurado o Centro de Saúde de Escariz.

2008.V.07 - São aprovados os projectos para a construção dos pólos escolares de Fermedo e Burgo.

2012.V.06 - Realiza-se a I Cãominhada em Arouca, uma iniciativa do Centro Veterinário de Arouca, em parceria com a Câmara Municipal.

7 de maio de 2019

A Pensar Alto... O fenómeno(?) da corrupção.

Nos últimos dias temos acompanhado através da imprensa a situação de várias pessoas condenadas por “recebimentos” indevidos que tiveram a gentileza por parte da justiça de se apresentarem de vontade própria no estabelecimento prisional mais estrelado do nosso País, para aí cumprirem uma pequena pena e viverem uma experiência diferente, a modos que de um programa de reality na televisão, se tratasse. E surpresa das surpresas nem todos tiveram lugar, tendo um deles que regressar a sua residência e fazer nova tentativa noutro estabelecimento. Lembrei me nessa altura que o cinema usa e abusa do tema das fugas das prisões, todos se lembram da “Grande evasão”, ”Atrás das grades”, fugas de todas as maneiras e feitios, mas nós como originais que somos funcionamos ao contrário. Ora vejamos, imaginemos que todos os casos de recebimentos indevidos, de fortunas mal explicadas, de contas bancárias recheadas sem justificação, daqueles casos em que amigos como ninguém tem, em atitudes magnânimas recheiam as contas sem dar satisfações, todos estes casos e outros que todos conhecem mas que ninguém fala, desatavam a serem julgados e uma parte era condenada com esta atenuante da apresentação voluntária. Que teríamos? Seria de certeza uma grande invasão e os lugares insuficientes. Que vergonha! Nem um pequeno filme se poderia realizar, a grande invasão aos soluços? Enquanto uns tentam desesperadamente fugir das prisões, no nosso caso tentam desesperadamente entrar na prisão e não conseguem. É triste esta situação. Temos que arranjar soluções. Para os pés descalços temos prisões suficientes, senão ficam mais apertados e a apertos de várias maneiras estão habituados, agora para os outros façam se obras, que cada prisão se transforme num local agradável, assim como aquelas ilhas das Caraíbas onde estão habituados a passar férias, menos não. E se o conseguir-mos assim está certo, até vai dar gosto ser preso uns dias e depois sair a gozar a vida e as caras de quem acredita na balança suspensa pela deusa com os olhos vendados. Ninguém nos ultrapassa em originalidade e a Europa e o Mundo vão mais uma vez, e sem ser por causa da bola, relembrar que fomos nós que descobrimos meio mundo e ainda estamos aqui para as curvas, melhor, nunca desistimos de estar bem situados nas estatísticas globais, seja pelo tamanho da dívida, pelo numero de corruptos, ou pelos bancos que não deixamos cair. E afinal ao verem tal gesto de boa vontade até prefiram apresentarem se em vez de gastar a massa com advogados que de repente podem falhar. E é chato isto dos off shores. Basta ver o que aconteceu com o Duarte Lima, lá teve que ir uns tempos para a prisão apesar de redução em redução pouco lhe faltar para cumprir da “enorme” pena inicial. Que chatice! Algum dia vão ficar convencidos, a corrupção não compensa, e vamos ter um País próspero e de todos e para todos. Esperemos!

6 de maio de 2019

Elementos 'cripto-judaicos' e 'cristãos-novos' em Arouca

Há uns dias atrás, em diálogo com uma familiar próxima, abordámos vários elementos da cultura ‘cripto-judaica’ e ‘cristã-nova’ que se encontram em Arouca. Habitualmente, grande parte das pessoas não se dá conta da presença desses elementos, que se perpetuaram, durante séculos e séculos, no inconsciente colectivo arouquense e no território arouquense, mas que são elementos relevantes em Arouca, à semelhança daquilo que acontece por todo o Norte de Portugal e pela Galiza. Constata-se que os Judeus Sefarditas Ocidentais (distintos dos Judeus Sefarditas comuns) que emigraram para as várias partes do Mundo, sobretudo devido ao estabelecimento da Inquisição em Portugal (estabelecida a partir do Sul e do Centro do País), eram provenientes do Noroeste da Península Ibérica e tinham e têm os sobrenomes típicos das famílias brasonadas do Norte de Portugal e da Galiza. A Cultura Sefardita Ocidental (dos 'Sefarad Tahor') é uma cultura endógena milenar do Noroeste da Península Ibérica.
Capela da Misericórdia - Arouca
Fonte: SCM Arouca
Um dos elementos claros de herança dessa cultura ‘cripto-judaica’ e ‘cristã-nova’ é a congregação da Misericórdia de Arouca (à qual, desde a sua génese, pertenceram muitos familiares meus, ao longo dos séculos), que, à semelhança do que acontece em muitos locais do Norte de Portugal, é uma típica antiga instituição de origem ‘cripto-judaica’ e ‘cristã-nova’, constatando-se que muitas das congregações da Misericórdia (que tinham e têm uma função de assistência social e de políticas sociais, que é um acto típico da prática religiosa do Judaísmo) eram antigas sinagogas, propriedade dessas famílias brasonadas judaicas ou 'cripto-judaicas'. A ‘procissão dos fogaréus’ que ocorre, em Arouca, na altura da Primavera, que liga a capela do Espírito Santo (situada para os lados do Calvário e de Crasto) à capela da Misericórdia na vila de Arouca, é um típico antigo culto ‘cripto-judaico’, que tem, em termos estruturais, elementos católico-romanos exteriores, mas, na realidade, é um ritual muito antigo, que comemora a Festa judaica de Pessach. Ou seja, a roupagem é católico-romana, mas trata-se da apropriação, pela Igreja Católica Romana, de um antigo culto 'cripto-judaico' muito antigo. Outro elemento presente desse 'cripto-judaísmo' em Arouca, que ficou como prática no inconsciente colectivo, é o facto de, ainda hoje, nessa altura da Primavera, as famílias limparem as casas de modo mais intenso e completo, sendo um claro ritual de origem 'cripto-judaica' muito antigo, próprio da altura da Pessach.
São apenas alguns elementos em Arouca, entre muitos outros que existem, provenientes dessa grande cultura milenar e desse povo notável, nobre e insigne ao qual eu pertenço e do qual eu descendo: o Povo Judeu. Na contemporaneidade, existem muitas provas factuais e irrefutáveis da validade científica do sentido originário do Criacionismo Hebraico. Algumas delas impressionantes!!!!!! O Judaísmo Ortodoxo e Haredi «Shomer Torá uMitzvot» é uma prática do presente e do futuro, a escatologia humana direccionada para a Era Messiânica (que vai ocorrer no futuro, liderada pelo Moshiach Ben David, a partir de Jerusalém, com a construção do Terceiro Templo) é a escatologia judaica, cujo sistema axiológico sagrado, a Torá (que é o sistema axiológico perfeito do Próprio Criador dos Céus e da Terra, Bendito Seja O Seu Nome Sagrado) é também para todos os ‘não-judeus’, para todos os seres humanos, para todas as nações, com a prática das 7 Leis de Noé : os valores morais noahides.
A esse propósito, no próximo mês de Junho, em Jerusalém – Terra de Israel, vai ocorrer a Quarta Conferência Anual Noahide (para a qual fui convidado pelo rabi haredi Moshe Perets), que é uma iniciativa muitíssimo importante, porque, de facto, é muito necessário e muito urgente que todos os Estados, perante a gravíssima e preocupante crise de valores que se verifica na actualidade em Portugal, na Europa e no Mundo, ensinem, de modo consistente, às várias gerações, nos sistemas de ensino e de educação, os valores morais noahides, que são absolutos, perfeitos, sagrados, bons e benévolos e que se reportam à estrutura ontológica e orgânica de qualquer ser humano.

5 de maio de 2019

Ainda sobre a derrocada na EN 326

Diariamente passam centenas de pessoas por aquela estrada. Viajantes, arouquenses, amigos, familiares e em particular… a mãe das minhas filhas. Portanto, penso que me encontro numa posição mais que justificada para apontar algo mais.

Com a certeza que nas próximas décadas aquele troço de estrada se irá manter como o principal (pois nenhum outro será realizado), gostaria de ter assistido a uma intervenção que fosse algo mais do que a colocação de um piso novo com um pequeno aumento na largura e com a colocação de rails.

A derrocada que aconteceu no passado dia 22, bem como a que aconteceu há algum tempo no início da mesma estrada, junto à ponte de Cela, poderiam ter sido evitadas se tivesse havido uma análise prévia das condições dos taludes e consequente estabilização dos mesmos de forma adequada. A responsabilidade deste trabalho é do IP, todos sabemos, mas todos nós enquanto utilizadores da estrada também temos a responsabilidade de fazer tudo o que está ao nosso alcance para que os responsáveis não se esqueçam deste eixo rodoviário que para nós, arouquenses, é talvez o mais importante.

Neste último parágrafo deixo imagens comparativas para refletirem. Taludes cuidados e estabilizados e taludes deixados ao abandono com mais de 50 anos de existência.

ATENÇÃO: na mesma EN 326


Arouca está tão perto do Porto!...

A partir da vila de Arouca (vila da Área Metropolitana do Porto que tem cerca de 5200 habitantes, localizada no vale do rio Arda, que é um dos principais afluentes do rio Douro), quem, na actualidade, se deslocar de automóvel pela variante à EN326, num ápice chega ao fim do primeiro troço da variante, na fronteira entre a freguesia de Rôssas e a freguesia de Tropêço. Entra na EN326 e chega, logo, a Mansores, passando, depois, por Escariz, até sair do território do concelho de Arouca, ao entrar, pela mesma EN326, no território do concelho de Santa Maria da Feira, que é um dos concelhos mais industrializados, urbanizados e modernos do País. Continua pela EN326 e, em Gião, entra na auto-estrada A32 e também num ápice, pela A32, chega à zona do Olival, em Vila Nova de Gaia, que é o terceiro concelho mais populoso do País e também um dos mais modernos, urbanizados e industrializados. Sai da A32, em Gaia, entra nas auto-estradas da VCI e, logo, de imediato, chega à cidade do Porto, que é a capital da Área Metropolitana do Porto e da Região Norte.
Este percurso (apesar dos acessos não serem os melhores na parte da EN326) demora, de automóvel, em média, cerca de 50 minutos, se não houver muito tráfego. E eu pergunto: será que o concelho de Arouca se pode considerar um concelho do denominado 'Interior', estando a sede do concelho situada, no presente, apenas a cerca de 50 minutos do Porto e as fronteiras oeste e noroeste do concelho estarem localizadas apenas a cerca de 35 minutos do Porto?!...Como é óbvio, Arouca não se pode considerar um concelho do 'Interior'. Se Arouca se manteve, durante um tempo considerável, estagnada em termos de dinamismo de Modernidade, deve-se, em parte, precisamente, aos seus maus acessos. E esse é um problema que a construção do resto da variante, em parte, vai resolver, tornando muito mais rápido e directo o acesso aos concelhos vizinhos de Arouca situados a oeste e a noroeste e ao Porto.
D
e facto, Arouca está tão perto do Porto!...Para além da minha querida Arouca natal, o Porto é a cidade que eu mais amo no Mundo, a par da cidade de Jerusalém, que é a eterna capital da Terra de Israel e também, no futuro, na Era Messiânica, a capital eterna do planeta Terra.
O Porto/Grande Porto sempre foi o território urbano principal de referência para Arouca e para os Arouquenses, onde moram milhares de Arouquenses e seus descendentes e em relação ao qual têm uma forte sentimento de empatia, de pertença e de afinidade, de tal modo que, como está muito bem escrito na Wikipédia, os Arouquenses "vêem o Porto e o Grande Porto como o prolongamento do território do município de Arouca e vice-versa, por serem locais, unidos, que fazem parte da sua vida quotidiana bem como da de seus descendentes, num espaço coeso e identitário que é habitado e vivido de modo contínuo."


4 de maio de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XX)

1256.V.01 - Dá-se o falecimento da rainha Santa Mafalda Sanches (1195-1256). Pese embora sobre o lugar da ocorrência ainda subsista alguma divergência, e apesar da lenda referir Rio Tinto, Tuías, em Marco de Canaveses, parece ser a hipótese mais consistente.

1514.V.02 - D. Manuel I, rei de Portugal, dá foral ao concelho de Alvarenga, o qual compreende também Canelas e Janarde.

1808.V.02 - A freguesia de Janarde autonomiza-se da freguesia de Alvarenga, passando a constituir uma nova freguesia naquele mesmo concelho.

1943.V.02 - É inaugurado o Campo de Jogos de Santo António, em Alvarenga. Defrontaram-se então o Santa Cruz de Alvarenga Futebol Clube e o Futebol Clube de Arouca, fixando-se o resultado em 5-2.

1951.IV.30 - A Câmara Municipal de Arouca é autorizada a contrair um empréstimo de 150 contos, destinado à electrificação das freguesias de Moldes e Tropeço.

1978.IV.29 - Diogo Freitas do Amaral, presidente do CDS, no contexto da visita às sedes do distrito de Aveiro daquele partido, visita a sede de Arouca, na Praça Brandão de Vasconcelos.

1986.V.02 - É inaugurada a estátua da rainha Santa Mafalda Sanches, no Parque Municipal.

1989.IV.30 - O Professor Doutor, Padre Arnaldo Cardoso de Pinho, natural da freguesia de Moldes, é eleito Juiz da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda, cargo que já vinha a ocupar interinamente desde o falecimento de Dom Domingos de Pinho Brandão.

2006.IV.30 - A ACR de Mansores sagra-se Campeão Distrital da 3.ª Divisão de Aveiro.

2006.V.02 - Ao fim de quatro anos, o primeiro troço da projectada ligação Arouca-Feira é aberto à circulação automóvel, numa cerimónia simbólica presidida pelo então presidente da Câmara, José Artur Neves.

2007.IV.29 - O Futebol Clube de Arouca, comandado por Rui Correia e Jorge Gabriel, sagra-se Campeão Distrital da 1.ª Divisão de Futebol de Aveiro, subindo à 3.ª Divisão Nacional.

2007.IV.29 - Adriano Soares Francisco, natural da freguesia de Várzea e residente na freguesia de Tropeço, é eleito presidente da Cooperativa Agrícola de Arouca.

1 de maio de 2019

Festa das Cruzes

«Na próxima sexta-feira, realiza-se no alto da Freita, na Capela da Senhora da Lage, a tradicional e afamada Festa das Cruzes, bem conhecida ao largo e ao longe. Se o tempo o permitir, muitos milhares de pessoas subirão à Serra para gozar deslumbrantes paisagens que é possível desfrutar não só durante o percurso como do próprio local da festa, que também tem grande número de apreciadores. A Festa das Cruzes é, pois, uma das mais notáveis deste concelho e circunvizinhas.»
Foto: Paróquia de S. Simão de Arões, Vale de Cambra
Este pequeno anúncio, a suceder outro idêntico relativo à Festa da Rainha Santa Mafalda, publicados na Defesa de Arouca, de 27 de Abril de 1974, dois dias após a Revolução, dá-nos conta daquela que foi também uma das principais e mais significativas romarias do concelho, hoje, infelizmente, mas como tantas outras, a perder o seu fulgor de outrora.

Tem lugar todos os anos e pelo menos desde o inicio do século passado, no dia 3 de Maio, lá no alto da Freita, na capela da Senhora da Lage, aonde, para o efeito, se deslocam em romaria as Cruzes e os povos das paróquias circunvizinhas, em especial, de Arouca, Vale de Cambra e São Pedro do Sul. Com excepção, - apesar de ser a mais vizinha das vizinhas -, da Cruz de Rossas. Pois diz a tradição popular que, se algum dia a Cruz de Processional de Rossas entrar na capela de Nossa Senhora da Lage, esta passa imediatamente a pertencer àquela paróquia e freguesia, sendo espoliada da alegada indevida posse exercida pela paróquia e freguesia de Urrô. Mas, isso são "cruzes d'outro calvário"!

Quando ali chegados, os grupos de romeiros de cada uma das paróquias concentram-se junto aos respectivos cruzeiros, esperando a vez de se integrarem com as respectivas Cruzes alçadas na procissão da manhã com destino à capela. Tradição que justifica o nome de Festa das Cruzes, tendo chegado já a ser integrada por 13 Cruzes Processionais.

Porém, esta festa de devoção popular também já não é o que era. Já não são milhares os que se avistam ao largo e ao longe, com trouxas e farnel, a subir a serra e a convergir para a pequena ermida da Lage, local afamado pelos seus bons ares, bem conhecidos dos nossos avós, quantos dos quais ali passaram temporadas (normalmente, nos dias antes ou depois de uma das três datas anuais de romaria, de modo a fazer ou cumprir a promessa) agarrados à esperança de se curarem das suas enfermidades, como várias vezes o fez e registou, entre outros, Manuel de Almeida Brandão, de Rossas.

«Prometi, se sarar de minhas enfermidades tuberculosa, cistite e arquites, de servir sozinho, um ano, de mordomo à Virgem Nossa Senhora do Campo e fazer-lhe uma festa na forma do costume aos anos anteriores. Prometi esta promessa em 15 de Setembro de 1920, tempo em que estava a ares na Senhora da Lagem, Serra da Freita, neste tempo estava muito mal já sem esperanças de melhorar e desenganado pelos médicos que morria.»

Mas esta festa, correntemente dita da Senhora da Lage, cujo dia se fixou a 3 de Maio, que, por curiosidade, já foi feriado nacional (comemorativo da Descoberta do Brasil), de 1912 a 1952, também se viu prejudicada com a alteração do feriado municipal para 2 de Maio, em 1956, e a criação do feriado nacional do 1.º de Maio, no pós 25 de Abril. Só por grande devoção, para fazer ou cumprir promessa, se consegue ir a uma festa após dois feriados. Mesmo depois do grande beneficio, que foi a estrada de Provisende à Senhora da Lage, aberta em 1986. Pelo que, atento também o facto de ser uma festa de devoção popular, fora do calendário da Igreja, nada se perdia em mudar a data para o fim-de-semana do, ou seguinte, ao 3 de Maio.

Em todo o caso, para quem puder, são muitos os motivos de interesse e curiosidade, que justificam a subida à serra da Freita neste dia, logo pela manhã, aí degustar um bom farnel a uma boa sombra, e assistir aos momentos da antiga e tradicional Festa das Cruzes.

Ah! Nada temam os de Rossas, porque só a Cruz é que não pode ir... ;)