11 de maio de 2019

A variante e o interesse público. Nem fazem nem deixam fazer. Um desabafo.

   Há já uns 20 ou 30 anos que é/foi promessa a popularmente designada “variante”, para a qual chegou a haver ambição de infraestrutura rodoviária de ligação entre a vila de Arouca e o nó da A1 em Santa Maria da Feira. Entretanto, e entre promessas múltiplas, de Sócrates a Costa, de Zola a Belém, entre crises e descrizes, lá foi construído um poucochinho da via e depois redirecionaram-se agulhas para a A32. E entre cambalhotas e fatias da coisa, fazemos figas e pedidos à Senhora da Abelheira, para que interceda pelo “novo concurso para ligação do Parque de Negócios de Escariz à A32”.
   Do resto, particularmente do traçado intermédio, não se fala. Mas, esse traçado futurível permanece há uns 20 ou 30 anos inscrito no PDM de Arouca, com toda a sua generosa zona de servidão non aedificandi. Basicamente, quem tem uma propriedade sua num local em que poderia edificar, não fosse o futurível traçado, que se lixe, que vá edificar para outro lado. A variante nem vem nem deixa vir. Nem faz nem deixa fazer. Desvaloriza e não indemniza. É uma pobreza e uma tristeza. Um amigo a quem desabafei sobre isto há uns tempos bem me avisou: “Não há nada a fazer. O interesse público pode muito!”
   Há um formulário que já me lembrei de usar para sugerir para levantarem a condicionante da zona de servidão non aedificandi. Mas seria, por certo, perder tempo.