Nos últimos dias temos acompanhado através da imprensa a
situação de várias pessoas condenadas por “recebimentos” indevidos que tiveram
a gentileza por parte da justiça de se apresentarem de vontade própria no estabelecimento
prisional mais estrelado do nosso País, para aí cumprirem uma pequena pena e
viverem uma experiência diferente, a modos que de um programa de reality na
televisão, se tratasse. E surpresa das surpresas nem todos tiveram lugar, tendo
um deles que regressar a sua residência e fazer nova tentativa noutro
estabelecimento. Lembrei me nessa altura que o cinema usa e abusa do tema das
fugas das prisões, todos se lembram da “Grande evasão”, ”Atrás das grades”, fugas
de todas as maneiras e feitios, mas nós como originais que somos funcionamos ao
contrário. Ora vejamos, imaginemos que todos os casos de recebimentos
indevidos, de fortunas mal explicadas, de contas bancárias recheadas sem
justificação, daqueles casos em que amigos como ninguém tem, em atitudes
magnânimas recheiam as contas sem dar satisfações, todos estes casos e outros
que todos conhecem mas que ninguém fala, desatavam a serem julgados e uma parte
era condenada com esta atenuante da apresentação voluntária. Que teríamos?
Seria de certeza uma grande invasão e os lugares insuficientes. Que vergonha!
Nem um pequeno filme se poderia realizar, a grande invasão aos soluços? Enquanto uns tentam desesperadamente fugir das prisões, no nosso caso tentam
desesperadamente entrar na prisão e não conseguem. É triste esta situação.
Temos que arranjar soluções. Para os pés descalços temos prisões suficientes,
senão ficam mais apertados e a apertos de várias maneiras estão habituados,
agora para os outros façam se obras, que cada prisão se transforme num local
agradável, assim como aquelas ilhas das Caraíbas onde estão habituados a passar
férias, menos não. E se o conseguir-mos assim está certo, até vai dar gosto ser
preso uns dias e depois sair a gozar a vida e as caras de quem acredita na
balança suspensa pela deusa com os olhos vendados. Ninguém nos ultrapassa em
originalidade e a Europa e o Mundo vão mais uma vez, e sem ser por causa da
bola, relembrar que fomos nós que descobrimos meio mundo e ainda estamos aqui
para as curvas, melhor, nunca desistimos de estar bem situados nas estatísticas
globais, seja pelo tamanho da dívida, pelo numero de corruptos, ou pelos bancos
que não deixamos cair. E afinal ao verem tal gesto de boa vontade até prefiram
apresentarem se em vez de gastar a massa com advogados que de repente podem
falhar. E é chato isto dos off shores. Basta ver o que aconteceu com o Duarte
Lima, lá teve que ir uns tempos para a prisão apesar de redução em redução
pouco lhe faltar para cumprir da “enorme” pena inicial. Que chatice! Algum dia
vão ficar convencidos, a corrupção não compensa, e vamos ter um País próspero e de todos e para todos. Esperemos!