31 de julho de 2019

A Pensar Alto... O Parque de Campismo... ou a falta dele.

Iniciou-se em Portugal por volta de 1875-1900 e presume-se que foi o escritor  Eça de Queirós um dos primeiros impulsionadores desta atividade. Viver, ou acampar num alojamento provisório num espaço ao ar livre, sem estar entre paredes ou debaixo de um telhado, é uma atividade ao mesmo tempo recreativa mas também muito educativa, sentindo se os intervenientes mais próximos da natureza, do céu e da terra. Regra geral os parques que foram proliferando por este País situam se em locais perto de rios, pequenos bosques, serras ou até junto ao mar. Locais onde se enchem os pulmões de ar puro e se regressam a tempos diferentes de convívio e partilha. Locais onde se ouvem os pássaros e se contam as estrelas, onde se ouve a água correr e onde o tempo até pode parar ao contrário das nuvens que passam aceleradas. Coisas simples que vão esquecendo.Com o passar dos tempos os parques foram se adaptando a novos frequentadores oferecendo na maior parte dos casos um conjunto de instalações que fazem esquecer um ou outro pequeno sacrifício que anos de comodidades enganam e parecem terminados. Em Portugal tiveram também muito êxito e apesar da oferta cada vez mais abundante continuam a fazer parte dos momentos de lazer de muitos a quem o mais importante é conviver com a natureza mais próxima e nada os substitui pelas características do alojamento já referido. Por cá temos há alguns anos um pequeno parque de montanha no alto da Freita com o forte da utilização no verão e que vai oferecendo muito do que de melhor temos. Neste momento a autarquia trabalha para que sofra obras de beneficiação e se possa assim melhorar a sua oferta, mas no vale não há nada semelhante. E é estranho que numa região onde existe um geoparque que atrai um turismo com vontades de pesquisar tudo o que seja mais natural, onde existem uns passadiços famosos por mostrar a todos um rio e uma região que muitos pensavam já não existir, não exista um parque de campismo onde se possam iniciar ou terminar estes tempos de descobertas, de solos verdes, ares límpidos, ventos a soprar mansamente para aconchegar tais tesouros. Seria, estou certo, a cereja no cimo do bolo. Isto apesar da grande oferta existente neste momento e que nos permite ver toda esta região repleta de novas caras, de passos apressados e de sorrisos de cumplicidades. Um parque de campismo mais próximo da Vila iria ser um complemento a tudo o resto e teria, estou certo, algum peso na economia local. É habitual ver grande quantidade de auto caravanas a circular por aí apesar do parque à disposição ser algo modesto, e isto é indicador de que com melhores condições mais viriam e mais dias ficariam. Temos tudo o que é preciso para uma iniciativa destas ter êxito. Locais com condições não faltam, uns melhores, outros a precisar de mais adaptações mas todos com as características indispensáveis a uma afluência de muitas gentes com saudades dos nossos ares, das nossas águas, dos nossos caminhos, das nossas paisagens, das nossas gentilezas. Mesmo que tudo isto tenham pela primeira vez. Fica a lembrança.

Durante o próximo mês de Agosto não irei publicar qualquer texto. Em Setembro cá estarei de novo. Boas férias a todos.

29 de julho de 2019

O Rotary e a anual transmissão de mandatos


No passado dia 2 de julho aconteceu a Transmissão de Tarefas do Rotary Club de Arouca.

Em que consiste este momento com esta denominação? Nada mais que a passagem de testemunho de funções de toda a direção. No Movimento Rotary, as funções, mesmo a da presidência, mudam todos os anos. Tal como o símbolo do Rotary (a Roda dentada) tudo se encontra em constante movimento. Os lugares não são dos seus membros. Os lugares são uma passagem pelas mais diversas funções.

Tudo isto faz com que os projetos não sejam de uma pessoa em particular mas sim do clube e dos seus membros e vão-se desenvolvendo ao longo do tempo até se encontrarem concluídos. Claro que o Presidente é o timoneiro de cada ano rotário.

O resultado disto é que o Rotary ajuda a formar líderes. E fá-lo da forma que penso ser a mais democrática. Todos podem ambicionar passar pelos mais diversos cargos de direção sem qualquer tipo de impedimento ou constrangimento.

Da mesma forma, entrada num clube rotário é aberta a todos os profissionais, na maior parte das vezes decorrente de um convite de um Companheiro. Os Clubes Rotários são, na sua essência, Clubes de Profissionais idóneos reconhecidos nas suas comunidades locais. Esta entrada é, normalmente, posta à consideração do clube e os valores do novo Companheiro devem ser reconhecidos por unanimidade pelos membros do Clube, para a sua entrada neste Movimento Internacional.

Anualmente, o objetivo primordial de qualquer Clube é unir voluntários a fim de prestar serviços humanitárias e promover valores éticos e a paz a nível internacional.

Tudo isto acontece todos os anos em cerca de 34 mil clubes Rotary espalhados pelo mundo, com cerca de 1,2 milhões de membros há 115 anos.

27 de julho de 2019

Sobre Elísio de Azevedo: "expoente máximo do jornalismo"...

Na sequência de um texto anterior da autoria de António Brandão de Pinho, publicado neste blogue «Defesa de Arouca», que informa o falecimento, no dia 14 de Julho de 2019 da era comum, de Elísio de Azevedo (meu saudoso e estimado tio Elísio), será oportuno citar algumas partes da notícia biográfica, publicada no jornal 'Discurso Directo' (26-7-2019 da era comum), sobre este arouquense ilustre, relativamente à excelência do seu tipo de escrita e à sua paixão pelo jornalismo:
"Nasceu na freguesia de Rossas em 1930. Filho de António de Almeida Brandão, uma das figuras marcantes da Arouca do século XX, e de Florinda Joaquina de Azevedo. Era o terceiro duma prole de oito filhos. Terminada a 4ª classe do antigo Ensino Primário, estudou no Porto, na Escola Raul Dória, onde tirou um curso de contabilista. (...) em plena juventude, cerca dos 20 anos, a vida de Elísio de Azevedo tomava um novo rumo: a bordo do navio Pátria partia para Moçambique. Ali, na antiga colónia, exerceu várias actividades e constituiu família. Ao mesmo tempo sentia uma atracção irreversível pelo jornalismo, que o notabilizou mais tarde como cronista de reconhecidos méritos a ombrear com os melhores da imprensa escrita. Foi colaborador assíduo do Notícias de Moçambique e responsável pela delegação em Nampula. (...) o jornalismo estava-lhe no sangue e assim continuou para o resto da vida. Primeiro na “Defesa de Arouca” e até muito recentemente no jornal “Roda Viva”, Elísio Azevedo marcava a diferença, não se furtava às polémicas, incluindo as de natureza política, não vacilava perante as contrariedades com uma prosa fluente, incisiva, própria da personalidade que todos lhe reconheciam."
Foto: jornal 'Roda-Viva'

E essa excelência na escrita e essa paixão pelo jornalismo surgiram, em Elísio de Azevedo, desde muito jovem, devido, em boa parte, ao tipo de educação familiar que teve na Casa de Eidim, em Rôssas-Arouca, protagonizada pelo seu pai, meu saudoso avô, António de Almeida Brandão...
Como é referido no texto biográfico do jornal 'Discurso Directo', Elísio de Azevedo viveu no Moçambique colonial...E viveu lá durante cerca de 24 anos, entre os anos de 1950/51 e o ano de 1974 da era comum, altura, no 'período pós-25 de Abril', em que regressa, definitivamente, para a sua Rôssas-Arouca natal e de residência definitiva, com a esposa Lucinda, o filho Elísio e as duas filhas, Maria Teresa e Ana Maria... Em Moçambique, trabalhou no jornal 'Notícias de Moçambique' e foi responsável (delegado) pela Delegação de Nampula do periódico moçambicano...E, devido a essa excelência na escrita e a essa paixão pelo jornalismo, Elísio de Azevedo, na actualidade, ainda é recordado, pelos seus colegas moçambicanos, como uma «grande referência do jornalismo» e como «expoente máximo do jornalismo» em Moçambique, tal como descreve o seu primeiro sucessor do Moçambique pós-colonial Vasco Fenita, numa entrevista relativamente recente concedida ao 'Notícias de Moçambique':
      
" P - Quais são as grandes referências de jornalistas do seu tempo?

 R - Na província de Nampula pontificam Elísio de Azevedo (meu antecessor na Delegação do Notícias) e Pires Teixeira (que chefiava a Delegação do Notícias da Beira). Ambos eram, inquestionavelmente, os expoentes máximos do nosso jornalismo. Mas apesar do êxodo de muitos deles por alturas da independência nacional, o país pode vangloriar-se com a presença dos nomes sonantes de Mia Couto, Abel Faife, Mário Ferro, José Catorze e muitos outros de que agora não me recordo. Dá para perceber que se escrevia a língua portuguesa correctamente pelo naipe de jornalistas que o “Notícias” teve o privilégio de albergar na circunstância e cuja mística continua a preservar através dos actuais editores. "

Para além do acervo numeroso de textos e de escritos de qualidade elaborados em Portugal (grande parte deles publicados, mas uma certa parte deles ainda inéditos), Elísio de Azevedo tem também um conjunto significativo de textos e de escritos publicados do tempo em que viveu em África, que deveriam também, como é óbvio, fazer parte de uma compilação dos seus textos e escritos completos, realizada e editada pelas instituições de Arouca às quais Elísio de Azevedo pertenceu e esteve associado.     

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XXXII)

1749.VII.24 - A Abadessa do Mosteiro, conjuntamente com Dona Joana Sofia, Prioresa, e Dona Paula Teresa de Lima, Sub-Prioresa, passam procuração ao Doutor Frei António Caldeira, Monge de S. Bernardo, Mestre Jubilado da Sagrada Teologia e Doutor em Teologia pela Universidade de Coimbra, para iniciar o Processo de Beatificação de Dona Mafalda Sanches.

1792.VII.27 - Dona Mafalda Sanches é beatificada por Breve de Sua Santidade o Papa Pio VI.

1890.VII.25 - D. Carlos I, rei de Portugal, cria e atribui o título de "Visconde de Albergaria de Souto Redondo" a Manuel Camossa Nunes Saldanha, natural e residente na freguesia de Mansores.

1968.VII.28 - É inaugurada a nova Residência Paroquial de Mansores, numa cerimónia presidida pelo Reverendíssimo Bispo do Porto.

1976.VII.26 - Dá-se o falecimento de Alfredo de Queirós Vaz Pinto, natural da Casa do Burgo, que, entre outros cargos, desempenhou o de presidente do Conselho de Administração da Rádio-Marconi, da TAP e da Shell Portuguesa. Foi ainda Ministro de Estado de Marcelo Caetano, entre 1968 e 1970.

1980.VII.23 - O Dr. Arnaldo Ângelo de Brito Lhamas é eleito presidente da Mesa da Assembleia Distrital de Aveiro do PPD/PSD.

1985.VII.22 - A Repartição das Finanças e a Tesouraria Pública transferem-se para as actuais instalações, na Avenida das Escolas.

1985.VII.25 - A Banda Musical de Arouca, criada em 1825, é oficializada através da outorga da respectiva escritura pública.

1998.VII.27 - Realiza-se, em Poligny (França) o acto solene de assinatura da primeira fase do protocolo tendente à geminação de Arouca com aquela vila.

2001.VII.28 - É inaugurada a Casa da Cultura de Fermêdo.

2008.VII.22 - A Câmara Municipal de Arouca aprova por unanimidade o projecto e localização do novo Quartel da GNR de Arouca.

2010.VII.24 - O Centro Social Paroquial de São Salvador do Burgo inaugura um novo equipamento social naquela freguesia.

25 de julho de 2019

Arouca vai arder... assim como Portugal

Os últimos grandes incêndios de Arouca ocorreram nos anos de 2005 e 2016
Passaram 11 anos entre o primeiro e último.
Em ambos, isoladamente, a mancha florestal ardida do concelho foi de mais de 60 %, sendo que no fogo de 2016 o que ficou por arder, ardeu no ano ano de 2017.
Muitas medidas e anúncios, muitas palestras e explicações, faixas de combustão, corredores ecológicos, planos florestais, reforços de meios, simulacros,  nos foram apresentados e anunciados.
Na prática e na grande maioria da área florestal tudo continua na mesma. Desafio qualquer um a dar uma volta pelo concelho de forma atenta desde a sua parte mais a este até à zona mais oeste. As zonas ardidas originaram grandes manchas verdes de eucalipto jovem que desgovernadamente toma de assalto os montes e florestas. Não estou a diabolizar esta árvore sendo que também não sou um grande defensor da mesma no sentido da monocultura mesmo que organizada e bem gerida. Toda esta mancha que ardeu em 2005 e 2016 está agora a "renascer" das cinzas que com árvores com o mesmo corte estão somente à espera que uma nova "fagulha maluca" despolete uma nova tragédia e desta vez ainda mais difícil de travar.
O que há aqui a diabolizar em Arouca como no país é a desinvestimento que se tem feito ao longo de décadas no sector agrícola e florestal. O que diabolizo é a não valorização que este sector merece por parte dos nosso agentes políticos. Acredito convictamente que enquanto não invertermos este paradigma de desinvestimento no sector primário, no meio rural e no interior tudo isto vai continuar acontecer ciclicamente. Somente uma discriminação VERDADEIRAMENTE positiva do interior, do meio rural poderá iniciar a inversão de muitos dos principais problemas que afectam o nosso país. O despovoamento do interior, tal como a baixa taxa de natalidade, a excessiva centralização, a falta de quadros superiores, o encerramento de serviços, etc... afinal no final das contas e em bom português ... isto anda tudo ligado!!!!

24 de julho de 2019

Arouca e o Porto/Grande Porto

Na sequência daquilo que é abordado no meu texto anterior e peço desculpa, aos leitores deste blogue, por estar a insistir bastante neste assunto e a ser muito repetitivo: o da forte ligação sócio-económica de Arouca e dos Arouquenses ao Porto/Grande Porto...
Os Arouquenses, repito, estão, EM QUASE TUDO, ligados ao Porto/Grande Porto, mas não estão, EM QUASE NADA, ligados a Aveiro. É um facto. É uma verdade. É uma realidade. E não é só pelo facto de Arouca estar perto do Porto/Grande Porto que o concelho de Arouca não deveria estar integrado no distrito de Aveiro...Antes disso e como factor de muitíssima importância estrutural, estruturante e nuclear, repito, é pelo facto dos elementos identitários, autóctones e endógenos (físicos, naturais, humanos e sociais) de Arouca se enquadrarem nos elementos identitários, autóctones e endógenos (físicos, naturais, humanos e sociais) e nas divisões territoriais protagonizadas pela cidade do Porto...
Arouca, repito, muito pouco ou quase nada tem que ver com Aveiro. Por essa razão, Arouca pertence à Região Norte, enquanto Aveiro pertence à Região Centro. Por essa razão, Arouca pertence à Área Metropolitana do Porto, enquanto que Aveiro pertence à Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro. Por essa razão, Arouca, em termos estruturais, localiza-se na Bacia e na Região Hidrográfica do Douro, enquanto que Aveiro localiza-se na Bacia e na Região Hidrográfica do Vouga. Por essa razão, Arouca pertenceu ao Douro Litoral, enquanto que Aveiro pertenceu à Beira Litoral. Por essa razão, no contexto das primeiras divisões territoriais da nação portuguesa, Arouca pertenceu ao Entre-Douro-e-Minho, enquanto que Aveiro pertenceu à Beira.
Mapa: Câmara Municipal de Arouca 
A esse propósito, convém recordar, de novo, um facto histórico, que é muito simbólico e muito significativo, que o colaborador deste blogue António Brandão de Pinho nos informa, ao referir que já, em 1860, era "apresentado um projecto de lei com vista a serem anexados ao distrito administrativo do Porto, os concelhos de Cinfães, Paiva e Arouca, então pertencentes aos distritos de Viseu e Aveiro." Repito, portanto: a constatação da grave lacuna estrutural de Arouca pertencer ao distrito de Aveiro é já, portanto, antiga e surgiu em 1860, apenas 25 anos depois de Arouca ter sido integrada no distrito de Aveiro e dos distritos terem sido criados. Já nessa altura, havia, portanto, a clara consciência que Arouca estava muito mal integrada no distrito de Aveiro, como, de facto, está muito mal integrada.

Só que, actualmente, nas redes sociais, em vários 'sites' institucionais, nos «mass media» e em vários dispositivos tecnológicos de identificação territorial, esse facto, essa realidade, essa verdade não são referidos, enfatizando-se, de modo arbitrário e artificial, uma ligação fantasiosa e irreal de Arouca a Aveiro. Costuma aparecer a seguinte menção: «Arouca, Aveiro»!...Costumam também apelidar, de modo muitíssimo errado, os Arouquenses de 'Aveirenses'!...Isso não corresponde, portanto, a qualquer realidade factual e ontológica. Deveria, como é óbvio, aparecer, antes, «Arouca, Área Metropolitana do Porto, Região Norte». E os Arouquenses deveriam, como é óbvio, serem apelidados de 'Arouquenses' ou de 'Nortenhos'. Isto porque Arouca tem apenas uma ligação meramente burocrática com Aveiro. O concelho de Arouca, repito, foi integrado, de modo completamente arbitrário e sem sentido, no distrito de Aveiro, em 1835, à semelhança daquilo que aconteceu com alguns dos seus congéneres da Área Metropolitana do Porto, todos eles pertencentes à Região Norte: Espinho, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Vale de Cambra e Oliveira de Azeméis.

Assim e desculpem a minha insistência e o facto de estar a ser muito repetitivo: os Arouquenses, os órgãos autárquicos de Arouca e os vários tipos de instituições de Arouca devem mobilizar, de modo permanente, um esforço pessoal e colectivo, consertado e unânime, para que Arouca, cada vez melhor, se integre, de modo dinâmico, participativo e consistente, nas divisões territoriais que, na realidade, protagonizam, no presente, a inserção institucional e o enquadramento identitário do concelho de Arouca: -a Área Metropolitana do Porto (NUTS III e área metropolitana) e a Região Norte (NUTS II e região), protagonizadas pela cidade do Porto. E, de modo concomitante, "esquecer", de vez, Aveiro, com o qual Arouca e os Arouquenses muito pouco ou quase nada têm que ver.  
     
Aquilo que está em causa é o bom rumo histórico e identitário de Arouca no futuro imediato, no futuro a médio-prazo, no futuro a longo-prazo e no futuro a muito longo-prazo, para bem de Arouca e para bem dos Arouquenses e dos seus descendentes...

22 de julho de 2019

O território de Arouca localiza-se na Bacia e na Região Hidrográfica do Douro

Quase a totalidade do território do concelho de Arouca localiza-se na Bacia e na Região Hidrográfica do Douro. Os rios principais, em Arouca, que são afluentes do rio Douro e que fazem parte dessa bacia hidrográfica (desaguando, portanto, todos, no rio Douro) são o rio Arda; o rio Sardoura; o rio Inha e o rio Paiva. Esses rios (que formam alguns dos vales fertéis típicos do Douro Litoral) têm, por sua vez, alguns afluentes bastante relevantes no território de Arouca, como o rio Urtigosa, o rio Paivó ou o rio Ardena, para referir três exemplos principais. 

Gravura: Centro de Ensino Guroo
O facto de Arouca se localizar, em termos estruturais, na Bacia e na Região Hidrográfica do Douro é um factor fundamental para a correcta inserção identitária de Arouca: desde o início da formação de Portugal, na região do Entre-Douro-e-Minho e na Região Norte, bem como, durante o século XX da era comum, na província do Douro Litoral, que é a divisão territorial onde Arouca melhor se insere e onde melhor se enquadra em termos identitários, autóctones e endógenos. O Entre-Douro-e-Minho, a Região Norte e o Douro Litoral têm, como cidade principal e como cidade central, a cidade do Porto, que sempre foi (com o seu espaço circundante denominado 'Grande Porto') o espaço urbano principal de referência para Arouca e para os Arouquenses, facto que se acentuou e se vai acentuar ainda muito mais no futuro, com a evolução e a consolidação institucional da Área Metropolitana do Porto, onde o concelho de Arouca está muitíssimo bem inserido e onde está muitíssimo bem enquadrado, em termos identitários e sócio-económicos.
É entre a Praia do Cabedelo do Douro de Vila Nova de Gaia e a belíssima Foz do Douro da cidade do Porto que, no Oceano Atlântico, desagua o rio Douro, que é um dos rios mais belos do planeta Terra.

Foto: Arouca Geopark

20 de julho de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XXXI)

1254.VII.16 - Sua Santidade o Papa Inocêncio IV concede a Dona Mafalda Sanches a graça e privilégio de não poder ser excomungada sem especial mandado da Sé Apostólica, por letras que do mesmo Indulto não fizessem expressa menção.

1296.VII.20 - D. Dinis, rei de Portugal, passa uma carta pela qual protege todos os bens e pessoas do Mosteiro de Arouca, ordenando ainda a devolução dos bens tirados nas últimas Inquirições.

1793.VII.15 - É inaugurada a urna-relicário onde estão depositados os restos mortais de Dona Mafalda Sanches, dita Rainha Santa Mafalda.

1854.VII.21 - Alexandre Herculano, na qualidade de Comissário da Real Academia das Ciências de Lisboa, visita o Mosteiro de Arouca, afim de averiguar o estado dos arquivos eclesiásticos. É nesta estadia que escreve sobre Arouca que «A encosta e o vale igualam em beleza a Sintra, e excedem-na na vastidão».

1886.VII.16 - A Direcção Geral dos Próprios Nacionais oficia o Delegado do Tribunal de Aveiro, juntando o Inventários das alfaias e mais objectos preciosos do extinto Mosteiro, dando instruções referentes às pessoas ainda ali encontradas.

1889.VII.18 - São entregues à guarda e administração da Irmandade da Rainha Santa Mafalda os paramentos, alfaias, relíquias, imagens e outros objectos de culto do extinto Mosteiro.

1981.VII.18 - É inaugurado o Lar-Internato do Centro de Promoção Social Rainha Santa Mafalda.

1987.VII.19 - Arnaldo Ângelo de Brito Lhamas, da Casa da Porta, freguesia de Santa Eulália, é reeleito deputado à Assembleia da República pelo Circulo Eleitoral de Aveiro.

1960.VII.15 - É definida a Zona Especial de Protecção do Mosteiro de Arouca. A partir desta data as novas construções a realizar dentro do perímetro delimitado pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais passam a requerer aprovação daquele organismo público.

1967.VII.20 - Graças à generosa oferta da benemérita Fundação Calouste Gulbenkian, é inaugurada uma Biblioteca Municipal em Arouca.

2003.VII.20 - Dá-se a estreia do Rancho Folclórico Infantil e Juvenil de Mansores.

2016.VII.15 - Tem inicio o I D. Bosco Open de Ténis, organizado pelo Centro Juvenil Salesiano de Arouca.

16 de julho de 2019

A Pensar Alto... O Deserto.


2100 está a 81 anos de distância... Parece uma data longínqua, daquelas que aparecem nos filmes de ficção científica mas já estão entre nós pessoas que nessa data vão enfrentar problemas que agora se nos deparam ,mas nessa altura terão muito mais gravidade pela dimensão que irão alcançar. Tudo por nossa causa, pelo nosso desleixo e principalmente por termos entregue os nossos destinos a dirigentes menos qualificados, que nem se preocupam com o presente quanto mais com o futuro. Nesse ano existirão 10 pessoas em idade ativa e 7 com mais de 65 anos. Nesse ano as pessoas com 90 anos poderão ultrapassar o número de crianças com menos de um ano de idade, nesse ano em Portugal existirão pouco mais de 6 milhões e meio de habitantes, nesse ano as pessoas com mais de 100 anos serão oito vezes mais que hoje. Todos estes números são estimativas da Eurostat e só comprovam o que todos podem acompanhar, estamos a envelhecer a uma velocidade muito rápida e poucas medidas se vêm para contrariar este estado de coisas. Identificar as causas é o mais simples e o poder politico farta-se de fazer análises e abordar o assunto mas depois vem esta situação de inércia em relação ao que pode inverter este rumo. A situação económica melhora a uma velocidade que nem tartaruga lenta, as pessoas lutam por uma vida melhor e abandonam ou tentam, deixar para trás a vida sem perspetivas, e cá andamos nisto há anos, e as famílias passaram a ser regidas por normas que obrigam a uma diminuição de tudo o que seja o aumento de despesa e de responsabilidades. É pena mas é verdade. Não interessa agora nomear mais causas ou descrevê-las a seguir uma cronologia que divida culpas. As alterações climáticas, sentidas, previstas e bem avisadas, desempenham também um papel que muito ajudará a manter este estado de pré calamidade. Se as causas estão identificadas atue-se. Arouca não escapa ao resto, a desertificação  também nos vai atingindo, e apesar de grandes esforços do poder local para a contrariar, alguns bem sucedidos adiam o inevitável, não podemos esquecer o eterno problema da eliminação dos labirínticos acessos de que dispomos, que se arrasta de ano em ano e até prova em contrário nos tem causado enormes prejuízos. Parece-me no entanto que o problema do envelhecimento e consequente desertificação não se resolve em termos de região, é uma questão nacional, até Europeia. A mim custa-me lavar as mãos como Pilatos e seguir como se tudo isto fosse inevitável. Os nossos filhos, os nossos netos e todos os descendentes irão sofrer com estas alterações e as gerações responsáveis, que tantas coisas belas fizeram e alteraram, ficarão associadas a esta dramática situação. Não haverá alternativas para um futuro onde irão viver poucos e mesmo assim empoleirados em prédios sitos na beira mar? Enquanto pudermos resta-nos esbracejar e manter acesa a chama que impulsiona esta luta, alertemos, e obriguemos quem pode decidir a melhorar as soluções e agir. Que a falta de tempo não sirva de desculpa.

O “velhote” que foi do Porto a Alvarenga para tomar café.



Não vai assim tanto tempo que um indivíduo residente no Porto, em idade de reforma, cujos dias, com certeza, são passados entre os bancos do jardim, a jogar uma “suecada” com os amigos e a casa onde sempre viveu, talvez pela monotonia desses momentos repetidos, decidiu que naquele dia tudo seria diferente.

A vontade de sair e explorar o mundo que o seu porta-moedas, pequeno, gasto e leve o encorajou, levou-o ao Campo 24 de Agosto e, assim, de peito cheio, corajoso e de um só fôlego, perguntar pelo preço do bilhete para Alvarenga.

A tal impetuosidade, respondeu o administrativo, com alguma intromissão, tentando perceber o motivo da viagem e o tempo da estadia.

E para que interessava saber isso? Que raio?!? O homem só queria aproveitar a vida e fazer aquilo que durante décadas o trabalho e as responsabilidades familiares não permitiram. Viajar! Vamos lá, que a carteira é pequena, gasta e leve e quem tem pouco dinheiro não se pode meter a pensar muito!

Não escondendo a sua surpresa, o administrativo, responsavelmente, alertou o senhor que o autocarro que ia até Alvarenga era o mesmo que regressava ao Porto. Acautelou o homem que o tempo de paragem naquela freguesia de Arouca era apenas o necessário ao descanso do motorista e, que por isso, o tempo despendido para lá do vale do Paiva não daria para muito mais que um café!

Ideal! O preço justificava o passeio. O porta-moedas ainda ficava com alguns trocos.

Assim veio o “velhote” conhecer a terra dos bifes, e lá teve o que contar aos seus amigos da “suecada”, que todos os dias gastam os bancos no jardim de sempre.

Serve esta história, contada por quem trabalha na Transdev, para reforçar a ideia que tenho relativamente ao PART (Programa de Apoio à Redução Tarifária) e que já defendi em artigo escrito neste blogue, em 27 de Março do presente ano.

É, de facto, uma medida que contribuirá para o uso crescente dos transportes públicos e uma maior mobilidade, em particular por parte das classes mais desfavorecidas, que infelizmente são sempre as mais afetadas pelas variações económicas do país. Para além das naturais vantagens financeiras, acrescem as ambientais, pela diminuição do uso de transporte particular.

A comprovar esta tendência do uso cada vez maior dos transportes públicos, promovido pelo PART, referiu-me o funcionário daquela empresa que os primeiros horários de autocarros a sair de Arouca, e que estavam sempre vazios e, por esse motivo, corriam o risco de acabar, agora estão quase cheios.

Ainda bem!

14 de julho de 2019

Arouca e a imprensa arouquense ficaram hoje mais pobres.

Foto: Roda Viva Jornal
Arouca e a imprensa arouquense ficaram hoje mais pobres com o falecimento de Elísio de Azevedo. Um homem discreto, mas culto e honesto, corajoso e frontal, à antiga. Desses que começam a escassear.
«Político e homem cívico», - como a ele se refere José Carlos Silva, director do Roda Viva Jornal, periódico local que completou ontem trinta anos e onde ultimamente mantinha a sua coluna de opinião -, Elísio de Almeida Azevedo, foi o terceiro dos oito filhos de António de Almeida Brandão e Florinda Joaquina de Azevedo, da casa de Eidim, da freguesia de Rossas, onde nasceu em 9 de Fevereiro de 1930.
Também nas palavras de José Carlos Silva, que subscrevo, «Elísio Azevedo foi ainda um brilhante cronista da imprensa local, com textos publicados na Defesa de Arouca e, mais tarde, no RODA VIVA jornal. Homem de inteligência superior e de forte sentido cívico, o desaparecimento de Elísio Azevedo deixa Arouca mais pobre.»
Partiu o homem, mas fica a obra. Sim, a obra. Uma obra enorme (para além da discreta actividade política, funções públicas, associativas e profissionais), que contribuiu sobremaneira para a formação da opinião pública e crítica dos Arouquenses, mesmo daqueles que dele terão discordado ou se tenham visto visados nas suas crónicas. A maior homenagem que se lhe poderá prestar, será, pois, sem dúvida, reunir e publicar as centenas de artigos que nas últimas décadas escreveu na Defesa de Arouca e no Roda Viva Jornal. De resto, foi uma ideia que quase se concretizou, ainda que parcialmente, no pós polémica do Viaduto de Rossas da projectada e ainda "inconseguida" Via Estruturante Arouca-Feira, temas que mais tinta lhe consumiram na viragem do século e lhe valeram mesmo um inédito diferendo judicial sobre liberdade de imprensa, que extrapolou até a jurisdição nacional.
Inconseguido fica também o meu desafio para que escrevesse umas linhas a titulo de prefácio ao meu trabalho Publicações Periódicas Arouquenses. Mas...,"é a vida...", como, resignado, me acaba de responder um dos seus irmãos. Que descanse em paz!

13 de julho de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XXX)

1249.VII.12 – A rainha Dona Mafalda Sanches, a abadessa Dona Maior Martins e o Mosteiro de Arouca dão, por dois anos, ao Bispo e Cabido do Porto as rendas de seis casais pertencentes a paróquia de Chave, devendo ao fim desse tempo, e como condição de os reaverem, ser-lhes devolvido o direito de padroado da igreja de Lamas.

1256.VII.10 - D. Afonso III, rei de Portugal e sobrinho de Dona Mafalda Sanches, manda Nuno Martins de Chacim, seu meirinho-mor, devolver ao Mosteiro de Arouca a igreja de Cela, que lhe havia sido tirada em favor do Mosteiro de Paço de Sousa.

1515.VII.08 - É reconhecido ao Mosteiro de Arouca o privilégio dos Corregedores das Comarcas da Beira e Estremadura não entrarem nas suas terras para fazerem correições, salvo por especial mandado régio.

1605.VII.14 - Dom Martim Afonso de Melo, bispo de Lamego, confirma a Irmandade dos Reverendos Sacerdotes do Vale de Arouca.

1886.VII.10 - São aprovados os Estatutos da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda, ao que se adivinha, elaborados ainda antes da morte da última monja residente no Mosteiro e, com o intuito de acautelar o futuro do espólio ali existente.

1911.VII.14 - O médico Ângelo Pereira de Miranda é nomeado Administrador do Concelho de Arouca.

1942.VII.08 - O Juiz da Irmandade da Rainha Santa Mafalda de Arouca solicita a reparação do soalho do Coro do Mosteiro, atendendo a que junto das «cadeiras-assentos fixos de pau vinhático do mesmo coro apareceu tortulho que ameaça alastrar-se por debaixo dos mesmos assentos danificando-os».

1967.VII.10 - É fundada a "Casa de Arouca" no Rio de Janeiro, Brasil. Mais tarde, muda-se de Tijuca para a Barra da Tijuca, passando a denominar-se "Arouca Barra Clube".

1975.VII.13 - A Casa Silex realiza na vila de Arouca, nos terrenos anexos ao antigo campo de futebol, o 1.º Grande Prémio de Motocross.

1978.VII.13 - É fundada a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Arouca.

1989.VII.13 - Dá à estampa, pela mão de Óscar Gomes da Silva e José Costa Gomes, o primeiro número do Roda Viva Jornal.

2010.VII.10 - É inaugurada a renovação do Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Arouca.

6 de julho de 2019

ESTA SEMANA NA HISTÓRIA DE AROUCA (XXIX)

1610.VII.05 - É instituída a Santa Casa da Misericórdia de Arouca.

1894.VII.05 - A Câmara Municipal resolve, por unanimidade, atribuir o nome de António Teixeira Brandão de Vasconcelos, da Casa da Alhavaite, do Burgo, à Praça que se acabava de construir no centro da vila.

1898.VII.04 - O Ministério das Obras Públicas informa ter enviado ao Ministro do Reino os desenhos das dependências do Mosteiro e partes anexas, para o Director do Hospital de Rilhafoles estudar a adaptação daquele à assistência aos alienados.

1899.VII.05 - A Câmara Municipal toma posse das águas do manancial existente no Canto do Muro, no cimo da Cerca do Mosteiro, e que foram pertença deste, comprometendo-se a efectuar obras de reparação, canalização ou construção, e a fornecer água ao Mosteiro ou outra instalação do mesmo, e a estabelecer um Chafariz no centro da Praça Brandão de Vasconcelos.

1926.VII.06 - Inicia-se a carreira directa de camionete entre a vila de Arouca e a cidade do Porto, com itinerário por Castelo de Paiva, Entre-os-Rios e Cete.

1940.VII.01 - Estando atrasada a necessária autorização pela Direcção Geral dos Monumentos Nacionais para a mudança do Chafariz para junto da escadaria dos antigos Paços do Concelho, a Câmara delibera indicar à Comissão representante da Acção Católica o largo de Santa Mafalda para colocação do Cruzeiro dos Centenários.

1958.VII.06 - É inaugurado o Posto da Guarda Nacional Republicana de Arouca, no edifício da antiga Escola Primária Conde Ferreira, à entrada da vila.

1959.VII.05 - É inaugurado o "Café Arouquense", sito no Largo Dr. Ângelo Miranda, na vila de Arouca.

1972.VII.01 - Dom Domingos de Pinho Brandão, natural da freguesia de Rossas, Bispo de Filaca e Auxiliar da Diocese de Leiria, é nomeado Bispo Auxiliar da Diocese do Porto.

1995.VII.01 - À passagem do 1.º Centenário dos Salesianos, e a assinalar a presença dos mesmos em Arouca, é inaugurado, no Parque Municipal, um busto de São João Bosco, apóstolo da Juventude.

2006.VII.01 - É inaugurado, na exploração de ardósias da empresa Valério & Figueiredo, na freguesia de Canelas, um Centro de Interpretação Geológica, uma unidade museológica para albergar o raro e valioso património geológico que encontra naquela freguesia uma das suas maiores jazidas.

2006.VII.01 - É hasteada a Bandeira Azul na praia fluvial do Areinho, no rio Paiva.

2 de julho de 2019

A Pensar Alto. Envelhecer com o coração cheio. É bom viver em Arouca.

Conheci a Academia Sénior de Arouca há mais ou menos 3 anos. Terminara algum tempo antes a minha vida plena de atividade com grande intensidade de trabalho, e encontrava-me na fase em que todos os que se reformam sabem que mais cedo ou mais tarde vão encontrar, os dias passam a ser mais longos e o medo de não conseguir enganar a inatividade assusta mais que aqueles trovões negros em dias de temporal. Os filhos estão nas suas vidas, os netos nas escolas e a casa aumenta de tamanho, e se é grande passa a ser enorme, ocupada com silêncios e velhas fotos de muitos sorrisos. Estar reformado, não quer dizer estar incapacitado, por vezes é precisamente o contrário, as ideias e as intenções aparecem mais fluidas sem o stress insuportável de um dia a dia num trabalho exigente. Sentia me, e como eu muitos terão tido a mesma ligeira impressão, completamente a perder o rumo e a cair num espaço de intranquilidade ao qual não estava habituado. Por isso naquela manhã que agora vejo, igual a muitas outras, decidi inscrever-me na Academia, decidi continuar a aprender, senti saudades dos tempos dos bancos das escolas, e como se esse tempo regressa-se, encontrei me de novo com novos colegas e novos professores mesmo que os rostos de alguns me fossem familiares. Já agora, também quis partilhar o gosto pela música e pude fazê-lo no côro da Academia. E fiz muito bem, como muitos fizeram antes de mim. A Academia Sénior é uma associação que está implantada há já largos anos, a desenvolver uma atividade em prol da qualidade de vida dos mais velhos da nossa terra. Frequentar  a Academia não é só ir a aulas, cantarolar e está concluída a semana. Frequentar a Academia em Arouca é saber ser companheiro, ganhar e aumentar as amizades, é comparar opiniões, e temos tantas, é gargalhar nas pausas que os convívios permitem, é esquecer o tamanho dos dias, é ter alguém que nos escuta e quer também falar, é esquecer os desgostos e eliminar a solidão, é dar exemplos aos mais novos, tudo isto enquanto se vão adquirindo conhecimentos, alguns sonhados há muito mas que pareciam já inalcançáveis. E de vez em quando tudo á volta da mesa que se nada mais houver a festejar, festeja-se a vida e os prazeres que ela dá, festeja-se o que passou e o bom que há de vir. É muito bom frequentar a Academia Sénior. Cada dia que passa sentimos o coração cheio de boas emoções, de muitas alegrias, sentimo-nos úteis e mais realizados. Envelhecemos mais sábios, mais cordiais com menos rugas, sem rancores e muito mais solidários e tranquilos. Partilhar os dias é uma decisão que aumenta a saúde e afasta o que ninguém quer. Tudo isto mantendo a identidade pessoal, sem atropelos e com muito espirito de equipa, lembrando sempre a família ou os afazeres de ocasião. E partilhamos experiências, engraçado como sem fazer balanços de qualquer espécie, encontramos pontos em comum que nos aproximam mais que nos dividem. Finalmente sabemos o que significa ”gozar a reforma” e dia atrás de dia aproveitamos o tempo e somos felizes. É isso mesmo, temos direito a ser felizes. Aproveitemos. É mesmo muito bom poder envelhecer em Arouca.

1 de julho de 2019

Faleceu o realizador norte-americano Richard Shaw, fundador da PINLIGHT

Faleceu, inesperadamente, há 12 dias atrás, vítima de ataque cardíaco, o realizador e produtor norte-americano Richard Shaw, fundador e proprietário da companhia cinematográfica PINLIGHT, sediada no centro de Hollywood e em Porter Ranch, em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos da América.
Richard Dexter Shaw (natural de Long Beach e residente em Porter Ranch, em Los Angeles) deixa viúva Mary Margaret Shaw e deixa um filho (Dan), uma filha (Laura) e netos (Damon e Chloe).

O realizador e produtor Richard Shaw (1953-2019), fundador e proprietário da PINLIGHT

Faleceu um realizador e um produtor notável e um verdadeiro especialista em cinema do «mundo cinematográfico» e dos «mass-media» norte-americanos, que trabalhou, durante décadas, com alguns dos seus principais protagonistas, desde ao facto de ter sido um dos produtores e premiado editor do laureado filme Beat the Drum, passando pelo facto de ter ganho um 'Southeast Emmy', até ao facto de ter feito a 'masterização' do filme de Leonardo DiCaprio The 11th Hour, tendo trabalhado para a CNN, CBN News, WB, Cox Interactive, Billy Graham, Gold Mountain Entertainment, Johnson & Johnson, Joe Jackson, Rickie Lee Jones, New West Records ou para a Spiral of Life, etc...etc...etc...
Faleceu um estimado e grande amigo meu, com quem colaborei desde os anos de 2006/2007. E faleceu, sobretudo, uma pessoa muito ética e benévola e um homem com uma fé bíblica sincera, muito ligado a Israel, com uma personalidade de valor e com uma modéstia espontânea. Falei-lhe bastante de Arouca, do Porto e do Norte de Portugal, nas muitas horas de contacto e de diálogo que mantivemos. E, em Arouca, na actualidade, o cinema é também um elemento já bem presente no concelho, visto que se realiza, todos os anos, o Festival Internacional de Cinema de Arouca, organizado pelo Cine Clube de Arouca, já na sua 17ª edição...

Conheci o realizador Richard Shaw a partir da equipa de prestigiados académicos e de investigadores dos Códigos da Torá, à qual estou associado e muito envolvido desde os anos de 2004/2005, protagonizada pelo Professor Doutor Eliyahu Rips (HUJI - Israel) e pelo Professor Doutor Robert Haralick (CUNY - EUA). A partir dos anos de 2006/2007, o nosso diálogo foi constante e permanente, tendo tido o privilégio de colaborar em cinco episódios da premiada série da PINLIGHT, The Watchers (apresentada e também produzida pelo conhecido autor, investigador e conferencista norte-americano L.A. Marzulli) que foi e é um grande sucesso de vendas, tive uma participação sociológica muito mais intensa nas duas partes do filme Torah Codes: End to Darkness, tendo também colaborado na curta-metragem que Richard Shaw realizou sobre a Faixa de Gaza, em Israel. O meu nome aparece referenciado nos créditos e nos agradecimentos desses filmes.
Devido a essa minha ligação à PINLIGHT, fiz a mediação, em Julho de 2017, da vinda de L.A. Marzulli, com a sua esposa Peggy Marzulli, a Portugal, para a realização e para a produção de dois filmes de qualidade sobre as Aparições de Fátima (Fatima: Miracle of the Sun or a Harbinger of Deception? e Fatima 2: Strange Phenomena), em que também colaborei, pondo-o em contacto e ligando-o a alguns dos principais especialistas portugueses no fenómeno de Fátima, bem como apresentei a conferência que L.A. Marzulli, nessa altura, realizou na Universidade Fernando Pessoa, no Porto, organizada pela Exopolitcs Portugal (Dr. Francisco Mourão Corrêa) e pelo CTEC-UFP (Professor Doutor Joaquim Fernandes), fazendo a descrição biográfica de L.A. Marzulli ao público, no contexto da PINLIGHT.
Tinha planeado, com Richard Shaw, a exibição do filme dele sobre os
Códigos da Torá, na cidade do Porto, acompanhado por uma conferência feita pelos principais e eminentes especialistas dessa descoberta científica impressionante e de uma importância incomensurável!... Infelizmente, para minha grande tristeza, com o meu estimado e saudoso amigo Richard, esse evento já não se poderá concretizar com a sua presença física...Mas irá, provavelmente, concretizar-se, no futuro, com a Proteção Divina de HaShem, Bendito Seja O Seu Nome Sagrado, numa altura em que a 'alma' (a «neshamá») do Richard vai estar presente, no Porto, em espírito e verdade...


2) Biografia do realizador Richard Shaw

3) L.A. Marzulli sobre Richard Shaw (1953-2019)

4) Texto biográfico de L.A. Marzulli sobre Richard Shaw