16 de julho de 2019

A Pensar Alto... O Deserto.


2100 está a 81 anos de distância... Parece uma data longínqua, daquelas que aparecem nos filmes de ficção científica mas já estão entre nós pessoas que nessa data vão enfrentar problemas que agora se nos deparam ,mas nessa altura terão muito mais gravidade pela dimensão que irão alcançar. Tudo por nossa causa, pelo nosso desleixo e principalmente por termos entregue os nossos destinos a dirigentes menos qualificados, que nem se preocupam com o presente quanto mais com o futuro. Nesse ano existirão 10 pessoas em idade ativa e 7 com mais de 65 anos. Nesse ano as pessoas com 90 anos poderão ultrapassar o número de crianças com menos de um ano de idade, nesse ano em Portugal existirão pouco mais de 6 milhões e meio de habitantes, nesse ano as pessoas com mais de 100 anos serão oito vezes mais que hoje. Todos estes números são estimativas da Eurostat e só comprovam o que todos podem acompanhar, estamos a envelhecer a uma velocidade muito rápida e poucas medidas se vêm para contrariar este estado de coisas. Identificar as causas é o mais simples e o poder politico farta-se de fazer análises e abordar o assunto mas depois vem esta situação de inércia em relação ao que pode inverter este rumo. A situação económica melhora a uma velocidade que nem tartaruga lenta, as pessoas lutam por uma vida melhor e abandonam ou tentam, deixar para trás a vida sem perspetivas, e cá andamos nisto há anos, e as famílias passaram a ser regidas por normas que obrigam a uma diminuição de tudo o que seja o aumento de despesa e de responsabilidades. É pena mas é verdade. Não interessa agora nomear mais causas ou descrevê-las a seguir uma cronologia que divida culpas. As alterações climáticas, sentidas, previstas e bem avisadas, desempenham também um papel que muito ajudará a manter este estado de pré calamidade. Se as causas estão identificadas atue-se. Arouca não escapa ao resto, a desertificação  também nos vai atingindo, e apesar de grandes esforços do poder local para a contrariar, alguns bem sucedidos adiam o inevitável, não podemos esquecer o eterno problema da eliminação dos labirínticos acessos de que dispomos, que se arrasta de ano em ano e até prova em contrário nos tem causado enormes prejuízos. Parece-me no entanto que o problema do envelhecimento e consequente desertificação não se resolve em termos de região, é uma questão nacional, até Europeia. A mim custa-me lavar as mãos como Pilatos e seguir como se tudo isto fosse inevitável. Os nossos filhos, os nossos netos e todos os descendentes irão sofrer com estas alterações e as gerações responsáveis, que tantas coisas belas fizeram e alteraram, ficarão associadas a esta dramática situação. Não haverá alternativas para um futuro onde irão viver poucos e mesmo assim empoleirados em prédios sitos na beira mar? Enquanto pudermos resta-nos esbracejar e manter acesa a chama que impulsiona esta luta, alertemos, e obriguemos quem pode decidir a melhorar as soluções e agir. Que a falta de tempo não sirva de desculpa.