14 de julho de 2019

Arouca e a imprensa arouquense ficaram hoje mais pobres.

Foto: Roda Viva Jornal
Arouca e a imprensa arouquense ficaram hoje mais pobres com o falecimento de Elísio de Azevedo. Um homem discreto, mas culto e honesto, corajoso e frontal, à antiga. Desses que começam a escassear.
«Político e homem cívico», - como a ele se refere José Carlos Silva, director do Roda Viva Jornal, periódico local que completou ontem trinta anos e onde ultimamente mantinha a sua coluna de opinião -, Elísio de Almeida Azevedo, foi o terceiro dos oito filhos de António de Almeida Brandão e Florinda Joaquina de Azevedo, da casa de Eidim, da freguesia de Rossas, onde nasceu em 9 de Fevereiro de 1930.
Também nas palavras de José Carlos Silva, que subscrevo, «Elísio Azevedo foi ainda um brilhante cronista da imprensa local, com textos publicados na Defesa de Arouca e, mais tarde, no RODA VIVA jornal. Homem de inteligência superior e de forte sentido cívico, o desaparecimento de Elísio Azevedo deixa Arouca mais pobre.»
Partiu o homem, mas fica a obra. Sim, a obra. Uma obra enorme (para além da discreta actividade política, funções públicas, associativas e profissionais), que contribuiu sobremaneira para a formação da opinião pública e crítica dos Arouquenses, mesmo daqueles que dele terão discordado ou se tenham visto visados nas suas crónicas. A maior homenagem que se lhe poderá prestar, será, pois, sem dúvida, reunir e publicar as centenas de artigos que nas últimas décadas escreveu na Defesa de Arouca e no Roda Viva Jornal. De resto, foi uma ideia que quase se concretizou, ainda que parcialmente, no pós polémica do Viaduto de Rossas da projectada e ainda "inconseguida" Via Estruturante Arouca-Feira, temas que mais tinta lhe consumiram na viragem do século e lhe valeram mesmo um inédito diferendo judicial sobre liberdade de imprensa, que extrapolou até a jurisdição nacional.
Inconseguido fica também o meu desafio para que escrevesse umas linhas a titulo de prefácio ao meu trabalho Publicações Periódicas Arouquenses. Mas...,"é a vida...", como, resignado, me acaba de responder um dos seus irmãos. Que descanse em paz!