31 de julho de 2019

A Pensar Alto... O Parque de Campismo... ou a falta dele.

Iniciou-se em Portugal por volta de 1875-1900 e presume-se que foi o escritor  Eça de Queirós um dos primeiros impulsionadores desta atividade. Viver, ou acampar num alojamento provisório num espaço ao ar livre, sem estar entre paredes ou debaixo de um telhado, é uma atividade ao mesmo tempo recreativa mas também muito educativa, sentindo se os intervenientes mais próximos da natureza, do céu e da terra. Regra geral os parques que foram proliferando por este País situam se em locais perto de rios, pequenos bosques, serras ou até junto ao mar. Locais onde se enchem os pulmões de ar puro e se regressam a tempos diferentes de convívio e partilha. Locais onde se ouvem os pássaros e se contam as estrelas, onde se ouve a água correr e onde o tempo até pode parar ao contrário das nuvens que passam aceleradas. Coisas simples que vão esquecendo.Com o passar dos tempos os parques foram se adaptando a novos frequentadores oferecendo na maior parte dos casos um conjunto de instalações que fazem esquecer um ou outro pequeno sacrifício que anos de comodidades enganam e parecem terminados. Em Portugal tiveram também muito êxito e apesar da oferta cada vez mais abundante continuam a fazer parte dos momentos de lazer de muitos a quem o mais importante é conviver com a natureza mais próxima e nada os substitui pelas características do alojamento já referido. Por cá temos há alguns anos um pequeno parque de montanha no alto da Freita com o forte da utilização no verão e que vai oferecendo muito do que de melhor temos. Neste momento a autarquia trabalha para que sofra obras de beneficiação e se possa assim melhorar a sua oferta, mas no vale não há nada semelhante. E é estranho que numa região onde existe um geoparque que atrai um turismo com vontades de pesquisar tudo o que seja mais natural, onde existem uns passadiços famosos por mostrar a todos um rio e uma região que muitos pensavam já não existir, não exista um parque de campismo onde se possam iniciar ou terminar estes tempos de descobertas, de solos verdes, ares límpidos, ventos a soprar mansamente para aconchegar tais tesouros. Seria, estou certo, a cereja no cimo do bolo. Isto apesar da grande oferta existente neste momento e que nos permite ver toda esta região repleta de novas caras, de passos apressados e de sorrisos de cumplicidades. Um parque de campismo mais próximo da Vila iria ser um complemento a tudo o resto e teria, estou certo, algum peso na economia local. É habitual ver grande quantidade de auto caravanas a circular por aí apesar do parque à disposição ser algo modesto, e isto é indicador de que com melhores condições mais viriam e mais dias ficariam. Temos tudo o que é preciso para uma iniciativa destas ter êxito. Locais com condições não faltam, uns melhores, outros a precisar de mais adaptações mas todos com as características indispensáveis a uma afluência de muitas gentes com saudades dos nossos ares, das nossas águas, dos nossos caminhos, das nossas paisagens, das nossas gentilezas. Mesmo que tudo isto tenham pela primeira vez. Fica a lembrança.

Durante o próximo mês de Agosto não irei publicar qualquer texto. Em Setembro cá estarei de novo. Boas férias a todos.