O PSD vai a votos no dia 11 de Janeiro de 2020 para eleger o
seu líder.
Até ao momento são conhecidos três candidatos: Rui Rio, Luís
Montenegro e Miguel Pinto Luz.
Nesta circunstância e tempo eleitoral que se adivinha
acredito que Rui Rio será, dos três, aquele que melhor poderá servir país.
Escrevo primeiramente servir o país pois acho que terá que ser desta forma de
total espírito de missão e compromisso sério e inabalável para com o país que o
líder do partido deverá encarar a sua estratégia política. Primeiro Portugal,
secundariamente o partido. Só assim se conseguirá fazer com que os portugueses,
os militantes de base e todos os apoiantes sintam motivação para se aproximarem
novamente da política e consequentemente do partido. O caminho não será fácil
nem curto, mas acredito que passe pelas linhas mestras que Rui Rio nos vem
apresentando.
O trabalho que desenvolveu até aqui- está à frente do partido
há sensivelmente dois anos- não permitiu mudar tudo o que está mal nem tudo o
que até aqui foi feito esteve livre de mácula. Mas a pergunta que interessa
colocar será: “Haveria quem fizesse melhor, de forma mais clara, mais convicta,
mais séria?”
O PSD uma semana antes das eleições legislativas de 2019
tinha em sondagens publicadas 20 % das intenções de voto. Obteve 28 %, um
aumento de quase 50 %. Haveria quem fizesse melhor?
Rui Rio teve dois anos de liderança num partido completamente
partido e minado, onde oposição interna foi tão ou mesmo mais destruidora que a
externa; como líder manteve o norte, disse ao que vinha e cumpriu com a linha
orientadora do seu programa, não enganou nem defraudou ninguém. Haveria quem
tivesse feito melhor?
O PSD viveu dois anos de guerrilha interna permanente e
instaurada desde a primeira e até quase a última hora. Rui Rio combatia em duas
frentes simultaneamente quase com a mesma necessidade e obrigatoriedade de
rebater e afirmar as suas ideias e andar constantemente “apagar os fogos” e
fogachos internos. Haveria quem tivesse feito melhor?
Ao longo do seu mandato, ao longo da sua campanha foram
notórios os apoios de faz de conta, o aparecer para tão somente marcar presença
para o futuro; somos um partido de divergências e pluridisciplicar, sempre
fomos, mas não podemos ser um partido onde a falsidade e a hipocrisia
prevaleçam sobre valores maiores da boa e saudável democracia. Não acredito que
quem quer que fosse, nestas condições tivesse feito melhor.
Seria contraproducente não admitir que existiram erros no
percurso, com erros de casting, com tomadas de decisões polémicas e discutíveis; acredito e espero que os erros façam parte da aprendizagem de melhoria
do caminho que se pretende implementar , ou melhor cimentar.
Vejo Rui Rio, o político e homem, como uma pessoa ponderada,
sincera e pragmática onde as convicções e o espírito de missão prevalecem acima
do interesse partidário. O país à frente do partido.
Pelas razões atrás expostas e por muitas outras poderá contar
Rui Rio com o meu apoio na sua recandidatura. Acredito que os militantes de
base na sua larga maioria partilham desta mesma convicção. O problema e maior
desafio que Rui Rio poderá ter será o de mobilizar os militantes que deverão, à
data da eleição, ser militantes activos e com quotas pagas. O afastamento que
se vem verificando ao longo das últimas décadas dos militantes e apoiantes de
base dos partidos e das suas cúpulas e estruturas organizativas poderá ser neste
momento o “calcanhar de aquilies” da candidatura.
O apelo à mobilização dos militantes, que neste caso passará
por estarem dispostos a pagar as cotas, dispostos a reactivarem a sua
militância activa para poderem votar deverá ser a mensagem central e
fundamental da candidatura correndo o risco se tal não acontecer que a máquina
partidária se sobreponha a militância de base.
Como já escrevi e o disse sou essencialmente uma pessoa de
convicções. E estou convicto que Rui Rio é o melhor para o partido, mas acima
de tudo para Portugal.
Paulo Teixeira
Paulo Teixeira
Arouca, 4 de Dezembro de 2019