4 de dezembro de 2019

As eleições no PSD - tomada de posição


O PSD vai a votos no dia 11 de Janeiro de 2020 para eleger o seu líder.

Até ao momento são conhecidos três candidatos: Rui Rio, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz.

Nesta circunstância e tempo eleitoral que se adivinha acredito que Rui Rio será, dos três, aquele que melhor poderá servir país. Escrevo primeiramente servir o país pois acho que terá que ser desta forma de total espírito de missão e compromisso sério e inabalável para com o país que o líder do partido deverá encarar a sua estratégia política. Primeiro Portugal, secundariamente o partido. Só assim se conseguirá fazer com que os portugueses, os militantes de base e todos os apoiantes sintam motivação para se aproximarem novamente da política e consequentemente do partido. O caminho não será fácil nem curto, mas acredito que passe pelas linhas mestras que Rui Rio nos vem apresentando.

O trabalho que desenvolveu até aqui- está à frente do partido há sensivelmente dois anos- não permitiu mudar tudo o que está mal nem tudo o que até aqui foi feito esteve livre de mácula. Mas a pergunta que interessa colocar será: “Haveria quem fizesse melhor, de forma mais clara, mais convicta, mais séria?”
O PSD uma semana antes das eleições legislativas de 2019 tinha em sondagens publicadas 20 % das intenções de voto. Obteve 28 %, um aumento de quase 50 %. Haveria quem fizesse melhor?
Rui Rio teve dois anos de liderança num partido completamente partido e minado, onde oposição interna foi tão ou mesmo mais destruidora que a externa; como líder manteve o norte, disse ao que vinha e cumpriu com a linha orientadora do seu programa, não enganou nem defraudou ninguém. Haveria quem tivesse feito melhor?

O PSD viveu dois anos de guerrilha interna permanente e instaurada desde a primeira e até quase a última hora. Rui Rio combatia em duas frentes simultaneamente quase com a mesma necessidade e obrigatoriedade de rebater e afirmar as suas ideias e andar constantemente “apagar os fogos” e fogachos internos. Haveria quem tivesse feito melhor?

Ao longo do seu mandato, ao longo da sua campanha foram notórios os apoios de faz de conta, o aparecer para tão somente marcar presença para o futuro; somos um partido de divergências e pluridisciplicar, sempre fomos, mas não podemos ser um partido onde a falsidade e a hipocrisia prevaleçam sobre valores maiores da boa e saudável democracia. Não acredito que quem quer que fosse, nestas condições tivesse feito melhor.

Seria contraproducente não admitir que existiram erros no percurso, com erros de casting, com tomadas de decisões polémicas e discutíveis; acredito e espero que os erros façam parte da aprendizagem  de melhoria  do caminho que se pretende implementar , ou melhor cimentar.
Vejo Rui Rio, o político e homem, como uma pessoa ponderada, sincera e pragmática onde as convicções e o espírito de missão prevalecem acima do interesse partidário. O país à frente do partido.

Pelas razões atrás expostas e por muitas outras poderá contar Rui Rio com o meu apoio na sua recandidatura. Acredito que os militantes de base na sua larga maioria partilham desta mesma convicção. O problema e maior desafio que Rui Rio poderá ter será o de mobilizar os militantes que deverão, à data da eleição, ser militantes activos e com quotas pagas. O afastamento que se vem verificando ao longo das últimas décadas dos militantes e apoiantes de base dos partidos e das suas cúpulas e estruturas organizativas poderá ser neste momento o “calcanhar de aquilies” da candidatura. 
O apelo à mobilização dos militantes, que neste caso passará por estarem dispostos a pagar as cotas, dispostos a reactivarem a sua militância activa para poderem votar deverá ser a mensagem central e fundamental da candidatura correndo o risco se tal não acontecer que a máquina partidária se sobreponha a militância de base.
Como já escrevi e o disse sou essencialmente uma pessoa de convicções. E estou convicto que Rui Rio é o melhor para o partido, mas acima de tudo para Portugal.

Paulo Teixeira

Arouca,  4 de Dezembro de 2019