4 de dezembro de 2019

Francisco Sá Carneiro faleceu há 39 anos atrás...

Ontem, ao início da noite, de regresso à minha casa do Porto («a minha cidade de sempre e para sempre» e que é uma continuidade de Arouca e vice-versa, que são e serão «o meu território endógeno e vital de sempre e para sempre»), proveniente de um debate muito oportuno e justo (um debate de Liberdade...) sobre a Descentralização e sobre a Regionalização, que aconteceu no Rivoli, entre o Dr. Rui Moreira e o Dr. Fernando Medina, passei pela Rua da Picaria, onde nasceu e onde viveu o Dr. Francisco Sá Carneiro. A Rua da Picaria localiza-se perto da célebre Padaria Ribeiro, que foi fundada por Arouquenses e é propriedade de Arouquenses...Antes desse debate, lanchei, precisamente, na Padaria Ribeiro.
Foto: Partido Social Democrata

Ao passar pela Rua da Picaria, lembrei-me de Francisco Sá Carneiro e do quanto ele representa para mim e para uma grande parte dos Portugueses, na precisa altura do aniversário do seu falecimento físico, que ocorreu há 39 anos atrás. Eu sempre vivi em Liberdade e em Democracia e escolhi e escolho a Liberdade e a Democracia, não entendendo, porém, a Democracia como um regime político definitivo, vendo-a sempre como sendo susceptível de ser aperfeiçoada, de modo permanente, evitando sempre uma possível deriva perniciosa para regimes totalitários e evitando sempre uma possível deriva perniciosa para a ausência de valores morais no próprio regime livre e democrático. Os valores morais absolutos e axiomáticos são, como sempre foram, os valores morais noahides da Torá. O regime político definitivo será, com toda a certeza, a Monarquia Davídica Messiânica, na Era Messiânica, com os valores sagrados e justos da Torá, que ocorrerá, no futuro, a partir de Jerusalém, para toda a Humanidade.
Foi em Arouca (quando constatei o oportunismo político de alguma gente da Esquerda radical que, de modo hipócrita e imerecido, ocupou cargos políticos em Arouca, em pleno regime democrático…) que me apercebi da importância simbólica e da acção política moderada e responsável de Francisco Sá Carneiro, contextualizados pelo território identitário mais vasto do Porto e da Região Norte de Portugal, que é um território de Liberdade.
Francisco Sá Carneiro representa uma mudança serena e responsável do regime corporativo, ditatorial, totalitário e retrógrado do Estado Novo para a Democracia Parlamentar e Representativa, que evitaria a insanidade totalitária, o oportunismo político hipócrita e ignóbil, a desordem e a ineficácia da Revolução marxista, despoletada, sobretudo, a partir do Sul do País. Francisco Sá Carneiro começou a alicerçar um rumo coerente do Estado português livre e moderno a caminho da Europa, estável, democrático e institucionalizado, para se realizar, em Portugal, aquilo que de melhor tinha e tem a Europa livre e civilizada. Francisco Sá Carneiro representa, em Portugal, o início da construção do «Welfare State» e da «Welfare Society», num regime efectivo e real de Liberdade e sempre guiado pelos valores bíblicos, com a acção política e a prática concreta das reformas, para melhorar a sociedade portuguesa e resolver os seus problemas sociais, de modo eficaz e com justiça social. Francisco Sá Carneiro queria, como órgãos de soberania, o Governo e o Parlamento e não o Conselho da Revolução e a Assembleia do Movimento das Forças Armadas. Francisco Sá Carneiro simboliza e representa o combate contra uma nova e perniciosa ditadura que iria, ainda mais, atrasar Portugal, num período que foi, infelizmente, insane e muito contraproducente para Portugal e para os Portugueses e que nos afastou, infelizmente, ainda mais, do que de melhor têm os países centrais e modernos da Europa.
O «Príncipe Sereníssimo», que muito dialogava, na sua cidade do Porto, em termos políticos, com o Dr. Miguel Veiga e com o Dr. Mário Montalvão Machado, faleceu, em termos físicos, há 39 anos atrás e representa e simboliza a Democracia e a Liberdade: essa Liberdade que o Porto e o Norte possuem de modo congénito e que afirmam e concretizam, de modo permanente, num movimento belo, são e granítico de integridade.

Há que recuperar e pôr em prática o «ideário social-democrata» de Francisco Sá Carneiro (expressão que ele tanto gostava de referir ao Dr. Mário Montalvão Machado), construindo melhor e de modo mais eficaz, em Portugal, o «Welfare State» e a «Welfare Society», sempre guiados pelos valores bíblicos. Esperemos que seja aquilo que Rui Rio queira pôr em prática, já que Rui Rio evoca, com frequência, a social-democracia e Francisco Sá Carneiro... Reforçar, por exemplo, muitíssimo mais e cada vez melhor, o Serviço Nacional de Saúde (SNS)...Porque, infelizmente, o partido que Francisco Sá Carneiro ajudou a fundar afastou-se, várias vezes, ao longo das décadas, do «seu ideário social-democrata», ao pôr em prática políticas irresponsáveis, destruidoras e anti-patrióticas, das quais são tristes exemplos a votação, em 1979, com o CDS, contra a criação do SNS, bem como a intenção de desenvolver um sistema privado de Saúde paralelo ao SNS auferindo de fundos do próprio sistema público para esse fim e, mais recentemente, o lamentável corte (quando governou com o CDS-PP) de 15% do orçamento da Saúde, bem como o voto contra a nova Lei de Bases da Saúde, promulgada pelo Presidente da República!...Essas políticas irresponsáveis, anti-patrióticas e destruidoras não são, de facto, justas nem social-democratas, num país onde existem cerca de dois milhões e meio de pessoas pobres, com classes médias frágeis, nem correspondem à prática concreta do «verdadeiro ideário social-democrata de Francisco Sá Carneiro».