5 de setembro de 2019

Cartaz do 75º Aniversário da Feira das Colheitas


Cartaz: Câmara Municipal de Arouca
"A Feira da das Colheitas é uma organização imediata do Grémio da Lavoura, mas, na realidade, um empreendimento de um só homem - o senhor António de Almeida Brandão. E, como realização de um só homem, sujeita a percalços e a contingências, que se torna necessário acautelar para que se não venha a perder esta admirável realidade que é a Feira das Colheitas. O dinâmico e aparentemente sorumbático empreiteiro da Feira tem sido e é, sem ofensa ou menosprezo para quem quer que seja que tenha estado à frente ou colaborado na obra ou finalidade do Grémio da Lavoura, pela continuidade de presença neste organismo, o homem indicado para estar à sua frente, pois muito a tem prestigiado. Senhor António de Almeida Brandão: Vemos o perigo, sempre iminente, da sua ausência ou desaparecimento. O Grémio é um organismo electivo, isto é: pode ou não conservar ou afastar os seus dirigentes e demitir os seus funcionários. E como homem, o senhor António de Almeida Brandão, está sujeito às contingências (longe vá o agouro...) da doença e da morte. E é ocasião de perguntar: Que sucederia se alguns destes fenómenos surgissem? Quem estaria aí, como testamenteiro, para continuar a obra do senhor António de Almeida Brandão? Quererá ele, como arouquense, que se perca ou esqueça uma obra que é sua? Ao próprio dinâmico e calado obreiro deixo a resposta a esta pergunta no que ela contém de perigo e precaução.(...)", ao considerar previamente que "A Feira das Colheitas deixou já de ser um acidente na vida do concelho, porque se tornou no acontecimento, na «realidade» da nossa terra. O que ontem foi ou teria sido uma tentativa ou uma experiência transformou-se já numa tradição radicada, que não pode perder-se nem abastardar-se, mas antes manter-se viva e engrandecida. É hoje, sem dúvida, a maior festa - porque de festa, afinal, se trata - a mais querida e ansiada de toda a gente: - para os lavradores, como obra sua e revelação das suas possibilidades e do seu esforço; para o comércio, a única oportunidade grande para o seu negócio; para a gente moça, ocasião de mostrar as suas graças no palco da Praça e para os forasteiros motivo de atracção ou curiosidade ou, como hoje se diria, de cartaz de uma terra antiga e cheia de tradições. " (em jornal «Defesa de Arouca», nº274, Ano 6 - IIªSérie, 8/10/1960)