4 de fevereiro de 2019

Um ensaio de muita qualidade sobre a Região Norte de Portugal...

 Na sequência daquilo que foi abordado num dos meus textos anteriores: o fenómeno do ultra-centralismo e do ultra-parasitismo de Lisboa e arredores em relação à Região Norte de Portugal, há um ensaio de muitíssima qualidade que também aborda essa temática, da autoria de Henrique Raposo, publicado na revista Exame de Julho de 2016, que terá todo o interesse para os Arouquenses e para as instituições de Arouca, porque descreve bem, com rigor e lucidez, como a Região Norte (onde Arouca pertence e sempre pertenceu e onde Arouca, de modo identitário, se insere e sempre se inseriu) é, de facto, o «motor económico» de Portugal. 

Fazer, por favor, o «download» do ensaio, em ficheiro pdf, aqui:

Apesar de ter algumas imprecisões, penso que é dos melhores textos que se escreveram, nos últimos anos, sobre o assunto, onde se revela a idiossincrasia empreendedora e inovadora, de trabalho e de poupança, das gentes do Norte (em particular do Noroeste de Portugal) e como ela se mantém, de modo consolidado, com os seus fortes traços identitários milenares, na contemporaneidade, no actual contexto de Modernidade avançada, em que Portugal está integrado no espaço político e económico da União Europeia.
Mas esse esforço pessoal, familiar e colectivo das pessoas do Norte é, infelizmente, em grande parte, parasitado, de modo muitíssimo injusto, por Lisboa e arredores, devido ao modo ultra-centralista como funciona, há muito tempo, o Estado português. E essa situação muitíssimo injusta não pode mesmo continuar mais assim...


Tem, de facto, de haver uma inversão urgente desta situação muitíssimo prejudicial para a Região Norte (que é também a mais populosa do país, com cerca de 3 690 000 habitantes), visto que se constata que o ultra-centralismo e o ultra-parasitismo de Lisboa e arredores (com o anúncio de uma suposta 'descentralização', que é mais um logro para perpetuar esse ultra-centralismo), estão, cada vez mais, no presente, injustos e vigorosos, como informa, recentemente, a imprensa nacional, ao referir "que num dossiê tão sensível como é o da distribuição de subsídios para os passes sociais, inserido na estratégia do Governo para fomentar a utilização dos transportes públicos, a Grande Lisboa recebe o dobro do dinheiro por passageiro atribuído ao Grande Porto, três vezes mais em relação às restantes regiões, percebemos que é impossível sossegar", realçando que a "Região Norte foi responsável pela diminuição, em quase 50%, do desemprego do país, desde o pico da crise, dando um contributo decisivo para alavancar a economia. Mas na hora de o Poder Central distribuir riqueza, outras latitudes são privilegiadas. E, assim, a regionalização começa, cada vez mais, a fazer sentido".