5 de dezembro de 2018

Tempo de Espera e de Esperança

O mês de novembro terminou há pouco. É um mês a que se convencionou chamar mês das almas ou dos defuntos, parecendo que nele se celebra sobretudo a morte. Mas, na realidade, novembro não é um mês de mortos e de morte, mas de vivos e de vida. Aliás, é um mês que começa precisamente com a celebração de Todos os Santos e no seu curso celebramos santos tão populares como São Martinho ou Santo André, a apontar-nos exatamente para outros horizontes que ultrapassam o momento da morte física. Por tudo isto, novembro é sobretudo um mês de esperança e de celebração da vida, recordando com carinho e gratidão todos quantos nos precederam. 

Além disso, e por vontade do Papa Francisco, novembro tem agora mais uma celebração significativa, que é o Dia Mundial dos Pobres. Nessa jornada, fomos convidados a olhar de forma especial para o drama que afeta milhões de irmãos nossos, que vivem muito aquém do nível que requer a dignidade comum a todos os seres humanos; olhar e comprometer-nos a alguma coisa fazer para que o nosso mundo se torne mais justo, mais humano e mais inclusivo.

Agora estamos a iniciar o mês de dezembro. Claro que quando falamos em dezembro nos vem logo à ideia a celebração do Natal. E, de facto, essa é uma festa incontornável, que mexe com todos, crentes e não crentes. Mas, sobretudo para os cristãos, dezembro é muito mais do que a celebração do Natal. É por excelência o mês do Advento, o mês em que somos chamados a preparar-nos para celebrar bem o Natal, para fazer do Natal a celebração efetiva do nascimento de Jesus. 

Por isso, dezembro é um mês de espera, de expetativa e, sobretudo, de muita esperança. O caminho que somos convidados a percorrer ao longo deste mês faz-nos acreditar que o Deus Menino continua a nascer nos nossos corações e na nossa vida, se fizermos redobrado esforço de tornar o nosso coração mais fraterno e acolhedor, onde há lugar para Deus e para os irmãos que nos rodeiam ou que encontramos no nosso caminho, especialmente os mais carenciados e necessitados da nossa atenção e do nosso carinho.

Que também pelas nossas terras de Arouca façamos deste mês de dezembro um caminho fraterno e solidário, feito de partilha e de dedicação, para que aconteça Natal em todas as casas e em todas as vidas.

Pe. José Agostinho Sousa