15 de dezembro de 2018

II - Sousa Brandão, de Várzea

Os Sousa Brandão, de Várzea, que, geralmente, associamos a Dom Leonardo de Sousa Brandão (1767-1838), clérigo e partidário do absolutismo, que veio a ser o último bispo da extinta diocese de Pinhel, são descendentes do primeiro filho varão sobrevivente de Manuel Brandão e Maria de Almeida, da casa da Vinha do Souto de Baixo, que, como já vimos, são também progenitores dos Almeida Brandão, de Rossas.

Irmão mais velho de António de Almeida Brandão, que seguiu para Rossas, Manuel de Almeida dos Santos Brandão, que, em 1741 havia já recebido ordens menores para padre, mas depois, tal como seu pai, se viu admitido a Familiar do Santo Ofício, acabou por arrumar o hábito e contrair matrimónio, em 5 de Setembro de 1757, na igreja matriz de São Salvador de Várzea, com Angélica Joaquina Margarida de Sousa, filha do sargento-mor das Ordenanças Manuel Bernardo de Sousa e de D. Luísa Teresa de Sousa, da Lavandeira, de Arouca, dando assim origem ao apelido composto aparente Sousa Brandão.


Ao sargento-mor Manuel Bernardo de Sousa se ficou a dever a admissão dos Brandões da Vinha do Souto, de Várzea, nas Ordenanças de Malta, da comenda de Rossas, de que António se viu promovido a alferes e Manuel a capitão, de que depois abdicou em favor de seu primeiro filho varão sobrevivente Manuel Joaquim de Sousa Brandão, o qual se viu viúvo prematuramente e, já com 50 anos, contraiu novas núpcias com a jovem Luciana Laurinda Libania de Almeida, filha do capitão-mor de Macieira de Cambra, que lhe sobreviveu por 46 anos, sem descendência, proprietária de uma casa enorme, mas desafortunada de trazer aos dali o título de Visconde de Baçar, que por certo tocaria a um seu filho se o tivesse tido.

Mas entre os onze filhos do capitão Manuel de Almeida dos Santos Brandão, contavam-se ainda o frei Feliciano de Sousa Brandão e o bispo Dom Leonardo de Sousa Brandão, foragido à vingança dos liberais até à sua morte inglória e enterrado às escondidas para evitar represálias sobre os seus familiares, nomeadamente, sobre seu irmão Dâmaso de Sousa Brandão, antigo tenente do Regimento de Milícias de Arouca, entretanto mudado para o Sobral, no extremo nascente das lavouras da Vinha do Souto, onde teve larga descendência do mesmo apelido.

Dos treze Sousa Brandão que Dâmaso teve de D. Marcelina Cândida da Mota, apenas o último, padre Luís de Sousa Brandão, que paroquiou Várzea e Urrô, viveu quase cem anos e cedeu, uma vez por outra, à fragilidade humana, conseguiu impor o Sousa Brandão por mais uma geração. O suficiente, no entanto, para se poder afirmar que este Sousa Brandão, de Várzea, de que procedem, entre outros, os Brandão de Almeida, é um nome de família originário de Arouca.