11 de dezembro de 2018

I - Almeida Brandão, de Rossas

Os Almeida Brandão, de Rossas, que geralmente associamos a António de Almeida Brandão (1893-1986), professor e autarca, que entre outros cargos e funções desempenhou as de presidente da Câmara Municipal de Arouca, reconduzem-se à Casa de Telarda de Cima, daquela freguesia. No entanto, o seu apelido composto aparente teve origem na Casa da Vinha do Souto de Baixo, da vizinha freguesia de Várzea.

Foi o casamento de Maria de Almeida, filha de Domingos de Almeida e Catarina de Almeida, da Vinha do Souto, de Várzea, com Manuel Brandão, filho de António Brandão e Maria Fernandes, das Eiras, do Burgo, realizado no dia 19 de Janeiro de 1712, na igreja matriz de São Salvador de Várzea,  a que assistiram o capitão-mor Diogo Malafaia de Mascarenhas e o futuro capitão-mor Teotónio de Vasconcelos Portugal Mendes e Cirne, que deu origem ao apelido composto aparente Almeida Brandão.


Manuel Brandão, cujos avós paternos e maternos eram de Rossas, foi feito Familiar do Santo Ofício em 20 de Abril de 1725. Para se ver admitido a essa qualidade, cujas principais funções estavam ligadas à hierarquia policial do Santo Oficio, os candidatos, bem como a esposa, respectivos pais e avós, eram sujeitos a um processo que incluía diligências exaustivas sobre a pureza de sangue e conduta de todos os inquiridos.

A passagem dos Almeida Brandão a Rossas e, mais concretamente, à Casa de Telarda de Cima, deu-se com o casamento de um dos filhos daqueles, de seu nome António de Almeida Brandão (o primeiro de três homónimos), agricultor e alferes das Ordenanças de Malta, com Mariana de Azevedo e Melo, filha de António Duarte e Paula de Azevedo, que teve lugar na igreja matriz de São Salvador do Burgo, em 27 de Abril de 1760. O casal foi então residir na companhia do irmão de Mariana, padre José Duarte Monteiro, que havia alguns anos assistia no lugar de Telarda, da freguesia de Rossas, onde tiveram descendência, nomeadamente, José Vicente de Almeida Brandão (também primeiro de três homónimos), que veio a ser um dos dois herdeiros do referido padre, casou com a prima directa D. Maria Vitória de Sousa e Almeida e ali permaneceram dando continuidade aos Almeida Brandão.

Da origem do apelido composto aparente ao acima referido António de Almeida Brandão (1893-1986), primogénito dos treze filhos de José de Almeida Brandão com Maria Soares de Figueiredo e Joaquina Soares de Pinho Brandão, contam-se seis gerações ininterruptas desse mesmo apelido, geradas e criadas naquela mesma casa de Telarda de Cima, da freguesia de Rossas, o que permite afirmar que este Almeida Brandão, de Rossas, é um nome de família originário de Arouca.