27 de dezembro de 2018

IV - Pinto de Magalhães, do Burgo

Os Pinto de Magalhães, do Burgo, que geralmente associamos a Afonso Pinto de Magalhães (1913-1984), empresário, banqueiro e dirigente desportivo, que entre outros cargos e funções foi fundador do Banco Pinto de Magalhães e presidente do Futebol Clube do Porto, pese embora se reconduzam ao lugar e freguesia do Burgo, devem o seu apelido "composto" a casamento realizado na freguesia da Espiunca, quando esta, tal como a do Burgo, ainda não pertencia ao concelho de Arouca.

Efectivamente, foi com o casamento de Dionísio António Teixeira Vaz Pinto Brandão, filho de Gaspar Teixeira Pinto e D. Luísa Teresa Angélica de Pinho Brandão, do Burgo, com Luísa Joaquina de Magalhães, filha do capitão Custódio José Rodrigues e D. Josefa Teresa Joaquina de Magalhães, da Espiunca, realizado na igreja matriz de São Martinho, em 8 de Fevereiro de 1796, que se formou o apelido composto aparente Pinto de Magalhães.


Com o falecimento de Dionísio António, já feito capitão de Ordenanças, em plena Guerra Civil, e uma vez instituído o regime liberal, os seus descendentes retomaram a Arouca, pela mão do primogénito padre Joaquim António Pinto de Magalhães, pároco de Tropeço, estabelecendo-se nessa freguesia, na vila e no Burgo, onde tiveram descendência do mesmo apelido.

Apelido que resistiu mesmo ao Pereira de Vasconcelos, de António Pinto, dos rivais e vitoriosos liberais, com que se casou Antónia Amália, não sendo já de estranhar a predominância pelos casamentos dos rapazes Bernardo António, José Júlio e António Augusto, com as primas Vaz Pinto, e Maria do Carmo Brandão, respectivamente. O que tudo somado ditou a continuidade do apelido e, uma vez integradas em Arouca as freguesias do Burgo e da Espiunca, permite afirmar que este Pinto de Magalhães, do Burgo, é um nome de família originário de Arouca.

O referido banqueiro, Afonso Pinto de Magalhães, filho natural de Maria Amália Pinto de Magalhães, foi já a quarta geração desse mesmo apelido.