7 de janeiro de 2019

Chegou ao limite dos limites do absurdo: a (não) conclusão da Variante à EN326!...

  Na sequência daquilo que é descrito num texto anterior, publicado neste blogue, da autoria de Paulo Teixeira, aquilo que se pode constatar é que há uma grande irresponsabilidade e negligência, por parte de todos os responsáveis, sem excepção, neste impasse absurdo, que parece não ter fim, da não conclusão de um pequeno troço de uma estrada que, à escala nacional, é um minúsculo troço de estrada e corresponde, em termos de despesa económica, a uma 'migalha' no Orçamento do Estado e também a uma 'migalha' em qualquer fundo estrutural, com origem nacional e/ou origem europeia. Este impasse absurdo também surge do ultra-centralismo político e administrativo do Poder Central, localizado em Lisboa e arredores, que, por ser provinciano e não ter, como devia, verdadeiro sentido de Estado, conhece muito mal (ao contrário daquilo que deveria acontecer) a realidade concreta do país. E, infelizmente,  salvo uma ou outra excepção, as influências dos protagonistas sociais de Arouca, da Área Metropolitana do Porto e da Região Norte, junto ao Poder Central, estão, no presente, esmorecidas, o que contribui também para este adiamento absurdo. 
  Apesar de ser uma obra pequena, a conclusão da Variante à EN326 é MUITO URGENTE e MUITO NECESSÁRIA, para os Arouquenses, porque vai corresponder à modernização dos acessos da tendência secular (senão milenar) de mobilidade dos Arouquenses para o litoral, em particular para o Porto e para a área do denominado Grande Porto, que são um prolongamento do território de Arouca e vice-versa, área onde moram milhares de Arouquenses e seus descendentes, de modo enraízado e empático, com a estruturação moderna, em termos rodoviários, da parte sudeste da Área Metropolitana do Porto.
Variante à EN326
  A prioridade das prioridades é, assim, fazer a estruturação de acessos modernos e funcionais aos locais de «mobilidade natural» dos Arouquenses, que são o Porto e o Grande Porto. E não, como é óbvio, para outras partes do território de Portugal, onde o contacto dos Arouquenses sempre foi escasso ou fugaz, como a Região Centro, Aveiro ou localidades afins, em relação às quais Arouca e os Arouquenses não têm relações constantes de pertença, de interacção ou de empatia, para além de Arouca não se inserir na identidade territorial dessas localidades. Isto é referido porque os Portugueses não primam, muitas vezes, pelo ordenamento racional e lúcido, com cariz científico, a longo prazo, do território que habitam!  Os acessos modernos têm que se estruturar sempre de modo científico e racional e num contexto prospectivo de longo prazo e de muito longo prazo, a pensar nas futuras gerações sucessivas e no futuro sadio e ético do território, reforçando, cada vez mais, a sua identidade territorial endógena e autóctone. Esta estrada corresponde (apesar de já ter alguns erros gravíssimos e irreversíveis, como a construção daquele viaduto monstruoso e evitável na freguesia de Rôssas), precisamente, à modernização muito necessária e acertada dos acessos ao território de «mobilidade natural de sempre» dos Arouquenses: o Porto e o Grande Porto. A sua conclusão é uma prioridade de prioridades, urgentes e imprescindíveis.
  Para isso, mais do que nunca, os Arouquenses e várias instituições fundamentais de Arouca, da Área Metropolitana do Porto e da Região Norte têm que congregar, de modo muitíssimo mais intenso e reivindicativo, os seus esforços e as suas vontades para que, finalmente, se conclua uma estrada a que os Arouquenses têm direito e que já, há muito tempo, deveria estar concluída. Presumo, conhecendo bem eu Lisboa e arredores como conheço, que, se fosse em Oeiras ou em Cascais, uma estrada similar a esta, estaria concluída apenas em meses e não em largos anos, como está a acontecer, infelizmente, com esta de Arouca, que é um município da Área Metropolitana do Porto e da Região Norte, que é, como se sabe, a região mais populosa do país e o «motor económico» de Portugal, apesar do logro de uma parte das estatísticas oficiais indicar o contrário.
  E isso acontece devido ao facto dessas estatísticas oficiais serem apuradas a partir do «mecanismo ultra-centralista» do Poder Central e do modo ultra-centralista como funciona o Estado português há muito tempo, localizado em Lisboa e arredores, que ultra-parasita a Região Norte de Portugal. E esta situação injusta não pode continuar mais assim...