24 de janeiro de 2019

Apontamentos sobre a história recente do apoio social em Arouca - o Padre Adriano

Foto: "Do meu mirante"
No ano em que se comemora o septuagésimo aniversário de uma das instituições mais respeitadas em Arouca, onde inúmeras crianças se fizeram adultas, aprendendo diferentes artes e desenvolvendo diversas competências que, ainda hoje, marcam a sua personalidade, é da mais elementar justiça falar no nome que lhe deu origem e que deu boa parte da sua vida ao engrandecimento de uma obra que, como muitas outras, começou rodeada de incertezas e fragilidades, mas que com o passar do tempo e com a sua abnegação, resultou naquilo que hoje se vê - uma instituição com diferentes valências e respostas sociais que conta com mais de duas centenas de utentes a usufruir das excelentes condições e infra-estruturas de que dispõe. O Padre Adriano

Nascido em São Paio da Portela, Penafiel, em 10 de Abril de 1910, foi ordenado padre em 1933 e logo nesse ano foi nomeado vigário ecónomo das freguesias de Espiunca e Canelas. Ali se manteve até ao ano de 1944 quando, por morte do padre Joaquim Carneiro Leão, veio ocupar o lugar deste na paróquia de São Bartolomeu de Arouca.

Foi nesta paróquia que, ao longo de sessenta e sete anos, exerceu a sua vocação e acabaria por dar corpo ao projecto que o acompanhou para o resto dos seus dias. No dia 1 de Dezembro de 1949, nas atuais instalações da Junta de freguesia de Arouca, o Padre Adriano inaugurava um espaço para ocupação de tempos livres e escola de costura, para crianças mais necessitadas. A partir de 1960 as instalações passam a localizar-se na atual biblioteca municipal de Arouca e só a partir de 1975 se mudam para a atual localização, na Rua Dr. Figueiredo Sobrinho (Rua D´arca).

Desde a sua criação, foi preocupação do padre Adriano percorrer um caminho de qualidade, alicerçado em valores de verdade e justiça, que permitisse aos arouquenses acreditar no trabalho desenvolvido e confiar nos serviços prestados por uma instituição que, à época, assumia um papel único na vida de todas as crianças que, sem ambiente ou estrutura familiar, não encontravam outro caminho que lhes garantisse um crescimento pessoal efetivo e fora de riscos.

Ainda hoje, graças a todo o trabalho desenvolvido nas primeiras décadas, também pela Da. Mafalda, cujo papel foi igualmente importante e sem o qual, muito provavelmente, esta instituição não teria o nível de confiança dos arouquenses que tem no presente, o Patronato é um exemplo para outras instituições, que entretanto surgiram, e veem no seu funcionamento um modelo a seguir.

Foto: Jornal "Roda Viva"
Todos aqueles que, presentemente, dão o seu melhor para manter vivo o legado deixado pelos seus fundadores, merecem o nosso respeito e consideração. Que continuem a perpetuar o nome do Padre Adriano e da Da. Mafalda, com o seu trabalho e altruísmo. Que continuem a credibilizar o papel desta instituição na resposta a todas as crianças que, ainda hoje, se veem em situações de risco.