Vai para dezasseis anos, o Governo de então, através do Ministério da Agricultura, resolveu proceder à cedência por vinte anos, em regime de comodato, de 287 casas florestais desactivadas. Podiam candidatar-se pessoas colectivas ou singulares, desde que prosseguissem objectivos compatíveis com o desenvolvimento das zonas rurais, com a preservação dos recursos naturais e da paisagem e com a manutenção do ambiente. Intenção que não passou disso mesmo.
Há meia dúzia de meses, o actual Governo recuperou e refrescou a ideia de fazer alguma coisa com esse património, manifestando agora a intenção de, por iniciativa própria, recuperar essas antigas casas para fins turísticos. Segundo a intenção manifestada, por esta altura, estarão a ser identificados os imóveis que integrarão esse novo programa. Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entidade responsável pela gestão florestal, existem agora disponíveis cerca de mil casas florestais espalhadas por todo o país. Em Arouca existem quatro.
Há meia dúzia de meses, o actual Governo recuperou e refrescou a ideia de fazer alguma coisa com esse património, manifestando agora a intenção de, por iniciativa própria, recuperar essas antigas casas para fins turísticos. Segundo a intenção manifestada, por esta altura, estarão a ser identificados os imóveis que integrarão esse novo programa. Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entidade responsável pela gestão florestal, existem agora disponíveis cerca de mil casas florestais espalhadas por todo o país. Em Arouca existem quatro.
Casa Florestal do Merujal, tirada de “onossorasto.blogspot.com” |
Relativamente às casas existentes em Arouca, que, tal como os Viveiros da Granja, resultaram do Plano de Povoamento Florestal de 1938, reforçado e ajustado entre 1954 e 1972, essa intenção só será aceitável se, por desinteresse do Município, não surgir entretanto uma alternativa melhor - isolada ou em parceria com outra entidade concelhia -, que socorra aqueles imóveis da degradação e vandalização a que estão deixados pelo Estado desde a década de oitenta.
Porque, se assim não for e algum dia vier a concretizar-se aquela intenção do Governo, será uma péssima notícia para um concelho com pendor turístico, nomeadamente para o turismo de natureza, como é o nosso. Pior ainda, se se tratar de uma medida a reverter proventos para uma qualquer empresa pública nacional ou fundo imobiliário, que o mesmo é dizer para os sacos sem fundo do Estado.
Com efeito, parece-me muito lógico que a recuperação e rentabilização destas casas, à semelhança do que está a ser feito por outros municípios, deva ser reclamada pela Câmara Municipal, de forma a que a sua utilidade ou resultados de uma eventual exploração turística, revertam para o concelho e, nomeadamente, para a recuperação e manutenção das florestas em que se encontram inseridas. Ou até mesmo para voltarem a ser uma espécie do que já foram, adequando-se a apoio logístico à prevenção de incêndios e ao tão propalado reordenamento florestal - com que (para já, e também desde a década de oitenta...) apenas se enche a boca quando o "diabo" nos visita e consome ou quando se abeiram eleições.
Durante muitos anos, serviu de desculpa à falta de ideias a propriedade estatal das referidas casas e, por isso, a alegada impossibilidade da Câmara poder fazer alguma coisa. Porém, a ineficiência do Estado, por um lado, e as oportunidades que têm sido criadas, por outro; a recuperação e valorização que vai agora ser feita (e muito bem!) nos Viveiros da Granja, bem como o que já foi e está a ser feito noutros concelhos, contrariam aquela desculpa e alegada impossibilidade.
Por isso, só por culpas próprias, nossas, se perderá a oportunidade de recuperar e rentabilizar a favor de Arouca também as Casas Florestais do alto da Freita e do monte da Senhora da Mó.
Por isso, só por culpas próprias, nossas, se perderá a oportunidade de recuperar e rentabilizar a favor de Arouca também as Casas Florestais do alto da Freita e do monte da Senhora da Mó.