30 de setembro de 2018

Os lugares altos


   A beleza da nossa paisagem deve muito às suas características orográficas. O relevo do território de Arouca é tudo menos monótono. Porém, torna a vida difícil aos que estão, faz rebolar muitos deles para longe e não facilita aos que querem chegar.  É um relevo com muitos altos e baixos… tal como a vida.
   Fiquemo-nos pelos lugares altos de Arouca. Não só a serra da Freita e o seu prolongamento pelo maciço da Gralheira. Também o monte da Senhora da Mó, o Gamarão, os muitos outros montes e cabeços. A maioria, não lhes sei os nomes e muitos não os sabem meus pés. Conheço na minha freguesia, Mansores, a chamada “Serra Grande” (ou “serra da Ribeira”), o monte do Castêlo e o cabeço do côto do Crasto.
   Sendo lugares altos, a maioria são sítios ermos. Em tempos foram palmilhados por pastores e gados. Hoje, rareiam neles pastores e gados, em muitos deles abundam eucaliptos.
   Sendo lugares altos, foram procurados como refúgio contra ataques de inimigos. Daí neles se terem construído em tempos fortificações defensivas.
   Sendo lugares altos, estão mais perto do céu, e por isso convidam ao encontro com Deus. Sinal disso, muitos deles receberam ermidas: Senhora da Mó, Senhora da Lage, Senhora do Monte, Senhora da Abelheira…
   Sendo lugares altos, alguns receberam vértices geodésicos; três (Cerro do Cão, São Pedro Velho, Serra Grande) integram a Rede Geodésica Nacional.
   Percorramos os lugares altos de Arouca. Um dia serão ligados por um percurso pedestre de longa rota. Um dia serão pontos de passagem de uma ultramaratona.