22 de setembro de 2018

Sobre a morosidade no conseguimento das vias de comunicação

A seguir à agenda político-partidária, as vias de comunicação e/ou acessibilidades são, muito provavelmente, o tema com mais títulos nos jornais da nossa terra. Não por serem muitas as reclamadas, mas pelos seus "inconseguimentos" e morosidades. Seja pelas primeiras duas estradas nacionais, então dignas dessa classificação, concluídas já em finais do século XIX, seja pela estrada de Alvarenga, pela ligação a São Pedro do Sul ou, mais recentemente, pela ainda "inconseguida" ligação à Feira, é raro o ano em que as estradas do concelho (atuais e desejadas) não tenham feito manchete na imprensa de Arouca, desde que ela surgiu.

Quando, em 1882, surge o primeiro jornal, havia muito pouco tempo que as ligações de Arouca a Oliveira de Azeméis, por um lado, e a Cabeçais, por outro, com modernas pontes de pedra sobre os rios e ribeiros, iniciadas nos anos sessenta dessa centúria, se tinham acabado de rasgar e calcetar, e substituir a antiquíssima Estrada Real.

Em 1893, o Visconde de Albergaria de Souto Redondo, então presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, pugnando pelos interesses dos seus munícipes e dos povos de Arouca, seu torrão natal, reclamava ainda ao ministro das Obras Públicas a conclusão entre Cabeçais e Espinho, oferecendo-se mesmo para pagar as expropriações que impediam o avanço das obras.

Foi então assunto para mais de trinta anos. Tantos como os que havia de levar a estrada de Alvarenga e, depois, a ligação a São Pedro do Sul, já no século que se lhe seguiu. O que tudo parece, aos olhos d'hoje, perfeitamente compreensível, atendendo, nomeadamente, à maquinaria então existente. Porém, neste nosso tempo, o "inconseguimento" da ligação à Feira, conta já mais de vinte anos...