4 de setembro de 2018

O fim das Aldeias da Serra

   As aldeias tradicionais de Arouca estão condenadas a acabar se não se conseguir encontrar uma solução para inverter a tendência das últimas décadas. É certo que não é uma realidade exclusiva de Arouca, mas foquemo-nos no nosso concelho.
   Aldeias como a da Castanheira, em plena Serra da Freita, que mesmo beneficiada pelo famoso e muito visitado Centro Interpretativo das Pedras Parideiras (um dos principais núcleos do Arouca Geopark) conta neste momento com meia dúzia de habitantes sendo que a pessoa mais nova tem já cerca de 60 anos. Mas o mesmo sucede com Regoufe, Rio de Frades, Covelo de Paivô, Cando ou Noninha, povoações a enumerar entre outras e onde este fenómeno de êxodo se verifica mais acentuadamente nas últimas décadas. As gerações mais novas saíram há já uns anos com a promessa de voltar, mas não estão a regressar.
   Para além do mais, com o despovoamento destas aldeias deixaremos de ter o gado de pastoreio, nomeadamente as Arouquesas de montanha que muito contribuem para a subsistência e dinamismo local, para o turismo gastronómico e paisagístico do concelho. Deixaremos de ter os rebanhos de pequenos ruminantes que pintam o planalto e, com eles, uma parte significativa da ruralidade de que tanto nos orgulhamos.
   Sendo, pois, evidente que equipamentos como o das Pedras Parideiras não contribuem para inverter aquela tendência, urge pensar no que se poderá/deverá ainda fazer para segurar vida nas nossas Aldeias da Serra.