1 de abril de 2019

A história do último capitão de Rossas é também a história do último capitão-mor de Arouca

É verdade. Uma das várias histórias genealógicas e biográficas paralelas à do último capitão de Rossas, tratada em "O ÚLTIMO CAPITÃO", é a história genealógica, biográfica e militar do último capitão-mor de Arouca.
Com efeito, o último capitão de Rossas, Feliciano António Ferreira de Vasconcelos, trineto materno do afamado Alexandre de Vasconcelos e Cirne, do Morgadio de Terçoso, daquela mesma freguesia, do qual se desconhecem filhos legítimos do seu casamento com Francisca Teresa da Silva, natural do Porto, mas se contam vários filhos bastardos, entre os quais, pelo menos dois que teve de Clara Godinha, solteira, do lugar da Fontela, a saber: Bernardo de Vasconcelos e Cirne, que foi casar à cidade do Porto e rumar daí ao Brasil, onde faleceu; e Damiana Teresa de Vasconcelos, que desencadeou um processo, pelo qual pretendeu receber, como única herdeira, a herança deixada por seu irmão. Esta, ainda solteira, teve por filha Josefa Joaquina de Vasconcelos, que faleceu solteira, e um outro filho de seu nome António Soares de Vasconcelos, a favor do qual sua mulher Josefa Francisca redigiu uma Procuração. Deste, e de Maria de Almeida, do lugar de Sequeiros, era Francisca Teresa Joaquina de Vasconcelos, da Fontela, que aí teve Margarida Joaquina de Vasconcelos, que casou no lugar da Leira, com José de Pinho, filho de José de Pinho e Maria de Pinho e, também, Feliciano António Ferreira de Vasconcelos, a que sua mãe, no acto de baptismo e para ficar registado no respectivo assento, «deu por pai a Bernardino António Teixr.ª Pinto, da Vª do Burgo».
Ou seja, Feliciano António Ferreira de Vasconcelos (1791-1873), último capitão de Rossas, era filho ilegítimo de Bernardino António Teixeira Vaz Pinto (1766-1834), último capitão-mor de Arouca. Ascendência esta que, mesmo ilegítima, nunca antes fora equacionada e estabelecida, em virtude de não resultar reconhecida ou expressa em qualquer outro documento conhecido para além do próprio assento de baptismo e uma procuração em que o próprio Feliciano António assina o seu nome com os apelidos Vaz Pinto - a que por felicidade tivemos acesso -, podendo assim, ainda que com as devidas salvaguardas, legitimamente, estabelecê-la.
Aproveitou-se, pois, o ensejo e a insuficiência ainda existente na nossa historiografia e até em documentação particular, para traçar o perfil genealógico, biográfico e militar do último capitão-mor de Arouca.
A história do último capitão de Rossas, que se sepultou à entrada lateral da igreja matriz de Rossas para ficar a ver as pernas às cachopas da Cavada, é, pois, também a história do último capitão-mor de Arouca, que morreu em resultado de uma alegada emboscada que os seus inimigos políticos lhe fizeram quando, certo dia, descia a serra da Freita montado no seu cavalo.