9 de abril de 2019

Clarificação adicional a propósito da Raça Bovina Arouquesa

Devido a algumas reacções ao meu texto anterior, reafirmo aquilo que as teses mais credíveis, na contemporaneidade, demonstram, ao rectificarem aquilo que é óbvio: que a Raça Bovina Arouquesa não deriva, de modo algum, de outras raças bovinas autóctones portuguesas.Tem uma identidade muito distinta e é própria de um território específico. A Raça Bovina Arouquesa tem uma origem milenar, endógena e autóctone, numa parte do território de transição entre a Região Norte e a Região Centro, entre o Douro Litoral e a Beira Alta. Foi nesse território que esta raça antiquíssima sempre existiu.
Durante séculos e séculos, no Portugal antigo, arcaico e rural, o contacto entre os criadores de bovinos das várias regiões era muito escasso. Não se cruzavam, como é óbvio, raças diferentes entre si de diferentes regiões distantes entre si, numa altura em que os contactos eram mesmo muito escassos, devido, em parte, aos muito maus acessos e à ausência de meios de transportes modernos, durante séculos e séculos. A Raça Bovina Arouquesa permaneceu, até à contemporaneidade, com a sua identidade orgânica e anatómica muito vincada e definida, com a robustez da sua rusticidade muito bem adaptada ao meio envolvente, num território sem fortes influências exógenas, nas zonas de vale, de meia-encosta, de planaltos e de montanha. A textura orgânica da Carne Arouquesa é muito distinta da dos outros tipos de carne das raças bovinas autóctones de Portugal.
Não há qualquer exagero em se afirmar que a Carne Arouquesa é das melhores carnes bovinas do Mundo, porque é verdade: é um facto. Mas tem que ser mesmo a Carne Arouquesa real e verdadeira, certificada, que tem muito mais potencialidades e que, em termos económicos, poderia valer tanto como a carne bovina da raça japonesa Wagyu.

Fotografias da Raça Bovina Arouquesa