23 de agosto de 2019

«Onde mora o Folclore?»: um texto do etnógrafo arouquense Albano Ferreira a conhecer

Para além da sua colaboração assídua no jornal «Defesa de Arouca», o insigne etnógrafo arouquense Albano Ferreira é autor de vários outros textos etnográficos e etnológicos sobre Arouca publicados em revistas da especialidade.
Um deles, bastante relevante, é o texto «Onde mora o folclore?», que surge de um pequeno ensaio que Albano Ferreira apresentou, na década de 60 do século XX (era comum), ao Colóquio Portuense de Arqueologia, onde defendeu vários factos óbvios, mas inovadores para a maioria dos estudos daquela altura sobre o assunto: 
-que as danças tradicionais de Arouca têm uma origem milenar, muito remota, na dita 'civilização castreja' do noroeste da Península Ibérica; -que as danças tradicionais de Arouca se enquadram, se inserem e pertencem ao território identitário e endógeno do Douro Litoral, protagonizado pela cidade do Porto: -que os corais polifónicos femininos de Arouca são endógenos e autóctones e, portanto, têm, de igual modo, como é óbvio, origem nessa civilização muita remota dos castros e das citânias e não derivam, de modo algum, da música da Igreja Católica ou dos conventos, visto que têm uma estrutura sonora e musical muitíssimo distinta da música da Igreja Católica e são, portanto, muitíssimo mais antigos, em milénios.
Vale a pena ler e conhecer bem esse texto do etnógrafo arouquense Albano Ferreira, aqui:


dançadeiras do Conjunto Etnográfico de Moldes com o belíssimo traje feminino tradicional de Arouca - Douro Litoral
 Feira das Colheitas (fins da década de 60 do século XX)
fotografia do etnógrafo arouquense Albano Ferreira

A década de 60 do século XX (era comum) é a década dos «anos de ouro» do Conjunto Etnográfico de Moldes de Danças e Corais Arouquenses e o timbre e o som das modas deste grupo arouquense têm, claramente, a marca da lucidez etnográfica e etnológica de Albano Ferreira. Vale a pena ouvir estas duas modas, de grande autenticidade, desses «anos de ouro» do Conjunto Etnográfico de Moldes:
Tirana

Cana Real das Canas