22 de outubro de 2020

A ponte: o bom, o mau e os que virão

 A obra da ponte pedonal sobre o rio Paiva está praticamente concluída e os últimos pormenores e   últimas particularidades acerca da "maior ponte pedonal do mundo" começam a ser conhecidos enquanto esperamos pela sua inauguração.

O BOM 

  • A notoriedade e dimensão internacional que a obra já trouxe e trará Arouca com honras de notícias nos maiores e mais reconhecidos meios de comunicação mundial (CNN, Daily Telegraph, etc) e as vantagens turísticas que daí advirão
  • A estratégia de marketing promocional estabelecida e delineada desde o inicio com o seu epiteto na projecção da marca "516 - a maior ponte pedonal do mundo"  
  • O aproveitamento do sucesso dos passadiços do Paiva para potencialização da ponte
O MAU
  • O IMPACTO VISUAL no meio ambiente envolvente é muito forte e diria mesmo muito  desenquadrado e desproporcionado. Ao contrário do seu "irmão" passadiços que consegue um enquadramento paisagístico e um casamento quase perfeito entre turismo e natureza, as duas "torres"  que ancoram a estrutura metálica marcam e sobressaem negativamente  no horizonte na zona da garganta do Paiva. Apetece dizer que o retorno terá de ser muito grande para quase nos esquecermos disto...
  • O projecto inicial global incluía um caminho pedestre pelo fundo dos campos férteis de   Alvarenga , onde outrora se explorou volfrâmio de aluvião, que terminaria num museu da Raça Arouquesa a ser construído na Quinta da Picota em Alvarenga. Neste momento metaforizando a expressão " Há mar e mar, há ir e voltar... há ponte e ponte... e terá que ser ir e voltar pois não há por ora nada mais no horizonte.
E OS QUE VIRÃO
  • Neste momento não será possível dizer se esta será uma aposta vencedora à semelhança dos passadiços ou não. Se teremos milhares a visitarem a ponte, o território e Arouca ou se serão só alguns. E será isto e só isto que justificará ou não o grandioso investimento e esforço económico realizado em detrimento de outros. Eu quero e desejo, como quererão todos os Arouquenses, que seja um sucesso. O valor do bilhete que se sabe agora ser de 12 euros para  a travessia cria desde logo um diferencial muito grande para os os milhares de turistas dos passadiços que estavam habituados e usufruíam de uma experiência de natureza  única e pioneira por 2 euros. Será um nivelar por cima? Uma seleção dos turistas de qualidade? A verdade é que 12 euros são 12 euros e em tempo de pandemia e em crise que se avizinha poderão ainda ter outra dimensão no orçamento familiar.  12 euros para a experiência de atravessar a maior ponte pedonal do mundo não é, em meu entender, caro mas poderá ser muito dinheiro. Se a este valor adicionarmos um fim de semana em família de 4 elementos onde optem por pernoitar, almoçar, provar os nossos doces, frequentar os nossos cafés, etc... usufruir do território e deixar cá riqueza estes 12 euros poderão numa larga fatia da sociedade inibir estes consumos. Poderão por optar visitar a ponte e simplesmente voltar às suas terras.  Fica a sugestão que por cada bilhete de travessia adquirido por 12 euros seja descontado um valor de 6 euros em consumos internos em QUALQUER comércio que se localize no território de Arouca desde que esses gastos sejam superiores a 12 euros.