20 de outubro de 2019

O Fundo e o Início do concelho de Arouca? Não, simplesmente Arouca.

Orvida, Covelas, Alvite de Baixo ou Parameira são provavelmente nomes que nada ou quase nada dirão a um habitante de Porto Escuro, Pernouzela, Bairro ou Minhãos e o mesmo se poderá provavelmente afirmar no sentido inverso desta frase.
E o que têm estes nomes todos em comum? São todos lugares do concelho de Arouca. Uns localizados nas freguesias mais ocidentais do concelho e os outros nas freguesias limítrofes da sede.
Será importante reflectir sobre esta idiossincrasia do concelho e em meu ver procurar encontrar algumas respostas e soluções.  O território em nada beneficia em que existe esta diferenciação entre "fundo do concelho" ou "inicio", dependendo do ponto de vista, e a sede. Um habitante de Covelas da freguesia de São Miguel do Mato deverá sentir-se tão arouquense como um do lugar da Pernouzela mesmo junto ao centro histórico, só para dar este exemplo. É verdade  que  temos de enquadrar  este sentir  no panorama histórico da formação do actual concelho e não esquecer por exemplo que o extinto concelho de Fermedo foi anexado ao concelho de Arouca "somente" em 1855, só para citar um exemplo que pode contribuir para isto.
O importante, hoje, é que somos um único concelho que se quer forte, pujante e uno. Não é menos verdade também que os fluxos sociais e económicos de freguesias como Escariz, Fermedo ou São Miguel do Mato se fazem hoje cada vez mais na direcção do litoral e não na direcção da sede do concelho. Não existem por exemplo transporte públicos de qualidade que aproximem estes dois polos. O agrupamento escolar desta zona é diferente do da sede. Não sendo mau é verdade também que este polo dinamizador ocidental está cada vez mais capacitado de bens e serviços, desde zonas industriais, USF, complexo desportivo entre muitos outros serviços que faz com que estes arouquenses não se desloquem tantas vezes à sede de concelho. Aliado a isto, o facto de estas freguesias estarem situadas geograficamente próximas de dois polos urbanos altamente desenvolvidos como é o caso de São João da Madeira e Santa Maria da Feira ajuda "agudizar" este afastamento social.
Para finalizar esta reflexão preocupa-me neste particular que o avanço da propalada nova fase da  variante desde Escariz até ao nós de Milheirós deixando não sabemos para quando  a construção desde a ponte da Ribeira até Escariz venha servir como novo factor do afastamento atrás descrito.
Por uma infinidade de razões já muito conhecidas, defendidas e apresentadas mas também por esta que atrás me preocupa penso que não poderemos abdicar por uma luta pela construção imediata da totalidade do troço.  Arouca, toda Arouca como una, também precisa e merece.