No
passado dia 31 de Outubro, assisti, com todo o interesse, a mais uma “conversa
digital”, promovida pelo Circulo Cultura e Democracia, desta feita subordinada
ao tema “Participação cidadã: o papel das associações”. No final, apesar de aparentemente
não ser esse o objectivo inicial, ficou patente a necessidade das associações
se unirem, congregando esforços na prossecução de actividades e objectivos
comuns.
Talvez
tenha sido a primeira vez, desde há pelo menos duas décadas, que um debate sobre
este tema, ainda que muito circunscrito ao ponto de vista dos cinco dirigentes
de associações que nele participaram e dos próprios organizadores, evidenciou a
fragilidade e dependência em que a maior parte das nossas associações se
encontra novamente. E novamente porque, embora seja hoje agravado por novos factores, o que está na génese do problema não é novo.
Foi
exactamente por se identificarem necessidades de união e cooperação para melhor
prossecução de actividades e alcance de objectivos comuns, que há precisamente
vinte anos se criou em Arouca uma federação municipal (logotipo em imagem), com vista a congregar todas as
associações do concelho, de forma a contribuir para aquele desiderato e, também assim, para o fortalecimento e autonomia de cada uma das associações
face ao poder politico.
Entretanto,
por vicissitudes próprias, essa federação esmoreceu e desapareceu, e, ao mesmo
tempo, cresceu e quase que se normalizou uma certa instrumentalização de grande
parte das associações por parte do poder politico, que hoje põe e dispõe das
mesmas e suas actividades, ao ritmo das suas próprias necessidades.
Cada uma por si, grande parte com atividade diminuta e na quase exclusiva dependência da atribuição arbitrária de subsídios ou inclusão discricionária na agenda municipal, a maior parte das associações do nosso concelho evidencia hoje estar novamente desguarnecida,
fragilizada e muito exposta a uma dependência do poder político que em nada ajudará a tomar rumo
na encruzilhada do tempo presente.