4 de junho de 2019

A Pensar Alto. As eleições para o Parlamento Europeu, ano de 2019

Decorreram num destes últimos domingos as primeiras eleições deste ano, estas, para a escolha dos nossos representantes no Parlamento Europeu. Decorreram com uma tranquilidade absoluta e para mais de 70% dos eleitores foi um dia normal sem nada de novo e nenhuma vontade de participar na vida coletiva com as suas escolhas. Em Portugal e por cá, tudo igual. A campanha eleitoral foi toda ela morna, sem grandes debates, assim a modos de seja o que Deus quiser. O Partido do poder não perdeu muito tempo com explicações, nem sequer se distanciou muito dos centros de decisão, preferiu abordar os preços dos passes sociais, o enorme aumento nas reformas e o futuro radioso que está ali mesmo ao virar da esquina. Até nisto se vê o que é o interior. Por cá então foi de uma discrição absoluta, nem um cartaz, nem uma ideia, nem uma explicação, nada. O principal partido da oposição, andou no mesmo ritmo, falou e esbracejou com temas que dizem zero acerca do que pretendia defender na Europa, atacou com ar de profunda reflexão tudo o que lhe parecia interessar ao eleitorado e divulgou por todo o lado um enorme cartaz com a foto do candidato a dar um conselho e aviso de grande amigo. Desenterrou até políticos a cheirar a naftalina e foi o que se viu. O curioso foi que em Arouca, o nosso povo ”entendeu a mensagem” e mais uma vez foi o partido mais votado. Isto, depois de muitas horas a refletir, com certeza. Os outros, os Partidos do lado esquerdo, um deles tornou a mostrar como é possível ser oposição e poder ao mesmo tempo e por cá sempre enfeitou os postes da entrada da Vila com bandeirolas de uma cor meio arrojeada, que por serem novidade chamaram a atenção e já ficam para as próximas, tal a mensagem transmitida. O outro consolidou o quarto lugar, sem grandes festas, só umas feiras e pouco mais. Por cá nem perdeu tempo, esperou para ver. Do lado direito, os sapatos vela do costume, umas visitas muito rápidas em mangas de camisa, sempre a pressa de comunicar não se sabe bem o quê e na nossa rotunda desde cedo um enorme cartaz a dizer que a Europa era ali, o que causou confusão e até o Marinho Pinto se veio agarrar a tal sombra a ver se não perdia o lugar. Dos outros, poucas falas, aqueles tempos de antena que quase ninguém vê e onde numas frases muito rápidas se tenta convencer o povo do impossível, e depois, deu no que deu. Apesar de tudo eu votei. Apesar de tudo votaram 25 % dos eleitores, mais coisa menos coisa. Votar significa participar e escolher, e eu quero ter uma palavra nisso. Pode dar se o caso de não conhecer-mos os candidatos, não conhecer mos as ideias na sua totalidade, termos informação insuficiente, ou estarmos desanimados com alguns desempenhos políticos, mas temos sempre uma próxima vez para uma nova tentativa. O voto não é definitivo, o voto premeia e castiga mas isso depende de todos acreditarem que ainda não se encontrou melhor sistema, ou pensam que se não participarem vai cair do céu um líder qual o desaparecido D. Sebastião, só com qualidades e virtudes? Esperem que logo vêem. Breve vamos ter novas eleições e estou convencido que o bom senso reaparecerá para bem de todos. A Europa e tudo o que tem feito por nós merecia outra atenção. Aproveitemos a Democracia, pois o futuro é já ali e os nossos descendentes merecem dias ainda melhores.