15 de maio de 2021

Futebol Clube de Arouca: queda, continuidade e ascensão...

Há precisamente dois anos, sob o título "Futebol Clube de Arouca: ascensão, queda e continuidade...", escrevi aqui que: «depois de quase vinte dourados anos em que vertiginosamente atingiu o principal escalão do futebol nacional e até um vislumbre entre os grandes do futebol europeu; com a queda inesperada de divisão logo a seguir, o Futebol Clube de Arouca ficou de tal modo combalido e periclitante que, no passado domingo, não conseguiu evitar nova descida de divisão, confirmando o desdouro futebolístico e ameaçando o desgoverno financeiro da instituição».

Mas também escrevi que: «Agora, é preciso é cair com dignidade e estar à altura de não transformar o orgulho em vergonha. De não permitir que se escreva uma página negra que seja, sobre tantas de história digna, humilde e, principalmente, das destes últimos e gloriosos quase vinte anos, que tanto nos orgulharam e muito contribuíram para apontar e fixar Arouca no mapa de Portugal e do Mundo».

Acrescentando que: «Por isso, mais do que nunca, mais do que ontem e durante todo o tempo de sucesso, é preciso agora estar à altura da história de mais de sessenta anos e da glória destes últimos quase vinte. Haja esperança e determinação! Se o Futebol Clube de Arouca antes de o ser já o era, e tantas vezes superou o espectro da extinção, também não é agora que deixará de o ser. Como consta da sabedoria popular doutro povo que frequentemente gostamos de citar: "caia sete vezes, levante-se oito", porque, "as dificuldades são como as montanhas: só se aplainam quando avançamos sobre elas"».

Volvidos apenas dois anos, o Futebol Clube de Arouca está novamente à beira de inscrever mais uma gloriosa página no seu historial, depois de em apenas duas épocas ter subido do Campeonato de Portugal à Segunda Liga e estar agora muito próximo de subir à Primeira, como aconteceu na época 2012/2013.

A confirmar-se, para além do grande orgulho para todos os arouquenses, não deixa de ser uma ascensão notável, porventura muito mais significativa que a de 2012/2013, se tivermos em conta o contexto de pandemia que estamos a viver e, principalmente, que ainda recentemente pairou o espectro da extinção como nunca antes tinha pairado sobre o Futebol Clube de Arouca. Conseguir tão glorioso sucesso desportivo sobre tão debilitada e insolvente situação financeira, é muito meritório e merecedor de redobrado reconhecimento e aplauso. Oxalá se concretize a subida!