19 de abril de 2021

Simão Oliveira e a vitória pelo que (en)canta

Quando concluir este apontamento que vou escrevendo noite dentro, com o The Voice Kids em fundo, já o Simão, muito provavelmente, venceu esta edição do programa e todos estejam a festejar ou a associar-se aos festejos da vitória e a comentar a sua prestação, não havendo, provavelmente, muito a acrescentar, para além de, como arouquense e amigo da família, me associar também e manifestar o orgulho pelo tanto que (en)cantou.

Gala após Gala, a crescente mobilização dos arouquenses, que se evidencia pelas redes sociais, com o pessoal do comércio e instituições locais, e até a própria presidente da Câmara, a ostentar o cartaz do Simão, como declaração de apoio, indicia uma forte possibilidade de vitória. Com efeito, é o público, pelo seu voto, que tem o poder efetivo de decisão e, por isso, a importância da mobilização.

Não vale a pena questionar agora as regras do concurso. São conhecidas de todos, especialmente dos interessados, desde o início e todos têm ao seu alcance fazer o que mais puderem com vista ao melhor resultado possível. A decisão podia, muito naturalmente, ser dos mentores ou de um júri, mas, das galas à final, não é, e todos sabem que não é. E, também por isso, se sabe que não estão em jogo apenas as interpretações musicais, mas também o mais que cada um dos concorrentes é e faz por merecer eliminatória após eliminatória, e até mesmo independentemente destas.

Se não fosse de Arouca e não conhecesse o Simão, a minha eleita seria a Rita Rocha. Mas sou de Arouca e conheço o Simão, pese embora nunca tenha falado com ele para além da circunstância em que me cruzo e converso com o pai na sua companhia; e, provavelmente, ele não me conheça até tão bem como eu o conheço, mas, a verdade é que também não sou nem serei já tão conhecido e famoso como ele é, ainda com apenas 14 anos. Porém, o facto de ser seu conterrâneo e o conhecer, é-me mais e bastante para, independentemente das interpretações - que aprecio pelo que lhes empresta de genuíno e sentido -, lhe dar o(s) meu(s) voto(s) e torcer pela sua vitória.

Acresce que o Simão, para além do seu singular talento e inegável preferência pelo fado, revelou sempre uma faceta e personalidade genuínas - como sabemos -, mas raras e peculiares nessa idade, o que muito engradeceu a participação e colmatou qualquer insuficiência e até a invariabilidade do género musical, não deixando ninguém indiferente, dentro e fora do concurso, como, de resto, foi sendo manifestado por todos os mentores e pela esmagadora maioria do público. Por isso, independentemente do desfecho desta noite, o Simão, pelo que (en)canta, já venceu.