9 de junho de 2020

Ainda não há dinheiro para a construção das 3ª e 4ª fases da variante à EN326 de Arouca, mas para… ... ...

Ainda não há dinheiro para a construção da 3ª fase (que ligará a Ponte da Cela a Escariz) e da 4ª fase (que ligará o nó de Pigeiros da A32 ao nó de Santa Maria da Feira da A1) da variante à EN326 de Arouca, em plena Área Metropolitana do Porto, mas houve mais dinheiro para doar (num acto dum governo supostamente de centro-esquerda...e será que é mesmo um governo de centro-esquerda?!!!) mais 850 milhões de euros ao Novo Banco. Banco que está sediado em Lisboa e que é uma expressão do tipo de capitalismo inútil e parasitário de Lisboa e arredores, que o opõe ao capitalismo produtor, laborioso e exportador da Região do Norte de Portugal. No Novo Banco, que surge desse capitalismo inútil de lobbys de Lisboa e arredores (já bem antigos e que sempre andaram à volta do Palácio de São Bento e do Terreiro do Paço), foram injectados, até ao momento, cerca de 7 mil milhões de euros provenientes dos impostos dos Portugueses!!!...Repito: 7 mil milhões de euros provenientes dos contribuintes!!!...
E a Área Metropolitana do Porto e a Região do Norte, onde Arouca se insere e pertence, estão também, no presente, a viver a ameaça da redução dos vôos da TAP a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, que é o aeroporto mais moderno de Portugal, movimentando mais de 12 milhões de passageiros/ano, tendo um hinterland que representa mais de 5 milhões de cidadãos do Norte e Centro do país e boa parte da Galiza, mas que serve, sobretudo, a Região do Norte, que é a região mais populosa, a mais produtora e a mais exportadora de Portugal, etc.etc. O plano de retoma de rotas da TAP prevê o restabelecimento de 55 ligações internacionais em Lisboa, mas apenas quatro no Porto, constatando-se que os passageiros que já tinham viagem marcada estão a ser “transferidos” para Lisboa sem serem consultados!!!...A TAP, cujo capital é maioritariamente do Estado Português, ou seja, dos Portugueses, na prática está a funcionar como uma empresa local de Lisboa e arredores e para Lisboa e arredores e não como uma empresa-instituição nacional do Estado Português, penalizando, fortemente, a sua região mais populosa, mais produtora e mais exportadora, que é a Região do Norte.
Gravura: Transportes em Revista
São apenas dois elementos recentes do ultra-centralismo ultra-parasita de Lisboa e arredores, onde se injectam, descaradamente e de modo injusto, fundos e activos que são gerados e produzidos noutras regiões de Portugal, sobretudo provenientes da Região do Norte.
Mas para concluir um pequeno e muito urgente troço de estrada na Área Metropolitana do Porto (a 3ª e 4ª fases da variante à EN326 de Arouca) ainda não há dinheiro!!!!! Será que não há mesmo dinheiro?!!!!
E esta situação muitíssimo injusta e imoral do ultra-centralismo ultra-parasita de Lisboa e arredores não pode continuar mais assim. Não pode mesmo. A Regionalização de Portugal continental nas cinco regiões identificadas é mesmo uma das reformas estruturais mais urgentes que tem de ser concretizada com lucidez e eficácia, para bem de todo o Portugal e de todos os Portugueses. E este grande problema não se reporta apenas ao facto da existência muito duradoura do sórdido ultra-centralismo ultra-parasita de Lisboa e arredores, mas também ao facto da capital de Portugal não se encontrar no sítio certo e adequado, há séculos: a capital de Portugal devia localizar-se no núcleo identitário do território português, que é, como sempre foi, o Entre-Douro-e-Minho.