Foto: Liga Portugal |
No dia 16 de Outubro de 2010,
jogou o Futebol Clube de Arouca no estádio da Luz, tal como hoje, para a Taça
de Portugal.
À data, tal evento, constituiu o momento mais importante de um clube fundado 57 anos antes, no dia de Natal, mas que, apesar do simbolismo do dia do seu aniversário, nunca havia recebido tamanha prenda, em contexto de competição. Muito embora já registasse dois encontros com o Futebol Clube do Porto, que muito honraram o clube e as gentes da vila, estes aconteceram em tom de “jogo amigável”.
À data, tal evento, constituiu o momento mais importante de um clube fundado 57 anos antes, no dia de Natal, mas que, apesar do simbolismo do dia do seu aniversário, nunca havia recebido tamanha prenda, em contexto de competição. Muito embora já registasse dois encontros com o Futebol Clube do Porto, que muito honraram o clube e as gentes da vila, estes aconteceram em tom de “jogo amigável”.
Portanto, naquele dia encheram-se
todos os arouquenses de orgulho e, mesmo que alguns com o coração dividido,
vestiram orgulhosamente a camisola do clube da terra e festejaram todo um
percurso que se havia iniciado poucos anos antes, ainda o FCA jogava nos
distritais.
O percurso, que naquele jogo
assumia contornos quase épicos, e que envaidecia todos aqueles que gostavam de
Arouca, havia começado com muita desconfiança e até oposição de uma grande
maioria dos adeptos do clube. Não faltava quem dissesse que o Arouca era clube
para distritais (como sempre havia sido) e que se lá não jogassem jogadores do
concelho, que se recusavam a assistir aos jogos. Esta atitude nada tinha de
criticável. Era o que era. Os arouquenses, à época, eram bem mais resignados que no presente e, talvez por isso, não se sentissem absolutamente confortáveis
com horizontes demasiado descerrados, que os fizessem sair da sua zona de
conforto.
Naquele estádio, tudo se
esqueceu. Apenas se celebrou o exemplo que um clube de uma vila tão pequena
estava a dar ao país. O resultado não interessou. Apenas se celebrou o exemplo
que um clube de uma vila tão pequena estava a dar ao país.
Não imaginavam os arouquenses que
ainda mais estava para vir.
Hoje, depois do FCA ter passado
pela primeira liga de futebol, jogar esporadicamente, para a Taça de Portugal,
no estádio da Luz já sabe a pouco. O que os arouquenses querem é o seu clube a
jogar nos principais estádios portugueses, todas as semanas.
A exigência e a ambição dos
arouquenses mudou. Hoje todos nós queremos sempre mais e melhor, não só no
futebol, como em tudo o que envolve o nome Arouca. Hoje não nos contentamos com
o pouco. Hoje somos mais exigentes. Hoje não nos resignamos aos
circunstancialismos da vida. Hoje lutamos.
Não sei se estarei a exagerar,
mas se for esse o caso, permitam-me o exagero. Julgo que muita desta nova
ambição arouquense começou precisamente no caminho que o FCA traçou e na forma
como potenciou um sonho no qual sempre acreditou.
Que o jogo de hoje sirva para
reforçar a ambição em regressar a um sítio que já foi o nosso.