Em
sequência do já anunciado há algum tempo, com a criação do Projecto Revive (que tem em vista a recuperação e valorização do património cultural e histórico, presente em todo o território nacional, e a sua transformação em activo económico para o país), na
passada sexta-feira, 23 de Novembro, o Instituto do Turismo de Portugal lançou
o Concurso Público para a concessão da exploração de uma unidade hoteleira no
Mosteiro de Arouca, por 50 anos. O prazo para apresentação de propostas corre agora por três meses.
Há já alguns anos que defendo também a instalação de uma unidade hoteleira no Mosteiro, nomeadamente, para salvaguarda, manutenção e dignificação de uma parte hoje totalmente devoluta, mas, no entanto, nunca com a ambição do que está agora projectado. Defendia apenas, e ainda defendo, a instalação de uma Pousada, mas, exclusivamente na parte Nascente da Ala Sul (assinalada na imagem).
O caderno de encargos do Concurso agora lançado prevê a concessão de toda a Ala Sul do Mosteiro e a quase totalidade da Cerca (demarcada na imagem abaixo), com vista a adaptação, inclusive com possibilidade de construção em parte da Cerca, para posterior exploração para fins turísticos, como estabelecimento hoteleiro, estabelecimento de alojamento local ou outro projecto de vocação turística com elevados padrões de qualidade, que privilegie o alojamento, podendo ainda incluir outras valências como restauração e lazer.
Ainda de acordo com o programa e respectivo caderno de encargos, - que ignora a ocupação do 2.º Piso da parte Poente pela Associação de Defesa do Património Arouquense -, da área a concessionar, apenas o Pátio dos Comuns e o espaço de acesso a este, através do Largo Santa Mafalda, funcionarão como espaços de utilização partilhável, mas com acesso condicionado, para serventia do museu. Os restantes espaços ficarão exclusivamente afectos ao uso privado do empreendimento turístico. Fica, no entanto, salvaguardado o direito ao acesso público à Cerca, para visitas guiadas e previamente agendadas, em três datas comemorativas nacionais e uma municipal: o Dia da Rainha Santa Mafalda.
Ainda de acordo com o programa e respectivo caderno de encargos, - que ignora a ocupação do 2.º Piso da parte Poente pela Associação de Defesa do Património Arouquense -, da área a concessionar, apenas o Pátio dos Comuns e o espaço de acesso a este, através do Largo Santa Mafalda, funcionarão como espaços de utilização partilhável, mas com acesso condicionado, para serventia do museu. Os restantes espaços ficarão exclusivamente afectos ao uso privado do empreendimento turístico. Fica, no entanto, salvaguardado o direito ao acesso público à Cerca, para visitas guiadas e previamente agendadas, em três datas comemorativas nacionais e uma municipal: o Dia da Rainha Santa Mafalda.
Confesso que não antevejo muito provável a candidatura nem muito viável a instalação de uma unidade de 5 estrelas, como já chegou a ser aventada, mas, também não será de ver com bons olhos a instalação de uma unidade de gama inferior, com aquela dimensão. Sendo certo que, apesar da muito boa qualidade das unidades hoje existentes em Arouca, um hotel de 5 estrelas dificilmente concorreria com aquelas, mas, já uma unidade de gama inferior, com a aliciante do edifício em causa, certamente que concorrerá e poderá mesmo comprometer a viabilidade de algumas delas. Factor que não deverá ser subestimado pelas entidades que têm ou podem ter uma palavra a dizer neste processo.
Contudo, sendo já a segunda vez que a procissão a esta santa sai da igreja, está ainda no adro... a aguardar quem pegue no andor... E, manifestamente, há agora muito mais a dizer. Será, pois, uma boa altura para que muito boa gente, com responsabilidades acrescidas, volte a reflectir e a pronunciar-se sobre o tema, também na perspectiva de ganhos e perdas, e dos interesses de Arouca e dos arouquenses a salvaguardar.