Atacados por um inimigo
invisível, que não olha a origem, raça ou credo e que nos faz sentir que, na
realidade, perante os desígnios da natureza somos todos iguais, este período
pelo qual passamos, tem-nos levado ao limite da nossa paciência e resistência.
Limite e resistência que parecem
não ter fim para todos aqueles que continuam a trabalhar e a contribuir para
que a vide não pare.
Reconhecendo a importância de
todos aqueles que diariamente se continuam a sujeitar ao ataque de guerrilha
deste elemento hostil, não posso deixar de agradecer de um modo mais caloroso o
trabalho daqueles que se encontram na linha da frente de combate. Porque são
esses que, deixando a família, separando-se daqueles que mais gostam, se
assumem como os bravos soldados que, sem manha ainda clara para derrotar o
inimigo, não se amedrontam com a inferioridade de meios e com a incerteza das
estratégias usadas. Lutam por eles, pelos que lhes são mais próximos, mas
também e acima de tudo, lutam por nós todos. Lutam pela humanidade.
Não sabem como regressarão a
casa. Não sabem, sequer, em alguns momentos, se regressarão. Ainda assim, de
forma dedicada e altruísta, recusam desistir.
Os Bombeiros Voluntários de
Arouca, precisamente pelo seu voluntarismo, merecem neste momento, uma
particular admiração. Homens e mulheres que nada ganham com o seu serviço nesta
corporação, a não ser a sua própria satisfação por ajudar o outro, merecem todo
o nosso respeito. Também eles deixam as suas famílias. São, na maioria das
vezes, o primeiro contacto com quem está a ser atacado por este impiedoso
inimigo e, por isso, correm riscos acrescidos. Ainda assim, movidos pelo desígnio
de ajudar os que mais precisam, de forma voluntária e abnegada, não assumem os
naturais receios de qualquer ser humano e enfrentam cada situação de espírito absolutamente
desinteressado e humanista. Que bom é saber que, independentemente, dos riscos,
da falta de meios que possam ter ou até do natural receio que vos possa tolher
a coragem em alguns momentos, o vosso esforço, puro, genuíno e caridoso estará
sempre com os arouquenses.
Assim, de forma simples, mas
sincera, deixo o meu muito obrigado a todos pela resiliência demonstrada e pelo
incansável espírito de cidadania. Bem hajam!