Na semana que passou foi lançado um
relatório sobre o Poder de Compra em Portugal. Os resultados eram apresentados
por concelho.
No que toca a Arouca, e é aí que devemos
olhar com mais atenção e expetativa, não restam dúvidas que o Poder de Compra
tem evoluído. No entanto, também não podemos deixar de verificar que esse
crescimento não é assim tão significativo – ficando em 70,77% numa tabela onde
a média é 100%. É de registar também que em 2013 esse valor ficava-se pelos
70,10%.
Este resultado, em minha opinião, não pode
deixar ninguém satisfeito. E porque será que é este o resultado? Refletindo,
constatei alguns factos que são, infelizmente, impossíveis de negar, podendo
estar correlacionados com o valor representativo de baixo poder de compra.
Em todo o concelho de Arouca não abriu uma
única superfície comercial desde o Minipreço. Não existe um único
concessionário de marcas de automóveis. Não houve, depois da crise, a abertura
de qualquer nova agência bancária (exceção feita ao Eurobic que talvez o tenha
feito por razões do coração e não comerciais). Ao invés, tivemos pelo menos
duas agências que encerraram por não haver mercado. Também não vemos a
instalação de outro tipo de empresas comerciais ou de restauração de cadeias
que se espalham por todo o lado. E até mesmo o comércio tradicional não cresce.
Não expande a sua área. Normalmente quando abre uma loja é no mesmo espaço onde
outra fechou.
Sem dúvida nenhuma, e por alguma razão,
ainda é o dia de feira que mais traz pessoas ao centro de Arouca.
A meu ver isto são os verdadeiros sinais
do baixo poder de compra dos Arouquenses. Muito mais que os números lançados em
relatório.
Não querendo neste texto dispersar ideias
tenho quase a certeza que uma das apostas passaria pela densificação do centro
urbano de modo a fazer crescer a população dita urbana, pois é normalmente essa
que consome na sua área de influência, a par claro está, com a construção da
ligação mais rápida à restante área metropolitana.
Estando em fase de alteração do PDM
valeria apena pensar em mudar conceitos que ajudassem nesse sentido. Certo é
que à medida que se vão construindo edifícios plurifamiliares em Arouca, com
preços de mercado, até um pouco elevados, estes são rapidamente absorvidos pela
população.
Sem sombra de dúvidas, Portugal vai crescendo, Arouca também. Mas penso que poderia ter crescido mais e melhor se outras opções tivessem sido tomadas.
Sem sombra de dúvidas, Portugal vai crescendo, Arouca também. Mas penso que poderia ter crescido mais e melhor se outras opções tivessem sido tomadas.