2100 está a 81 anos de distância... Parece uma data longínqua, daquelas que aparecem nos filmes de ficção científica mas já estão entre nós
pessoas que nessa data vão enfrentar problemas que agora se nos deparam ,mas
nessa altura terão muito mais gravidade pela dimensão que irão alcançar. Tudo
por nossa causa, pelo nosso desleixo e principalmente por termos entregue os
nossos destinos a dirigentes menos qualificados, que nem se preocupam com o
presente quanto mais com o futuro. Nesse ano existirão 10 pessoas em idade ativa
e 7 com mais de 65 anos. Nesse ano as pessoas com 90 anos poderão ultrapassar o
número de crianças com menos de um ano de idade, nesse ano em Portugal
existirão pouco mais de 6 milhões e meio de habitantes, nesse ano as pessoas
com mais de 100 anos serão oito vezes mais que hoje. Todos estes números são
estimativas da Eurostat e só comprovam o que todos podem acompanhar, estamos a
envelhecer a uma velocidade muito rápida e poucas medidas se vêm para
contrariar este estado de coisas. Identificar as causas é o mais simples e o
poder politico farta-se de fazer análises e abordar o assunto mas depois vem
esta situação de inércia em relação ao que pode inverter este rumo. A situação
económica melhora a uma velocidade que nem tartaruga lenta, as pessoas lutam
por uma vida melhor e abandonam ou tentam, deixar para trás a vida sem
perspetivas, e cá andamos nisto há anos, e as famílias passaram a ser regidas
por normas que obrigam a uma diminuição de tudo o que seja o aumento de despesa
e de responsabilidades. É pena mas é verdade. Não interessa agora nomear mais
causas ou descrevê-las a seguir uma cronologia que divida culpas. As alterações
climáticas, sentidas, previstas e bem avisadas, desempenham também um papel que
muito ajudará a manter este estado de pré calamidade. Se as causas estão
identificadas atue-se. Arouca não escapa ao resto, a desertificação também nos vai atingindo, e apesar de grandes
esforços do poder local para a contrariar, alguns bem sucedidos adiam o
inevitável, não podemos esquecer o eterno problema da eliminação dos
labirínticos acessos de que dispomos, que se arrasta de ano em ano e até prova
em contrário nos tem causado enormes prejuízos. Parece-me no entanto que o
problema do envelhecimento e consequente desertificação não se resolve em
termos de região, é uma questão nacional, até Europeia. A mim custa-me lavar as
mãos como Pilatos e seguir como se tudo isto fosse inevitável. Os nossos
filhos, os nossos netos e todos os descendentes irão sofrer com estas
alterações e as gerações responsáveis, que tantas coisas belas fizeram e
alteraram, ficarão associadas a esta dramática situação. Não haverá
alternativas para um futuro onde irão viver poucos e mesmo assim empoleirados
em prédios sitos na beira mar? Enquanto pudermos resta-nos esbracejar e manter
acesa a chama que impulsiona esta luta, alertemos, e obriguemos quem pode decidir a melhorar as
soluções e agir. Que a falta de tempo não sirva de desculpa.