Sim, já é
Natal! Já as luzes se acendem na cidade,
Que se banqueteia
em seu faustoso brilho;
Já as gentes
se afadigam em loucas correrias,
Empurrando
todos, no seu apressado trilho.
Sim, já é
Natal! Mas a Terra continua chorando
A dor imensa
dos seus filhos que sofrem:
A infância
que não é, no coração das crianças
Sem pão, sem
lar, sem ter quem as amem…
A velhice ao
desamparo em profunda solidão,
Na falta de
aconchego que só o amor impede…
A guerra que
lá longe faz ribombar corações,
Sufocados pela
dor que a ambição não mede…
As florestas
queimadas, sem vida, desolação…
Humanidade
tonta, destrói tudo num repente,
Animal
enraivecido, que de tudo se acha dono,
Devastando o
Lar que o acolhe em seu ventre.
Mas…sim!! É
Natal!! Já outras mãos se abrem em Amor!!
Enquanto uns
correm, se apressam loucamente,
Trabalham
tantos outros, minorando sofrimentos,
Doando vida a
outras vidas que acalentam, docemente
Em seus
braços, abrigando, servindo, amando,
Trilhando
ruas sem brilho, onde a solidão chora,
Onde o frio
gela a alma e a fome embrutece,
Onde só o Amor
resgatará a tristeza que ali mora.
Sim, é
Natal!! Enquanto alguém se “esquecer” de si
E se doar a
outro alguém, olhando-o como igual,
A Terra,
grata, rejubila, enxuga o pranto e bendiz:
Cresça a Paz,
em borbotões de Luz! SIM!! É NATAL!!