Termina
hoje mais uma edição do Festival de Cinema de Arouca ou Arouca International
Film Festival, como se diz para a internacionalização deste evento
cinematográfico que fecha a agenda e oferta cultural de Verão da nossa pacata vila de Arouca.
E
esta não foi uma edição qualquer. Pois para além do certame atingir a
maioridade, aconteceu num contexto particularmente contido, por força das medidas
impostas em virtude da pandemia de Covid-19, nomeadamente, a eventos realizados
em espaços fechados, como é próprio de um evento desta natureza.
De
resto, como tantos outros, o evento poderia ter sido cancelado, tanto mais
quando aquela doença tem vindo a somar casos no concelho. Mas não foi. E ainda
bem que não foi. Pois, com efeito, contrabalançou as notícias sobre aquela
doença e mais uma vez contribuiu para o bom nome de Arouca. Para além do mais,
do evento em si, passou a notícia de que os arouquenses não estão acantonados no sopé da Freita à espera que o vírus passe e estão à altura de continuar a
fazer acontecer, mesmo dentro de regras apertadas.
Mas,
atingida a bonita idade de dezoito anos, uma palavra também para o Director do
Festival: uma palavra de reconhecimento pela sua resiliência, dedicação sincera e abnegada. Porque ao fim de dezoito anos, só daquela forma se consegue
continuar… Dezoito anos a pensar, organizar e cumprir um programa, por mais curto
e menos trabalhoso que seja – que não o é, antes pelo contrário – só pode dizer
bem, da capacidade de compromisso e de cumprir, de quem o faz, ainda por cima transparecendo sempre
aquele entusiasmo e emoção de primeira vez, apesar de todas e muitas
dificuldades ou desencantos que inevitavelmente ocorrem em tão grande período de
tempo.
É
com o à vontade de quem já, uma vez por outra, o aconselhou a "dar" o lugar a
outros, que o escrevo. Ainda bem que não me deu ouvidos, porque mais uma vez
conseguiu concluir uma boa edição e passar uma mensagem de garantia e segurança quanto ao futuro do evento, sustentado nas parcerias e compromissos que continua a estabelecer,
com aquele acreditar com que nos falou ontem na Loja
Interactiva de Turismo de Arouca.
Como escrevi em 2012, à passagem da 10.ª Edição: «Se todos nós, cada um na área da sua formação ou naquilo para que tem mais gosto ou mais jeito, se empenhasse numa actividade deste género, de forma tão duradoura e persistente, como se tem empenhado o meu amigo João “Rita” – fundador e director do Festival – teríamos, certamente, uma terra mais dinâmica e mais rica.»