Na sequência de um texto anterior da autoria de António Brandão de Pinho, publicado neste blogue «Defesa de Arouca», que informa o falecimento, no dia 14 de Julho de 2019 da era comum, de Elísio de Azevedo (meu saudoso e estimado tio Elísio), será oportuno citar algumas partes da notícia biográfica, publicada no jornal 'Discurso Directo' (26-7-2019 da era comum), sobre este arouquense ilustre, relativamente à excelência do seu tipo de escrita e à sua paixão pelo jornalismo:
"Nasceu na freguesia de Rossas em 1930. Filho de António de Almeida Brandão, uma das figuras marcantes da Arouca do século XX, e de Florinda Joaquina de Azevedo. Era o terceiro duma prole de oito filhos. Terminada a 4ª classe do antigo Ensino Primário, estudou no Porto, na Escola Raul Dória, onde tirou um curso de contabilista. (...) em plena juventude, cerca dos 20 anos, a vida de Elísio de Azevedo tomava um novo rumo: a bordo do navio Pátria partia para Moçambique. Ali, na antiga colónia, exerceu várias actividades e constituiu família. Ao mesmo tempo sentia uma atracção irreversível pelo jornalismo, que o notabilizou mais tarde como cronista de reconhecidos méritos a ombrear com os melhores da imprensa escrita. Foi colaborador assíduo do Notícias de Moçambique e responsável pela delegação em Nampula. (...) o jornalismo estava-lhe no sangue e assim continuou para o resto da vida. Primeiro na “Defesa de Arouca” e até muito recentemente no jornal “Roda Viva”, Elísio Azevedo marcava a diferença, não se furtava às polémicas, incluindo as de natureza política, não vacilava perante as contrariedades com uma prosa fluente, incisiva, própria da personalidade que todos lhe reconheciam."
"Nasceu na freguesia de Rossas em 1930. Filho de António de Almeida Brandão, uma das figuras marcantes da Arouca do século XX, e de Florinda Joaquina de Azevedo. Era o terceiro duma prole de oito filhos. Terminada a 4ª classe do antigo Ensino Primário, estudou no Porto, na Escola Raul Dória, onde tirou um curso de contabilista. (...) em plena juventude, cerca dos 20 anos, a vida de Elísio de Azevedo tomava um novo rumo: a bordo do navio Pátria partia para Moçambique. Ali, na antiga colónia, exerceu várias actividades e constituiu família. Ao mesmo tempo sentia uma atracção irreversível pelo jornalismo, que o notabilizou mais tarde como cronista de reconhecidos méritos a ombrear com os melhores da imprensa escrita. Foi colaborador assíduo do Notícias de Moçambique e responsável pela delegação em Nampula. (...) o jornalismo estava-lhe no sangue e assim continuou para o resto da vida. Primeiro na “Defesa de Arouca” e até muito recentemente no jornal “Roda Viva”, Elísio Azevedo marcava a diferença, não se furtava às polémicas, incluindo as de natureza política, não vacilava perante as contrariedades com uma prosa fluente, incisiva, própria da personalidade que todos lhe reconheciam."
Foto: jornal 'Roda-Viva'
|
E essa excelência na escrita e essa paixão pelo jornalismo surgiram, em Elísio de Azevedo, desde muito jovem, devido, em boa parte, ao tipo de educação familiar que teve na Casa de Eidim, em Rôssas-Arouca, protagonizada pelo seu pai, meu saudoso avô, António de Almeida Brandão...
Como é referido no texto biográfico do jornal 'Discurso Directo', Elísio de Azevedo viveu no Moçambique colonial...E viveu lá durante cerca de 24 anos, entre os anos de 1950/51 e o ano de 1974 da era comum, altura, no 'período pós-25 de Abril', em que regressa, definitivamente, para a sua Rôssas-Arouca natal e de residência definitiva, com a esposa Lucinda, o filho Elísio e as duas filhas, Maria Teresa e Ana Maria... Em Moçambique, trabalhou no jornal 'Notícias de Moçambique' e foi responsável (delegado) pela Delegação de Nampula do periódico moçambicano...E, devido a essa excelência na escrita e a essa paixão pelo jornalismo, Elísio de Azevedo, na actualidade, ainda é recordado, pelos seus colegas moçambicanos, como uma «grande referência do jornalismo» e como «expoente máximo do jornalismo» em Moçambique, tal como descreve o seu primeiro sucessor do Moçambique pós-colonial Vasco Fenita, numa entrevista relativamente recente concedida ao 'Notícias de Moçambique':
Como é referido no texto biográfico do jornal 'Discurso Directo', Elísio de Azevedo viveu no Moçambique colonial...E viveu lá durante cerca de 24 anos, entre os anos de 1950/51 e o ano de 1974 da era comum, altura, no 'período pós-25 de Abril', em que regressa, definitivamente, para a sua Rôssas-Arouca natal e de residência definitiva, com a esposa Lucinda, o filho Elísio e as duas filhas, Maria Teresa e Ana Maria... Em Moçambique, trabalhou no jornal 'Notícias de Moçambique' e foi responsável (delegado) pela Delegação de Nampula do periódico moçambicano...E, devido a essa excelência na escrita e a essa paixão pelo jornalismo, Elísio de Azevedo, na actualidade, ainda é recordado, pelos seus colegas moçambicanos, como uma «grande referência do jornalismo» e como «expoente máximo do jornalismo» em Moçambique, tal como descreve o seu primeiro sucessor do Moçambique pós-colonial Vasco Fenita, numa entrevista relativamente recente concedida ao 'Notícias de Moçambique':
" P - Quais são as grandes referências de jornalistas do seu tempo?
R - Na província de Nampula pontificam Elísio de Azevedo (meu antecessor na Delegação do Notícias) e Pires Teixeira (que chefiava a Delegação do Notícias da Beira). Ambos eram, inquestionavelmente, os expoentes máximos do nosso jornalismo. Mas apesar do êxodo de muitos deles por alturas da independência nacional, o país pode vangloriar-se com a presença dos nomes sonantes de Mia Couto, Abel Faife, Mário Ferro, José Catorze e muitos outros de que agora não me recordo. Dá para perceber que se escrevia a língua portuguesa correctamente pelo naipe de jornalistas que o “Notícias” teve o privilégio de albergar na circunstância e cuja mística continua a preservar através dos actuais editores. "
Para além do acervo numeroso de textos e de escritos de qualidade elaborados em Portugal (grande parte deles publicados, mas uma certa parte deles ainda inéditos), Elísio de Azevedo tem também um conjunto significativo de textos e de escritos publicados do tempo em que viveu em África, que deveriam também, como é óbvio, fazer parte de uma compilação dos seus textos e escritos completos, realizada e editada pelas instituições de Arouca às quais Elísio de Azevedo pertenceu e esteve associado.